Os medos do gato (2 de 3)

1.6K 94 93
                                    

Sinopse deste conto: Leonel ama Arcano, e este forte sentimento o assusta. Nunca antes sentiu tanta necessidade de estar próximo a uma pessoa.


DICA: Para quem ainda não tinha lido a coletânea "Gatos Pervertidos", saiba que a partir daqui começam os Easter-eggs dos contos anteriores (a começar pelo próprio Leonel, que apareceu no conto "Um Gato Misterioso").

Portanto, se você pulou direto para este conto e ainda não leu os outros, recomendo que volte ao primeiro ;-)


◊•◊•◊



Caso tenha ignorado a música no capítulo anterior, esse é um bom momento para ouvi-la (prestando atenção na letra).

Se não sabe inglês, RELAXA.

Este vídeo está com a tradução:


Ok... Agora você está na VIBE CERTA para ler a continuação!



❤️



Dois anos depois, nos dias atuais...

Aquele sábado estava mais frio que o normal, pois o sol se escondia com frequência atrás das nuvens. Arcano entrou no Alfa Romeo e bateu a porta com mais força que o necessário, soprando o hálito quente nas mãos enquanto espiava seu celular largado no banco ao lado. Tinha mais de dez chamadas perdidas de Leonel, e esse havia sido o motivo pelo qual não o havia levado no escritório. Porém seu novo secretário – aquele imbecil sem noção - o interrompera no meio da reunião dizendo todo alarmado diante dos quinze investidores que "seu amante está louco atrás de você".

— Leonel, seu desgraçado...

"Ele sabia que eu estava numa reunião", pensou, bufando. "Fez de propósito!"

Com as mãos apertando o volante do veículo ainda desligado, Arcano respirou fundo. Quase havia perdido o apoio de um dos investidores por conta da peraltice do sommelier, e agora estava com o olhar fixo na rua à sua frente, como um caçador em busca de um rato furtivo.

Deu a partida, decidido.

♦•♦•♦

Leonel parou diante da prateleira de bebidas de seu bar procurando por uma garrafa específica. Retirou da cabeça a bandana – que sempre vestia ao melhor estilo Axl Rose – e ajeitou os cabelos com os dedos, colocando a faixa de volta logo em seguida. As mechas castanhas, que chegavam aos seus ombros largos, quase nunca eram presas de outra forma. Leonel achava que assim ficava mais confortável. Mais "solto".

Para ele, tardes de sábado como aquela eram os dias mais rentáveis. Apesar de o estabelecimento ficar numa rua praticamente deserta, escondido entre fábricas de tecelagem, o movimento tinha aumentado ultimamente. As pessoas se reuniam ali depois do horário de almoço, e Leonel andava de um lado a outro, servindo canecas e torres de chopp, e vez ou outra mixando excêntricos drinques atrás de seu balcão.

Gatos Pervertidos - Contos YAOIOnde histórias criam vida. Descubra agora