Aaron Forbes
- Sim, sou entregador de pizzas em um dos seus restaurantes porquê? - pergunto confuso encarando o seu rosto sério.
- Tu disseste que eles são como a tua família. - disse repetindo as minhas palavras e eu assinto, um pequeno sorriso surge no meu rosto ao pensar neles.
- Sim, eles me ajudaram e continuam ajudando muito, os senhores da família são muito bons para mim e eu agradeço muito a eles por sempre me fazerem sentir acolhido. — disse, ele passa as mãos pelo rosto irritado — Qual é o problema?
- Há mais alguma coisa que eu deva saber sobre ti? Tens família? — a irritação era clara no tom da sua voz, pergunto-me como ele conseguia mudar de humor tão rápido. Bipolar.
- Não, não tenho família. Acredito que isso torne as coisas mais fáceis para a tua família. - Dei um sorriso cínico encarando o seu rosto, logo desvio a atenção para outro lado.
- O que houve com a sua família?
- Eu não quero falar sobre isso!
- Eu não perguntei se tu queres falar sobre isso, perguntei o que houve com a tua família, se esse assunto é doloroso para ti isso não me importa, eu vinculei a tua vida a minha, então eu preciso saber tudo sobre ti. E não minta para mim, eu tenho formas de descobrir. — exigiu
- Aquele cara? Se tens formas de descobrir porque não as usas? Eu não quero falar sobre este assunto! - ele fecha os olhos e massageia as têmporas impaciente, segura a minha nuca e acerta uma cabeçada no meu rosto Eu me afasto tonto gemendo de dor, sentindo o sangue escorrer pelo meu nariz e o seu gosto metálico na minha boca.
- Você ficou louco? - pergunto assustado vendo o sangue nos meus dedos.
- Tem guardanapos de papel no porta luvas, use não manche o meu carro com o seu sangue. - fito-o com raiva e ele sustenta o meu olhar. Abro o porta luvas e pego os guardanapos e uso para limpar o sangue. - Agora me conte sobre os seus pais Aaron.
- O meu pai morreu, num tiroteio entre umas gangues do bairro em que vivia, a minha mãe não aguentou a sua morte, entrou em depressão e se matou, ela enforcou-se, eu a encontrei morta, satisfeito? - pergunto cerrando os punhos irritado com ele por me fazer reviver essas memórias.
- Desça, é perigoso ficarmos aqui. - disse descendo do carro encerrando o assunto sem responder a minha pergunta, descanso a cabeça no assento e fecho os olhos respirando fundo, abro-os vendo o sangue no guardanapo e a ele no lado de fora já indo em direção ao prédio, sem opção abro a porta, desço do carro e o sigo em silêncio para dentro atrás dele.
Subimos as escadas até ao seu andar e me surpreendi ao ver a porta antes perfurada por vários buracos de bala intacta, como nova, ele abriu a porta do apartamento e passou por ela e eu o segui receoso fechando a porta atrás de mim, acende as luzes, o lugar era bonito, tudo parecia moderno e visivelmente caro, bem limpo e organizado, sem sinais dos homicídios que aconteceram aqui a poucas horas, as grandes janelas da sala antes quebradas estavam perfeitas e intactas no seu lugar, o apartamento era enorme e espaçoso a sala e a cozinha eram integradas um corredor levava para outros cômodos, as janelas davam uma excelente vista da vida noturna em Chicago.
- Eu ouvi aquele cara lá fora dizer que já não tens vizinhos... - comento vendo-o tirar a camiseta, ele tinha um corpo atlético bonito sem exageros, peito e ombros largos, braços torneados, havia uma grande tatuagem no seu braço esquerdo formada por várias outras menores marcando a sua pele branca bronzeada, jogou a camisa sobre os ombros e me encarou passando as mãos pelos cabelos castanhos.
- Sim... Foram todos realojados, já só cá estamos nós os dois. - fito os seus olhos e desço continuando a análise pelo seu corpo, desvio atenção dos meus olhos engolindo em seco quando o vejo aproximar-se e parar diante de mim. - Assim é mais seguro. - o seu dedo toca o meu queixo e ergue o meu rosto, olhou profundamente dentro dos meus olhos e aproximou o seu rosto do meu em direção a minha orelha. - Assim tu podes gritar à-vontade que ninguém vai te ouvir. - murmurou e o seu hálito quente arrepiou o meu corpo todo, ele se afasta e me olha. - Só há um quarto, vai dormir comigo.
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Kian Labonair - Saga Homens sem Lei
ActionEssa é a história talvez trágica do herdeiro de uma das famílias do crime organizado de Chicago, um sociopata que se apaixonou por um simples entregador de pizza, quais verdades estarão escondidas por trás de simples facetas como estás?