Capítulo 15

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Meu coração parece que vai explodir de tão forte que ele bate! Eu fico tonta com a ideia de ver a minha pequena Mine jogada no canto da rua.
Eu sigo a vizinha, na minha cabeça a mesma frase se repete, não a minha Mine, não a minha Mine.
Quando chegamos perto do animal, eu me agacho para ver. Gotas de agua escorrem pelo meu rosto. Se trata de um gatinho branco. Não há sangue, mas o seu corpo não vive mais. A pancada certamente causou uma hemorragia interna. Tem uma coleira bege em seu pescoço, na qual eu não ouso tocar. Mas podemos ler facilmente Margarida nela.
"Não é o meu."
Eu quase que grito estas palavras para a vizinha que me olha sentindo muito.
"Mine tem uma pequena coleira azul e um sino. E também, ela é muito mais gordinha."
"Aii! Eu sinto muito de ter te deixado preocupada."
"Não foi nada, você não tinha como saber. E poderia ser... ela."
"Vou ligar para que venham buscar esse bichinho."
Eu olho para o gatinho e me coloco por um instante no lugar do dono... Isso será a infelicidade de alguém... Pobre Margarida.
"Deixe, eu vou cuidar disso."
Voltando para casa, eu ligo para os bombeiros para avisar sobre a pequena Margarida. É o mínimo que posso fazer.
Tiro a minha roupa molhada e me enrolo no cobertor quentinho. Olho para a almofada vazia da Mine. Eu sei muito bem como ela é. Ela não pode sair por vários dias, agora resolveu recuperar o tempo perdido. Respiro fundo para liberar o stress.
Meu telenovela toca, uma mensagem do Matt:
"Oi! Como vai a minha pequena bola de pelos?"
Ahhh, ainda abalada pelo que acabou de acontecer eu fico em lagrimas!
Eu respondo:
"Ela ainda não voltou para casa."
Olho tempo pela janela, a chuva diminuiu mas podemos ouvir alguns trovões ainda. Não gosto que ela esteja na rua com essa tempestade..
Pego um livro e vou ler para a cama, esperando que o sono chegue...
Quando acordo, de manhã, eu espero encontrar a carinha da Mine perto do meu rosto mas... nada.
Preciso me arrumar para o trabalho, já na rua, eu olho triste para o meu telemóvel com o fundo de tela da Mine. Não devo me preocupar, ela vai voltar.
Quando chego ao trabalho, um pouco atrasada, Matt já lá está.
"E aí senhoruta! Você não parece bem."
"Ahh não, estou preocupada com a Mine. Ela não voltou, e ontem, eu pensei que ela havia sido atropelada!"
"Ahn? Como assim?!"
"Minha vizinha me chamou ontem à noite para dizer de um gato que foi atropelado na rua do meu prédio... imagina como eu fiquei..."
"..."
"Cheguei na rua, segui a vizinha, mas não era a Mine. Pensei que iria vomitar."
"Não se preocupe! Ela vai voltar, ela só está retomando a liberdade agora que ela melhorou, só isso."
"Sim, você tem razão. Mas o susto de ontem..."
"Nem me diga...olha Gabriel passou aqui antes de você chegar. Ele quer falar com você no seu escritório."
"Ahn? Porque?"
"Não sei... Talvez para nos passar mais trabalho... E depois o que você faz nesse escritório não me compete a mim..."
"Matt!!!"
Ele parece bem feliz com a sua piadinha...
"Vou passar no café antes. Quer que eu traga alguma coisa para você?"
"Não, obrigado."
Colin já está no café. Eu até penso em dar meia volta mas isso seria ridículo.
"Colin..."
"Mia."
Eu não estou nem um pouco afim de ouvir os seus comentários indiscretos, sua especialidade.
"Você não parece muito bem."
"Sim sim, tudo bem."
Eu não o devo estar convencendo muito, mas eu não estou afim de me abrir com ele. Depois ele vai ficar me enchendo, não obrigada.
