Capítulo Três

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Capitulo 03

O jatinho particular que Kristian havia alugado aterrissou no aeroporto de Ipameri eram vinte horas, foram oito horas de voo sem escalas, direto de Chicago para Goiás. Agatha já havia falado com a mãe e lhe dado mais ou menos à hora que chegaria ao aeroporto. As crianças haviam dormido no voo, mas estavam cansadas, assim como ela também estava. Kris cuidou das malas e um dos empregados da fazenda de seu pai esperava, ela o conhecia desde o tempo que morava ali, era o braço direito de seu pai.

_Noel?

_Dona Agatha? - O queixo caiu de tanta surpresa. - Mas cê mudou muito fia. - se apressou em ajudar com as malas. Pegando-as e jogando na caçamba da caminhonete.

_Meu pai, como ele esta? Teve alguma noticia?

_Antes de vim pra cá deu uma espiada lá pelo hospital, Dona Alana disse que o patrão já ta fora de perigo, o homi e forte como touro, não e um trem no coração que vai derrubar, seu Munhoz.

_Graças a Deus! -Se benzeu e agradeceu. -Pode me levar ate ele? E depois deixar as crianças lá na sede?

_Cê que manda fia. - Viu os dois rirem de conchavo.

Agatha olhou feio para os dois.

_Ele falar engraçado, momy. - Olhou se desculpando.

_Espia só, cê também fala esquisito sabia? - Noel olhou para ambos e franziu a testa. Com toda certeza estava ligando fatos e provas, qualquer um que visse os gêmeos saberia de imediato de que família pertencia, olhos verdes como esmeraldas liquidas e os cabelos negros. Era questão de dias para a cidade toda estar sabendo, por isso iria manter ambos trancafiados na fazenda sem curiosos olhando. Tudo ali tinha mudado, mas a língua ferina das pessoas jamais mudaria fosse onde fosse.

_Falo não. - franziu a testa encarando Noel.

_Filho aqui tem algumas coisas que falamos diferentes dos outros, como você acha estranho a forma que eles falam, eles também acharão estranha a forma ao qual você fala. E você sabe muito bem que não e engraçado rir dos outros. - Olhou feio para os dois.

_Desculpe momy. Desculpe senhor.

_Ah esquenta não fio. Vão bora que cêis devem ta moído da viagem neste trem ai. - Se referia ao avião.

Agatha se acomodou a banco da frente e Kris com as crianças no de traz, a caminhonete era grande cabiam todos. Olhou em volta e como havia mudado tanto Ipameri em onze anos, mais casas, mas lojas, uma universidade e ate aeroporto. Quando saiu daqui teve que ir para Goiânia pra poder pegar o avião.

Olhando aquilo tudo se sentiu aconchegada, se sentiu em casa, onde sua família estava o lugar a qual pertencia.

O seu lugar.

O carro parou na frente do hospital São Paulo, Agatha e Kris desceram.

_Você não precisa vir, vai pra casa com as crianças se instala, eu chego já.

_Tem certeza disso? Posso ficar aqui com você, estou tão cansado quando você querida.

_Eu sei, mas e melhor você ir, ajuda os meninos se ajeitarem lá. Ta bom?

_Sim. Farei isso. Me liga se precisar de alguma coisa? Não estamos em casa, mas me viro.
Ela confirmou com a cabeça e ele lhe deu um beijo.

Agatha seguiu para entrada, falou com a recepcionista e logo foi levada ao quarto onde seu pai estava.

Quarto 213, ela abriu a porta devagar, sua mãe estava com a testa descansando na beirada do colchão enquanto murmurava sem parar era muito devota a santa e a Deus, segurando a mão de seu pai, ele estava ligado a vários fios, tubos, e equipamentos que ficavam apitando e as luzes mudando de vermelho, verde e amarelo. Nunca pensou em ver aquele homem grande, forte, super capaz daquele jeito, derrubado em cima de uma cama, abatido e fragilizado. Ele tinha que ficar bem, tinha que a ajudar a cuidar de seus filhos ensinar aos dois o que ensinou a ela quando criança.

(DEGUSTAÇÃO)As Pequenas Consequências Do Amor-Série Irmãos Valente 02Onde histórias criam vida. Descubra agora