Prólogo

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 Jullio, uma criança de 12 anos, vivia num padrão que a enlouquecia. Morava com o pai e a mãe, e todos os dias, pra ele, eram os mesmos. A rotina, o padrão dos dias, ele queria que todos os dias fossem diferentes, para que ele pudesse ser feliz.

 Seu pai não dava atenção ou carinho a ele, e sua mãe trabalhava demais. Jullio sempre ficava, todos os dias, na frente do seu computador nas horas vagas, porque era o único lugar em que não tinha rotina ou um padrão. Sempre havia novas coisas pra ele fazer. Ele vivia sozinho, à frente de um PC.

 O tempo passa. Ele completa 18 anos, e tem o sonho de conhecer o desconhecido. A lenda da consciência viva. Um tipo de religião morta que seu avô contava. Parecia uma história de criança que seu avô contava e era muito fantasioso, não parecia ser real. Mas, Jullio tinha coordenadas que seu avô o disse. Um lugar bem longe de casa, nas florestas de Austrália.

 Era um sonho impossível, mas ele estava curioso, e era o único jeito de acabar com o padrão excessivo e torturante que ele vivia.

 Ele finalmente tinha conseguido seu emprego dos sonhos depois de um tempo; ser engenheiro TI. Ele ganhava bem, era um profissional. Depois de alguns anos, 4 anos, pra ser mais exato, ele finalmente toma coragem de viajar pra Austrália conhecer o lugar.

 Ele foi. Tudo passava tão rápido, parecia que segundos atrás ele estava em casa, mas agora ele está embarcando em seu avião. Ele implorava que acontecesse algo incrível ou coisa parecida lá.

 Foi uma viagem longa, se passou 35 horas dentro do avião, até chegar em Sydney. Lugar perto de onde seu avô disse. Parecia ocorrer tudo muito bem, mas aconteceu algo na hora do pouso. Jullio estava olhando pela janela, a paisagem, mas ele viu um vulto branco, como um feixe de luz muito forte, passando e cortando a asa do avião ao meio, fazendo um barulho estrondoso. Ele ficou cego por alguns segundos, de tanta luz que penetrou seus olhos, como uma granada de luz 10 vezes mais forte que o normal. Ele só ouvia o alarme do avião apitando desesperadamente juntos com todas as pessoas presentes do avião, que rodava no ar, se quebrando aos poucos. Não tinha como sobreviver.

 Aconteceu a batida, o avião caiu no chão no meio das matas, quebrando qualquer árvore no caminho, fazendo um rastro enorme pelo chão. Milagrosamente, Jullio acorda com um espasmo. Não era possível. Ele não tinha sequer um arranhão. Seu coração batia forte, muito forte, ele quase não conseguia respirar de tensão e medo.

- Aquilo não era um raio, definitivamente. – Jullio pensou consigo mesmo.

 Não havia chuva, nem mesmo nuvem, tinha aparecido do nada. Além do avião ter caído e Jullio não ter UM arranhão, não havia sangue, ou sequer resquícios de todas as pessoas que estavam ali. Nada.

 Tentando se acalmar, Jullio pensou que as coisas que seu avô contava era verdade. Mas como? Como seu avô sabia que isso existia? Ele estava perplexo, não conseguia mexer um músculo de medo e estava frio. Muito frio.

 A parte da frente e a parte de trás do avião também tinha sumido. Jullio se levanta com suas mãos tremendo muito, uma coisa anormal.

- Meu deus, que porra é essa, caralho, o que eu faço, merda! – Jullio grita de desespero.

 Ele caminha pela parte do avião, chega ao fim e olha a mata densa e perigosa à sua frente. Ainda tremendo, com dificuldades, ele joga as maletas no chão e tenta arrombá-las, mas não tinha como. Ainda tinha algumas sem trancas, mas ele só achava roupas e celulares e coisas padronizadas que as pessoas levam nas viagens.

- T-tem q-que ter algo, tem que ter!

 Ele não achava nada de interessante que ele poderia usar, além das roupas que ele podia se aquecer. Jullio, com muito frio, pegou um moletom de lã laranja com uma textura parecida com aquelas roupas que algumas pessoas usam no São João no Brasil. Ele olhou sua mala, que continha água, suco, e alguns biscoitos. Era muito peso em sua mala, não tinha como levar tudo sem ele morrer de exaustão no meio da floresta. Ele pegou seu celular e tentou fazer contato. Não tinha sinal algum. Ele teve que jogar seu laptop fora que ele tanto amava. Mas não jogou a câmera que ele levava, para fotografar e filmar tudo que acontecesse para registrar os momentos caso ele sobrevivesse. Mas era um sonho impossível, mas Jullio ainda tinha determinação.

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