#1 - Uma Aposta

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Nassau, a cidade dos piratas, era um lugar bem organizado, até a morte de Edward Teach, que foi derrotado em uma invasão a um navio da Inglaterra, onde foi surpreendido e então veio a falecer, deixando seu legado como o pirata mais temido e mais conhecido pelos mares.

Sua filha, Malia, foi deixada sob cuidados da mãe e de um fazendeiro que ajudava com as despesas e as acolhia, mas Malia tinha o desejo de vingar seu pai, de fazer o que nenhum homem naquela ilha tinha coragem de fazer, ela queria enfrentar a Inglaterra.

Malia foi treinada desde pequena pelo fazendeiro, ele a ensinou a lutar com espadas, a atirar com rifles e pistolas, e principalmente a se defender sem ter que usar qualquer tipo de arma, com todo esse conhecimento, ela veste suas roupas, roupas escuras e um sobretudo que esconde seu corpo feminino, porém não é possível esconder seus lindos olhos azuis e seu cabelo escuro, ela sai da fazenda, e vai até a parte central de Nassau, onde os capitães e suas tripulações faziam negócios, bebiam e se satisfaziam com as prostitutas.

Um lugar perfeito para arrumar uma tripulação. Ao chegar na cidade ela começa a observar tudo, reparar bem em cada pessoa em sua volta, ela era bem reservada e tinha olhares penetrantes, ela vai até uma taverna e já é mal recepcionada por um capitão novo na região.

- Olha só, se perdeu do bordel queridinha? - diz o capitão sentado com seus marujos, que logo começam a dar risada e olhar para a garota.

- Estou procurando uma tripulação pra me juntar, seu babaca. - ela responde com um olhar intimidador.

O capitão se levanta, endireita seu cinto e diz.

- Eu posso te aceitar na tripulação mas antes você vai ter que lutar comigo, já ouviu falar de "Pistolas e espadas"? - diz ele dando um sorriso debochado.

Logo todos os marujos se dirigem para a baía e fazem um círculo em volta dos dois.

- Ainda não me apresentei, meu nome é Filiam, e presumo que não saiba as regras, vamos lá. - ele entrega uma pistola com uma bala na mão de Malia e pega uma para ele, ambos tinham suas espadas na cintura.

- É bem simples, nós temos apenas uma bala e espadas, quem morrer perde. - diz ele já empunhando sua espada.

- Tudo bem então, se eu ganhar sua tripulação é minha. - Malia diz puxando sua cimitarra.

"Fogo"

Os dois fazem seus disparos, o tiro de Malia passa ao lado do rosto do Capitão, quase acertando o marujo em volta, já o tiro do capitão acertou em cheio o braço de Malia, que cai de joelhos.

- Sério? Rápido assim? - o capitão abaixa sua arma e caminha lentamente até Malia.

- Ainda não acabou, eu não estou morta. - diz Malia com um leve gemido de dor e fazendo força para se levantar.

O capitão da um golpe com sua espada que é defendido por Malia, eles começam a trocar golpes, ambos atacavam e defendiam muito bem, todos aparentavam estar apreciando aquela batalha.

Os dois recuam e se encaram durante um tempo, Malia começa a andar devagar em volta do capitão, esperando o momento certo para desferir um bom golpe, então rapidamente o capitão da um golpe na altura do pescoço dela, um golpe rápido, mas não tanto quando ela, que se esquiva e da um corte rápido, arrancando a mão do capitão, no mesmo instante ele cai desarmado, e com muito sangue saindo de sua mão.

- Tudo bem, você ganhou, pode levar minha tripulação com você, mas eles não vão te respeitar, você é uma mulher qualquer. - o capitão diz segurando seu pulso com força tentando prender um pouco do sangue.

- Não, ainda não ganhei. - Malia diz colocando sua espada no pescoço do capitão Filiam.

Os marujos não falam nenhuma palavra.

- Não vai nem dizer seu nome gracinha? - o capitão continua sendo debochado.

- Malia Teach.

- Teach? - o capitão logo foi silenciado com um corte em seu pescoço.

Malia guarda sua cimitarra e olha em volta para os marujos, eles estão se olhando, e então todos olham para ela.

"Bem vinda Capitã Malia"

Bom, Malia tinha conquistado uma tripulação mas ela ainda não conhecia nenhum daqueles homens, não sabia como comandar aquele navio quando eles partissem, não tinha experiência nisso e precisava ganhar a confiança dos marujos, eles com certeza não obedeceriam as ordens dela, mesmo sabendo que é filha de Edward.

Os marujos voltam para a taverna, para beber, porém um deles passa por Malia.

- Eu era o braço direito dele, esse cara tinha pensamentos de uma criança de 5 anos, já estava na hora de mudar de capitão. - ele dá um leve tapinha no ombro de Malia, que dá um gemido de dor pelo tiro que levou e ainda estava sangrando.

Uma mulher se aproxima de Malia.

- Quer que eu cuide desse ferimento? Eu sou Kiara, muito prazer.

A julgar pelas roupas, era óbvio que era uma prostituta, mas Malia não estava em condições de rejeitar cuidados. Após um tempo Kiara leva Malia para seu quarto onde ela retira estilhaços da bala, e faz um curativo em seu braço.

- Obrigada. - Malia olha para a moça. - Seus olhos, você é chinesa?

- Sim, eu fugi de casa, Nassau foi onde eu pude me estabelecer, e essa é minha única forma de sobrevivência... No bordel. - a moça diz se levantando da cama.

- Você sabe fazer alguma coisa? Sem ser sexo? - Malia pergunta um pouco envergonhada

- Sou muito boa com Katana, mas não serve de nada já que não saio daqui.

- Se você quiser você pode se juntar a minha tripulação. Sou a nova capitã do novo navio na baía.

- É muita gentileza mas acho que não seria uma boa ideia.

Malia se levanta e segura o braço de Kiara a virando para trás, Kiara estava com os olhos lacrimejando.

- Porque você está chorando? - Malia diz enxugando as lágrimas que escorriam no rosto de Kiara.

- Eu era escravizada por meus pais na China e quando eu decidi fugir, meu pai disse que eu seria prostituta e nada mais que isso. - Kiara enxuga suas lágrimas e da um suspiro, se sentando novamente na cama.

Um homem abre a porta e vê as duas, elas o encaram.

- Que beleza, duas por uma? - o homem esbanja um sorriso no rosto.

Malia puxa sua cimitarra indo em direção ao homem e ele rapidamente se retira e fecha bate a porta.

- Você sente algum tipo de atração por homens desse tipo? - Malia diz em tom de ironia.

- Não sinto atração por homens, esse é apenas meu trabalho. - Kiara diz olhando nos olhos de Malia, que se sente um pouco intimidada.

- Então está feito, você vem comigo, vou te tirar desse inferno. - Malia segura a mão de Kiara e se retira junto a sua nova amiga.

O navio partirá a caça de um tesouro, um cálice de prata enterrado em uma ilha próxima, ao norte, foi entregue a Malia um papel com uma charada para encontrá-lo. Era assim que os piratas ganhavam dinheiro, achando riquezas escondidas e as vendendo para burgueses, saqueando outros navio, ou fazendo suas piratarias do dia a dia.

Teach: A História ContinuaOnde histórias criam vida. Descubra agora