☙ − STARS DANCE⌝

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autora: zproud

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Os saquinhos de alimento tremiam de acordo com os dedos de Liam batendo sobre a mesa metalizada. Seus olhos concentrados e lustrosos analisavam folhas e mais folhas avaliadas por Zayn, em diversos calculados e desenhos de traços rápidos.

Exausto e levemente ansioso, o astronauta se levantou, amarrando as mangas de seu traje espacial em volta da cintura. Andejou até a outra cabine, onde Zayn cochilava por cima de seu capacete. O castanho massageou seus ombros e o deu um beijo à nuca, acordando-o do pequeno cochilo. Malik retirou seu óculos e apertou o cenho, virando-se para o comandante.

Espiou pelos lados do homem para ter a certeza de que nenhuma das outras astronautas os flagrariam, trazendo-o para baixo e desferindo uma sequência de beijos por suas bochechas. A mudança no físico de Liam tinha sido drástica e desgastante. Sua barba estava maior que quando saíram da base de controle, as olheiras profundas marcavam seu rosto e ele parecia mais magro, até mesmo doente.

Ser o comandante da missão Ártemis-173 acarretou-lhe o cansaço excessivo e a falta de preocupação consigo mesmo. Payne praticamente não dormia para que pudesse guiar a nave ao seu destino correto e ambicioso.

Liam se sentou ao lado de Zayn e apoiou seus cotovelos nos joelhos, olhando a imensidão negra de pequenos pontos reluzentes brilharem rapidamente. Lembrou-se de quando fora chamado para aquela missão. Ele conhecia os riscos e assumiu a responsabilidade de cuidar dos outros quatro astronautas que embarcariam nela.

A insônia, juntamente com a falta de alimentos sólidos e as preocupações que deixou na Terra lhe trouxe as más condições de estabilidade dentro do Hades Falcon-760. Agora, diante de seu copiloto, Liam se sentia em obrigação de o informar certas eventualidades que o levaram a tal aparência e transtornos evidentes.

— Há algum problema?! Está faminto ou algo do tipo?!

— Tenho medo — respondeu sucinto.

Aquela foi a primeira vez que o Comandante Payne demonstrou fraqueza em frente a outra pessoa que não fosse o próprio reflexo. Nem a pequena turbulência que balançou a nave distanciou o olhar assustado do copiloto. Por isso, Zayn se levantou e sentou-se ao chão prateado, entre as pernas do homem de trajes alaranjados, carregando a bandeira estadunidense sem orgulho algum pelos braços.

— O que lhe aflige, Lee?! — questionou num tom ainda mais baixo por sentir que Gomez os ouvia na cabine de voo da nave.

— Tudo. Eu sinto que... Sinto que vou morrer.

— Não diga algo desse tipo. Esqueceu que a pessimista de nossa equipe é a Coleman?! — Liam riu nasalado pela ironia na voz do moreno. — Detesto te ver com essa expressão preocupada. Sei que quer voltar para casa e eu também, mas precisamos completar a missão, bem.

— Nunca chegaremos a Júpiter — respondeu sem mais rodeios.

— O quê?! Não diga isso! Depois de Geoff, você era o mais animado com essa missão. Seu pai trabalhou duro nesse ônibus espacial e você foi o braço direito dele. Ver-te nesse estado me desanima.

— Levaríamos cerca de 850 anos para chegar lá. Não temos um bom histórico, Zayn. A Space X pode ser uma das maiores empresas espaciais e eu agradeço todos os dias por Elon Musk confiar em mim, mas... Quantos de nós já morreram dentro de ônibus como este?! É uma ideia ambiciosa, ainda mais para ir tão longe, Zayn. Deveríamos apenas viajar pela órbita da Terra e estamos na porra de uma missão para Júpiter... Isso foi pior do que a ideia de aproximar-se de Vênus.

— Você está impressionado com o que aconteceu, meu amor. Foi estupidez mandar nossos amigos para aquela merda de atmosfera quente e densa. Todos sabíamos que o foguete explodiria antes mesmo de se aproximar trilhões de milhas da atmosfera.

「h.ipérion」+ ziam. plot!1shotOnde histórias criam vida. Descubra agora