Maldito Chocolate

Dia dos namorados

Finalmente a pior época do ano chegou... bom para muitos pode ser a melhor, mas para mim é terrível. Hoje é dia dos namorados, eu, Okumura Rin, passei a semana toda testando vários tipos de receitas para fazer o melhor chocolate caseiro para a pessoa que eu gosto. Todo ano é a mesma coisa, eu me mato fazendo chocolates mas nunca consigo entregar para quem eu realmente quero.

— Rin, desde o fundamental você tenta entregar essas merdas de chocolates pro Suguro, esse ano você tem que conseguir. — Disse Izumo arqueando as sobrancelhas.

—  Ah, claro, simples assim, vou chegar lá e jogar a porra do chocolate na cara dele, né caralho?

— Você que complica tudo! Só chega no cara e entrega a bagaça e de quebra se declara e oferece seu cu para ele. —  Argumentou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Você faz parecer simples. — Respondi inflando as bochechas.

— Na minha mente tudo é simples, menos contas de matemática. — Falou fechando o caderno.

Estamos na escola, mais precisamente na sala de aula, logo iremos para o intervalo e tenho que dar um jeito de entregar o chocolate para Suguro Ryuji, que é meu crush desde o primeiro ano do ensino médio... e considerando o fato de que estamos no terceiro ano, essa pode ser minha última chance de tentar algo nesta data.

Meu irmão tem perturbado ainda mais nessa semana, eu acho que na mente iludida dele, Yukio acha que os chocolates que eu fiz são para ele. Ridículo. Sorte que ele estuda em uma sala diferente da minha, se não eu ia acabar saindo no soco com aquele maldito. E pra piorar tudo, quatro olhos ficou postando em seu instagram fotos minhas cozinhando e atraindo a atenção de quem eu mais detesto.

Assim que o sinal para o intervalo tocou, sai da sala acompanhado pela minha fiel melhor amiga de cabelos roxos. Coloquei o chocolate em forma de coração que eu fiz em uma bolsinha térmica azul, não posso deixar que nada aconteça com ele. Enquanto andávamos pelo corredor, Amaimon, um garoto de cabelos verdes e expressão perturbada veio em nossa direção. Desde o ano passado esse otário quer meu corpo nu, mas é óbvio que meu corpo belo só pertence a Suguro Ryuji (mesmo que ele não saiba) então é claro que jamais terei nada com esse ai.

— Okumura Rin. — Falou parando na minha frente.

— O que você quer? Estou com pressa. — Falei batendo o pé no chão.

Izumo apenas nos observou, ela não irá se meter se ele não tentar me machucar ou algo do tipo, pois esse é o tipo de pessoa que ela é.

—  Vim aqui para você me entregar o chocolate que fez para mim, eu sei que você gosta de mim. —  Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

Ouvi uma risada baixa escapar dos lábios de Izumo, vagabunda fica rindo da minha desgraça.

— Querido se toca, jamais que eu ficaria dias, como eu fiquei, fazendo algo pra você. — Falei apoiando minha mão na cintura. — Pra você no máximo eu compraria um chocolatinho de dois conto na lojinha, mas nem isso eu fiz porque eu não ligo pra você.

Ele sorriu, como se gostasse de ser pisado por mim, masoquista de merda.

—  Não precisa ser tão arisco, eu vejo como você me olha, posso entender tudo que você sente por mim.

— A única coisa que eu sinto por você é ódio, agora sai da minha frente antes que eu te arrebente.

Para a minha surpresa, ele me obedeceu e continuou a andar lentamente até parar ao meu lado.

—  Mais tarde, na hora da saída, estarei esperando por você, Rin. —  Disse em um tom de voz sombrio e continuou seu caminho pelo corredor.

Encarei Kamiki e ela colocou sua mão em meu ombro direito.