A verdade é que mesmo você tendo muitas garotas lindas aos seus pés com uma vida sexual bastante agitada, chega determinado ponto da sua existência que a solidão é a única e fiel companheira, onde trocaria toda vida de curtições pelo amor de uma única pessoa. Era assim que eu me sentia ultimamente. O pior de tudo era que as pessoas ao redor já começavam a perceber que a pedra de rocha Bárbara Lancelotti não era tão inabalável assim e que minha vida de pegadora de meninas indefesas, quer dizer, não tão indefesas assim, estava com os dias contados.
Falando assim vocês devem achar que devo ser uma idosa da terceira idade que passou a vida toda na curtição e que ao final da vida está carente de amor e desejo, porém enganam-se, pois eu tenho somente 22 anos, mas essa vidinha medíocre que levei desde os 16 anos já estava me cansando.
As coisas deveriam está realmente feias já que até os meus pais me chamaram para uma conversa "importante", do jeito que eles eram tão dispersos e avoados e nunca se ligavam no que acontecia com a filha única deles, era de se estranhar essa suposta conversa.
--Bárbara, sua mãe e eu estamos muito preocupados com você. Não está mais querendo participar da Escola Dominical e nem do coral da Igreja, está cada vez mais magra, não tem mais vida social. Que exemplo você dará aos nossos fiéis?–meu pai demonstrava uma intensa preocupação naqueles olhos tão expressivos quanto os meus.
--Sim filha, minhas amigas do clube têm reclamado que você não participa mais das festas e nem aceita os convites para sair com as meninas da sua idade, isso precisa mudar. –minha mãe falava inconformada prendendo a vasta cabeleira em um coque mal feito.
--A Sra está mais preocupada com as suas amiguinhas fúteis e falsas do que comigo. Até hoje me questiono o motivo de colocarem uma filha no mundo se nunca tiveram tempo para mim, sempre se preocuparam apenas com a droga das aparências. –respondi friamente porém sem gritar expressando toda minha indignação e meu descontentamento com essa situação.
Mais do que depressa corri para o meu quarto e mesmo com os protestos dos meus pais, tranquei a porta, tirei meus sapatos e simplesmente deitei na minha cama pensando no que fazer com a minha vida. Apesar de ultimamente andar cada vez mais emotiva, ainda havia um lado predominantemente em mim sedento por luxúria, sexo, desejo, carne...
Enquanto estava viajando geral entre as minhas reflexões interiores, fui despertada pelo som do meu celular para o mundo real. Ao olhar o visor, percebi que se tratava de um número desconhecido, um fato até estranho porque apenas pessoas da família, alguns seres da época da escola e os atuais colegas da faculdade possuíam o meu número pessoal.
--Alô, quem está falando? –perguntei ainda curiosa para saber quem era a pessoa que me ligava.
--Glenda, é você meu amor? Até que enfim você me atendeu, amei a noite que tivemos e gostaria de repetir a dose. –esqueci de mencionar que para não descobrirem minha verdadeira identidade, usava nomes falsos. Ainda fiquei um longo tempo tentando em vão reconhecer quem era a dona daquela voz desafinada.
--Glendinha, você está na linha? O que acha de sairmos novamente hoje e nos encontrarmos naquele mesmo lugar? Sabia que meu seio esquerdo ainda está marcado com a mordida que você deu nele? –a voz da garota misteriosa insistia.
--Desculpa, mas acho que você ligou errado. –pela primeira vez estava me sentindo suja e imoral por ficar com tantas pessoas e trair o meu namorado constantemente.
--Qual é loirinha? Vai dizer que não se lembra de mim? Sou a Érica, aquela garota com quem você passou uma noite esplêndida há dois meses atrás. –se ela soubesse que eu não lembrava nem mesmo das que eu comia no dia anterior... –A japonesa que não queria te dá bola por ser uma pessoa comprometida, nos conhecemos na festa do banana do Felipe até que você me mostrou o verdadeiro lado do amor que existe apenas entre duas mulheres. Esperei sua ligação todo esse tempo, mas como você não entrou em contato precisei engolir meu orgulho e te ligar. –depois de todo o relato da garota não foi difícil lembrar de quem se tratava, as que se faziam de difíceis... Mas depois acabavam na minha cama, eram as melhores e mais deliciosas.
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Um desejo insano chamado Letícia
Literatura KobiecaBárbara é uma adolescente heterossexual, filha de pastores de uma grande igreja evangélica reconhecida nacionalmente. Após a chegada de uma nova colega de turma, seus conceitos começam a mudar fruto de um desejo cada vez mais incontrolável.