I - Prazer, Marcelo!

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Ao chegar da escola fiquei surpreso ao perceber que não foi Seu Rui quem abriu o portão de entrada. Notei que algo tinha acontecido quando vi a síndica, Dona Magá, na portaria conversando com quem parecia o substituto. Parecia passar instruções do trabalho, pelo que pude ouvir rapidamente.

Não foi difícil deduzir que o velho Rui tinha ido embora, depois de anos. A síndica, sempre enxerida, apressou-se em dizer que a partir de agora aquele seria o novo porteiro e, até que conhecesse os detalhes do serviço, trabalharia durante o dia. Só depois da ambientação, passaria a ficar nos plantões noturnos. Pediu que eu avisasse aos meus pais sobre a mudança.

Sorri com educação e estendi a mão para ele.
- "Seja bem vindo. Meu nome é Elton e moro no bloco 3. Boa sorte no novo trabalho, valeu?!", desejei tentando ser gentil.

- " Prazer, Marcelo! Obrigado" - Ele disse apertando minha mão com uma firmeza quase incômoda e um timbre de voz de fazer inveja a locutores.

Estranhei por ele ser mais novo que os outros porteiros, todos com aparência de avôs bondosos, incluindo o que tinha sido dispensado.

Marcelo parecia simpático e jovem, com no máximo 32 anos. Nunca perguntei.
A calça cinza do uniforme parecia um tanto apertada, pois dava pra notar suas coxas e sua bunda. A blusa branca mostrava os bicepes contraídos involuntariamente, com o primeiro botão aberto.
O cabelo cortado na régua, pele morena limpa e lisa, uma barba muito bem desenhada e um perfume de fragrância agradável.
Parecia ser vaidoso e se preocupava com a aparência.

Pensei se um dia teria um corpo maneiro como aquele. A barba era um sonho que sempre carreguei comigo. Ansiava por um dia me tornar atraente e conseguir chamar atenção das meninas mais gostosas e mais "experientes", se é que me entende.

Pedi licença e fui pra casa, pois tava cansadão depois das aulas daquele dia, além do peso que carregava na mochila debaixo do calor escaldante da zona oeste carioca.

Subi as escadas incomodado com aquele aperto de mão grande e forte. Aquele cheiro bom dele mexeu comigo de alguma forma. Achei que alguém mais novo seria melhor. Teria provavelmente um papo mais interessante que o dos coroas que trabalhavam aqui até então. Percebi que a síndica, sempre tão sisuda e mal humorada, ficou empolgada, mais simpática e oferecendo sorrisos que eram raros.

Imediatamente, imaginei se aquela atitude era porque ela tava querendo dar pra ele. Minha piroca deu sinal sob calça do uniforme escolar só de imaginar a síndica dando, rebolando no pau do cara.
Indo em direção ao apartamento, fiquei com tesão e obviamente tocaria aquela punheta gostosa no banho, fantasiando uma transa alheia e inadequada.

Desejo por Héteros - O Porteiro do CondomínioOnde histórias criam vida. Descubra agora