"Pegue."
Colin me oferece um pacote de biscoitos amanteigados.
"Ehhhh..."
"Eles não estão batizados, a sério!"
Nós dois rimos, é a primeira vez. Finalmente, podemos dizer que essa história ridícula do bolo foi regularizada.
Eu olho para ele como se tivesse visto a Virgem. Colin gentil, não estou acostumada.
"Você está sempre em pausa ein..."
As palavra escaparam antes que eu pudesse segura-las. E eu a pensar que a nossa relação estava a começar a melhorar...
"..."
"Eu quero dizer que sempre te vejo aqui..."
A expressão de Colin fica serena.
"O ambiente me enche um pouco... Então, eu faço o meu trabalho e pronto."
"O ambiente?"
"Sim. As pessoas, a fofocas, tudo isso..."
Ficou bem claro para mim que as pessoas não fazem parte das suas preferências.
"Aba ok... Matt me disse que você tem uma banda de rock."
"Sim."
Colin sempre muito falante.
"Preciso ir. Até mais Mia."
"Ahhh... Hmm... Até mais Colin."
É a primeira vez que tenho uma conversa mais ou menos normal com o Colin, confesso que estou um pouco admirada...
Quando chego no escritório de Gabriel, uma pessoa acaba de fechar a porta. Não se trata de qualquer pessoa, Cassidy...
Ela está sempre estupidamente linda. Eu me sinto tão pequena perto dela...
"Senhorita Jackson."
Eu sinto tanto desprezo em sua voz.
"Bom dia."
"Eu espero que você não tenha trazido todo o seu zoológico..."
Cadela
Se eu fosse escolhida para dar o prémio para a pessoa mais antipática e desagradável do mundo, ela seria a grande vencedora.
"Compreenda, se eu tivesse escolha eu teria feito diferente."
"Compreenda, se todo mundo trouxesse seu animal doente para aqui, nós estaríamos em sérios apuros."
Nesse exato momento, eu estou morrendo de vontade de quebrar os seus dentes.
"O que você faz aqui? Você não deveria estar em sua mesa, como todo o mundo?"
"Eu vim falar com o meu gerente."
Ela me fixa com um olhar condescendente.
"Ele está muito ocupado. Volte mais tarde."
"Ele me pediu para vir vê-lo, então, suponho que ele terá tempo para me conceder. Agora, eu gostaria de poder passar para poder trabalhar."
Seu olhar está cheio de ódio.
"Hahaha! Você é bem... divertida."
Pode rir, pode rir.
Ela vai embora sem me olhar mais. Eu sinto o cheiro do seu perfume invadir minhas narinas.
Não gosto dela...
Gabriel está ao telefone. Me sinto um pouco mal sobre a nossa última conversa e minha cólera pelo caso do Mark. Ele faz um gesto com a mão para que me sente. De facto, ele parece bem ocupado. Eu me sento calmamente, fazendo o mínimo barulho possível para não atrapalhar o telefonema. Eu cruzo delicadamente minhas pernas e repouso minhas mãos sobre minhas coxas. Eu o vejo dar uma olhadela em minhas pernas, sem perder o ritmo da sua conversa ao telefone. Por algum motivo, sua atitude me desarma. Ele me olha com segurança, esfregando seu polegar contra o indicador, de uma maneira incrivelmente sexy.
"Ok... Não lhe diga nada por enquanto... Deixe acreditar que está por cima. Devemos deixar a presa confiante, antes de dar o bote."
Esta última frase, misturada à intensidade do seu olhar sobre mim, acaba ficando com duplo sentido...
"Me mantenha informado assim que a fase B seja iniciada. Vou desligar. Estou muito bem acompanhado."
Oh!
"É isso. Sempre... Tchau."
Quando ele desliga, sorri par mim.

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⏰ Última atualização: Jan 14, 2019 ⏰

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