Corri para a floresta, senti a presença de um coelho. Virava a cabeça de um lado para o outro. Eu sei, ele ja descobrio que eu vim. Ele sabe que o vou apanhar, como apanhei todos os outros. Vou arrancar a sua cabeça e beber todo o sangue do que lhe corre nas veias.
O sangue escorria-me pelo queixo, passei o dedo na gota e mergulhei-o na minha boca. Esta sensação de nunca estar saciado, há 200 anos que não sai de mim.
Nat. Ele está mesmo atrás de mim. Já o aturo a muito tempo!
"Diz Nat." -viro-me.
"Harry, que má educação sair assim do Pub sem agradecer á pobre rapariga." -ele diz com aquele olhar que me incomoda. Ele vai preceguir-me por quanto tempo...
"Diz lá de uma vez o que queres."
"Ele vem atrás de mim Harry..." -aproximou-se num fechar de olhos. -"...e de ti!" -franzi a testa.
"Dilon..." -pensei e disse baixo.
"Tu sabes que se ele nos encontra...mata-nos!" -o Nat passa a mão na cabeça. Eu sei que ele tem medo.
"Não tenho medo!" -ele olhou para mim. O olhar dele era como se me dissesse que eu devia ter.
"Harry, temos que ir embora. Apenas por uns tempos para ele nos perder o rasto!"
"Eu não vou embora! Fugir nem sempre é o suficiente. Somos eternos lembras-te? Ele encontra-nos mais dia menos dia!" -disse e corri novamente pela floresta até chegar a casa.
Só me faltava agora o Dilon querer resolver assunstos de há tantos anos! E o Nat! O Nat só vem quando precisa da minha ajuda! Esta minha sede de matar alguém...
O meu whisky? Enquanto o verto para o copo, ouço cada gota cair no fundo.
O telemóvel toca. A minha doce Trish.
"A que se deve a tua chamada?" -a minha voz roca fala.
"Vamos encontrar-nos?" -ela falava e eu já a imaginava na minha cama.
"Claro, vem cá ter."
"Até já Harry!"
O som da campainha entoa pela minha sala amplã. Chego á porta rápido, abrindo-a de seguida.
Agarro as costas da Trish apenas com o braço e encosto-a á parede arrastando a mão pelo seu corpo de modelo. Os nossos beijos são intensos. A minha lingua passa para o pescoço deixando a pele dela arrepiada. Como já conheço tão bem o corpo dela, cada ponto, cada canto. Desci para o seu peito. Parecia vir um cheiro muito forte de sangue...
Estou sedento, nunca me senti tão assim. Eu consigo sempre controlar-me, mas hoje está a ser tão, tão difícil! Ao aproximar-me novamente do pescoço dela perdi todo o meu controle e os meus dentes saíram cravando o pescoço da minha amiga. Bebi até não haver mais.
Olhei para o que tinha feito e via uma rapariga desfeita no meu sofá. Morta. Ela confiava em mim. Sabia o que eu sou. Tirei o corpo dela da minha casa e enterrei-o na floresta como maioria das vezes faço.
Passei pelo Pub, olhei para dentro e estava a rapariga de cabelos escuros com o seu sorriso brilhante. Ela deixava o meu sangue a ferver como...como a Evelyn.
Entrei por querer saber mais. Ela vinha na minha direção e eu quase sentia o sabor do sangue dela na minha lingua. Os meus olhos estavam a mudar e eu tinha de controlar mas estava tão difícil!
Ela estava á minha frente.
"Estás bem?" -a sua voz suou.
"Sim." -controlei a transformação e olhei para ela. -"Traz-me um whisky."
"Por favor." -ela disse com uma voz tão angelical que não consigo deixar de sorrir com a resposta dela.
"Por favor." -repeti.
Ela foi buscar o meu pedido e não tirei os olhos dela todo o tempo. Consegui ouvir a conversa que ela tinha com a colega do balcão.
"Rose, aquele cliente não tira os olhos de ti!" -acabava de descubrir o nome dela. Era perfeito como tudo nela.
"Pára com isso!" -ela encolheu os ombros e sorriu.
"Mas ele é giro, aproveita!"
Só agora pensei. Rose para ser tão perfeita tem que ter uma inperfeição! E eu ia descobrir, mas antes disso limitei-me a sorrir e a convida-la para se sentar um pouco comigo.
"Então Rose, o que te fez mudar para cá?" -a minha pergunta pareceu não a deixar muito confortável mas ela preparava-se para responder. E eu estarei para ouvir.
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Black is Everything
Teen FictionHarry conhece uma jovem no café onde bebe o habitual whisky todos os dias. Ela parece tão banal.... mas, todos escondem um segredo.