Capítulo I

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Oii,  desculpe qualquer erro ortográfico. Boa leitura ^-^

1920

São tempos difíceis para a Coréia, tempos ao qual o Japão tomou todas as nossas terras. Perdemos tudo o que tínhamos direito, temos que nos submeter a situações constrangedoras e humilhantes, o pior nisso tudo é não poder dizer nada, é  não poder pormos nossas opiniões diante aos generais. Algumas pessoas já tentaram se opor contra os militares e seu poder mesquinho , todos foram levados para os comandantes e voltaram para suas casas quase mortos de tanto apanhar.  A 10 anos atrás tínhamos direitos, hoje são apenas memórias de um tempo distante  e feliz.

A chuva cai sobre a janela fazendo alguns barulhos no vidro, o vento sopra fortemente e os galhos das árvores  se mexem violentamente.

-Droga, estou  cansado desses Militares estúpidos. Quem eles pensam que são? - Pergunta  Jackson  extremadamente irritado- Eles tomaram nosso país, tomaram nossos direitos, roubaram nossas crianças e nossas mulheres.  Até quando vamos suportar isso?

Eu apenas observo a grande irritação do chinês, suas palavras não estão erradas ou carregadas de muito  ódio. Ele tem razão no que diz, com a chegada dos militares japoneses acabamos perdendo muitas coisas,vivemos quase como ratos de esgotos. Vivemos com medo, Eu não  julgo os cidadãos coreanos, pois é do ser humano ter medo.

-Não se altere Jackson, ainda vamos dar um jeito nesses vermes- Jinyoung diz animado, seu sorriso é pura maldade e luxúria- Quando isso acontecer, quero a cabeça de Park  donHo  na minha estante.

Não contive o riso, o que resultou os dois rapazes me encarando com as sobrancelhas erguidas. Me aproximo deles lentamente  e ponho sobre a mesa meu livro que estava em mãos.

-Qual é a Piada para que vossa majestade  ache graça? -Jinyoung   pergunta em um tom debochado, o deboche sempre foi o ponto forte de Jinyoung. As vezes  não sabemos quando ele está dizendo algo sério ou está debochando dos outros..

-Nada Junior,  estou apenas distraído em meus pensamentos. -Respondi calmo, eu não quero comprar briga com  ele, seria uma grande tolice de minha parte. -Tenho que ir, sabe que meu pai odeia baderneiros vagabundos.

Os rapazes dão uma gargalhada alta enquanto balançam a cabeça em concordância. Meu pai é  um homem conservador, o mesmo toma muito cuidado para que seu nome não  seja manchado perante a sociedade. Ele sempre me diz que eu continuarei seu negócio, que isso será passado por gerações. Eu não me sinto confortável atrás de uma mesa assinando papéis estúpidos, trocaria esses documentos por folhas limpas, meu sonho é viver da escrita. Publicar varios livros, mas infelizmente meu pai não concorda e acaba sempre dizendo " isso é  coisa de vagabundo, isso é um sonho estúpido que não te levará a lugar nenhum!  filho meu não vira vagabundo".

-Filho meu não vira vagabundo.- Jackson imita a voz do meu pai,  não posso negar, o chinês tem um grande senso de humor.

-Já vou indo rapazes, tenham cuidado.- pego meu casaco e abro a porta-  Jackson  nada de ir aos bares pegar as prostitutas de quinta categoria, lembre-se  que a exposição  começará em dentro de dois dias.

-Não se preocupe, os textos estaram prontos antes do dia chegar.

Apenas assenti  e fechei a  porta, abro meu guarda a chuva seguindo meu trajeto  até meu inferno,ao qual muitos chamam de impresas dos "Im". Muito queriam estar no meu lugar, muitos dizem que tenho muita sorte por ser rico, mas a que preço?  dinheiro vale mais que a felicidade? Acho que não.

A rua está pouco movimentada,  algumas mulheres passam lentamente e alguns homens tentavam não molhar seu terno. Eu realmente  queria passar essa manhã chuvosa escrevendo, são  nestes momentos  que tenho uma grande inspiração e também são nesses momentos  que tenho vontade de morrer. Já sacrifiquei muita coisa por meu pai, já deixei de fazer a faculdade de literatura e até mesmo um grande amor que tive na adolescência por ele. Mas mesmo assim não consigo satisfaze-lo, não consigo fazer ele sorrir para mim.

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