2º Capítulo

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Corri para a floresta, senti a presença de um coelho. Virava a cabeça de um lado para o outro. Eu sei, ele ja descobrio que eu vim. Ele sabe que o vou apanhar, como apanhei todos os outros. Vou arrancar a sua cabeça e beber todo o sangue do que lhe corre nas veias. 

O sangue escorria-me pelo queixo, passei o dedo na gota e mergulhei-o na minha boca. Esta sensação de nunca estar saciado, há 200 anos que não sai de mim. 

Nat. Ele está mesmo atrás de mim. Já o aturo a muito tempo! 

"Diz Nat." -viro-me.

"Harry, que má educação sair assim do Pub sem agradecer á pobre rapariga." -ele diz com aquele olhar que me incomoda. Ele vai preceguir-me por quanto tempo...

"Diz lá de uma vez o que queres." 

"Ele vem atrás de mim Harry..." -aproximou-se num fechar de olhos. -"...e de ti!" -franzi a testa. 

"Dilon..." -pensei e disse baixo. 

"Tu sabes que se ele nos encontra...mata-nos!" -o Nat passa a mão na cabeça. Eu sei que ele tem medo. 

"Não tenho medo!" -ele olhou para mim. O olhar dele era como se me dissesse que eu devia ter. 

"Harry, temos que ir embora. Apenas por uns tempos para ele nos perder o rasto!"

"Eu não vou embora! Fugir nem sempre é o suficiente. Somos eternos lembras-te? Ele encontra-nos mais dia menos dia!" -disse e corri novamente pela floresta até chegar a casa. 

Só me faltava agora o Dilon querer resolver assunstos de há tantos anos! E o Nat! O Nat só vem quando precisa da minha ajuda! Esta minha sede de matar alguém...

O meu whisky? Enquanto o verto para o copo, ouço cada gota cair no fundo. 

O telemóvel toca. A minha doce Trish. 

"A que se deve a tua chamada?" -a minha voz roca fala.

"Vamos encontrar-nos?" -ela falava e eu já a imaginava na minha cama.

"Claro, vem cá ter." 

"Até já Harry!"

O som da campainha entoa pela minha sala amplã. Chego á porta rápido, abrindo-a de seguida. 

Agarro as costas da Trish apenas com o braço e encosto-a á parede arrastando a mão pelo seu corpo de modelo. Os nossos beijos são intensos. A minha lingua passa para o pescoço deixando a pele dela arrepiada. Como já conheço tão bem o corpo dela, cada ponto, cada canto. Desci para o seu peito. Parecia vir um cheiro muito forte de sangue...

 Estou sedento, nunca me senti tão assim. Eu consigo sempre controlar-me, mas hoje está a ser tão, tão difícil! Ao aproximar-me novamente do pescoço dela perdi todo o meu controle e os meus dentes saíram cravando o pescoço da minha amiga. Bebi até não haver mais. 

Olhei para o que tinha feito e via uma rapariga desfeita no meu sofá. Morta. Ela confiava em mim. Sabia o que eu sou. Tirei o corpo dela da minha casa e enterrei-o na floresta como maioria das vezes faço. 

Passei pelo Pub, olhei para dentro e estava a rapariga de cabelos escuros com o seu sorriso brilhante. Ela deixava o meu sangue a ferver como...como a Evelyn. 

Entrei por querer saber mais. Ela vinha na minha direção e eu quase sentia o sabor do sangue dela na minha lingua. Os meus olhos estavam a mudar e eu tinha de controlar mas estava tão difícil!

Ela estava á minha frente.

"Estás bem?" -a sua voz suou.

"Sim." -controlei a transformação e olhei para ela. -"Traz-me um whisky." 

"Por favor." -ela disse com uma voz tão angelical que não consigo deixar de sorrir com a resposta dela. 

"Por favor." -repeti. 

Ela foi buscar o meu pedido e não tirei os olhos dela todo o tempo. Consegui ouvir a conversa que ela tinha com a colega do balcão. 

"Rose, aquele cliente não tira os olhos de ti!" -acabava de descubrir o nome dela. Era perfeito como tudo nela. 

"Pára com isso!" -ela encolheu os ombros e sorriu. 

"Mas ele é giro, aproveita!" 

Só agora pensei. Rose para ser tão perfeita tem que ter uma inperfeição! E eu ia descobrir, mas antes disso limitei-me a sorrir e a convida-la para se sentar um pouco comigo. 

"Então Rose, o que te fez mudar para cá?" -a minha pergunta pareceu não a deixar muito confortável mas ela preparava-se para responder. E eu estarei para ouvir.

Black is EverythingOnde histórias criam vida. Descubra agora