Capítulo 13

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Mas é claro! A pasta que vi no meu computador, no meu primeiro dia!
Sinto a excitação de ser uma pessoa que burla as regras assim que reencontro a pasta.
Sozinha, e diante dos meus olhos a pasta gritando "me abra".
O que fazer? O que fazer...?
Ao mesmo tempo, essa Cassidy é uma vaca...
Ok, eu sei que não é normal levar um gato para o trabalho... mas fala sério! Para que o prazer dure mais tempo, eu olho as informações da pasta com um clique com o botão direito: 123Mb e 34 pastas, certamente são fotos!
Um sorriso maquiavélico se forma em meu rosto. O que você esconde ein Cassidy?
"Ei Senhorita, você está com uma expressão bem diferente! O que você está aprontando?"
"O que... Hmm... nada, nada mesmo. Quer dizer, sim! Sim, sim, eu trabalho..."
Matt me olha de um jeito desconfiado. Ele deve se perguntar se eu não sou um pouco louca. Fecho rapidamente as janelas e volto ao trabalho.
Foi um dia inteiro de trabalho duro, sem pausas. Eu supervisionei o Matt como se ele fosse uma criancinha e o proibi de parar para almoçar... ás vezes ele dava uma risadinha quando a Mine se manifestava.
(...)
Já são  22horas quando terminamos. Matt vai embora e eu levo os arquivos ao escritório de Gabriel. Fico surpresa em vê-lo lá ainda, na escuridão do seu escritório.
"Gabriel... prontinho. Nós terminamos o projeto valverdes. Está tudo aí!"
"Muito bem! Deixe aí... eu enviarei ao cliente amanhã de manhã."
Ufa, tenho a sensação que consegui soltar uma frase sem gaguejar! Não sei porque mas estou impressionada.
Assim que me viro para ir embora, ele me chama.
"Espere um segundo."
Ele se levanta e se aproxima de mim. No escuro, eu tenho a impressão de que seu olhar mudou, como se ele tivesse mais sombrio.
"Eu sabia que podia contar com você. Você não deve se desvalorizar nunca..."
"Hmm... sim... eu..."
Seu rosto está apenas a centímetros do meu, meu coração bate tão forte no meu peito que eu tenho a sensação de que ele pode ver. Estamos sozinhos, não há nenhum barulho. As luzes da cidade dão um ambiente particular. Quando ele coloca suas mãos nos meus ombros, minhas pernas ficam moles.
"Hei? Tudo bem?"
Gabriel me segura com doçura, colocando uma mão em minhas costas.
"Sim,sim. Desculpe. Eu só estou um pouco esgotada, depois desse dia."
E se você pudesse evitar me tocar com essas suas mãos...
"Ah! Claro. Eu entendo... quer que eu te leve a casa?"
"Não!!"
Eu respondo antes de pensar. Estar sozinha com ele num lugar ainda menor não seria viável.
"Eu... eu vou respirar um pouco de ar fresco. Andar um pouco me fará bem."
"Como quiser."
Eu quase fujo do escritório, ele deve pensar que sou uma louca...
Guardo as minhas coisas bem rápido, pego o saco onde está a Mine, para evitar encontrar com ele de novo.
Quando chego na rua, eu recupero o fôlego!
Ahhh! O que foi isso?
Porque me sinto tão vulnerável quando estou sozinha com ele? Porque ele não pode me tocar sem que meu coração dispare? Porque ele sempre tem que ficar tocando nas pessoas?
Quando chego a casa me sinto exausta. Eu espero que dias como esse não sejam frequentes...
Deito a Mine na sua cama, passei no veterinário no caminho, ele me aconselhou a deixá-la em jejum mais está noite.
Eu me apoio na janela e mais uma vez não consigo parar de pensar no Gabriel... seus comentários são estranhos. Ele domina a arte de cobrir os próprios rastros. Com ele é impossível saber se são simples cumprimentos, ou se há algo mais.
Você está imaginando coisas Mia.
Minha mãe sempre me dizia, que a vida é feita de encontros surpreendentes. Ela era tão sabia... segura. Nós éramos muito próximas. Ela minha melhor amiga, minha confidente. Agora, ela deixou um vazio. Um buraco enorme que eu nunca vou conseguir preencher. Eu sempre penso nela, na verdade ela está sempre em meu coração.
Ela nos deixou há cinco anos, cancro... mas eu tenho a sensação de que foi ontem... eu a vejo ainda, no quarto do hospital tão frio, a lutar até ao fim, sem fraquejar nem um instante. Ela nos ensinou o que é coragem, ela lutou por nós. Mesmo quando o médico disse que suas chances eram poucas...
Quando ela me contou, eu estava voltando da faculdade. Ela estava sentada na sala, com o olhar perdido no vazio, tão sozinha...
Meus pais estavam separados, meu pai foi viver suas aventuras. Eu acho que nunca perdoei de verdade o seu egoísmo...
Que saudades mãe.
Queria tanto poder ligar para ela... ao menos uma vez mais... perguntar como ela está, o que ela fez hoje... contar sobre as minhas dúvidas, minhas angústias... pedir conselhos... rir com ela... escuta-lá dizer o quanto está orgulhosa de mim... lhe dizer que a amo antes de desligar.
Como meu pai é complicado. Ele nunca esteve muito presente. Eu falo com ele às vezes por telefone, quando ele não está perdido do outro lado do mundo.
Enfim... temos que seguir em frente. É isso que eu tenho de fazer.
Eu esperava encontrar o amor, nesta nova vida, mas se eu puder evitar que seja o meu gerente, será melhor!
Saio dos meus pensamentos com o toque do telemóvel.
Falando no diabo...

Is it Love? Mia & GabrielOnde histórias criam vida. Descubra agora