CAPÍTULO 3

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Os convidados já estavam de saída e eu e Livia estavamos organizando o quiosque, e resolvemos deixar as louças sujas para lavar amanhã.

Meus pais já tinham ido embora há duas horas atrás e então fiquei responsável por fechar o quiosque. Ferraz ficou a noite inteira comigo, mas saiu para procurar o amigo e não voltou mais.

Lívia só iria para casa do namorado quando tivesse terminado de me ajudar, ou seja, ela já estava indo.

- Obrigado pela ajuda, Liv. Nos encontramos amanhã no rodeio?

- É claro, amiga. Eu já vou indo, boa noite.

-Boa noite e se cuida, tá?

Despejo um beijo na sua testa, e ela entra no carro de Thiago. Lívia já tem 21 anos, mas pra mim ela é apenas uma criança, não por ser mais nova, mas sim por sua delicadeza.

Tranco a porta da cozinha, desligo a luz do quiosque e vou andando para casa. No caminho, sinto ser observada, e ando em passos mais largos, e em consequência, escuto alguém correr atrás de mim.

Sinto uma mão no meu ombro, e em fração de segundos, consegui  imobilizar a pessoa no chão. Treinar Jiu Jitsu foi a melhor coisa que já fiz.

Porém assim que olho para ver a cara do indivíduo, era o Ferraz. Puta que pariu! Eu errei na certa agora, só Deus sabe a vergonha que estou passando nesse momento.

- Ferraz, eu peço novamente para que me desculpe pelo mal entendido. Eu achei que fosse um estranho... aí que vergonha!

-  Tudo bem, Dianna. - Ele disse sorrindo, acho que tentando me deixar menos envergonhada.

-Está indo embora ou vai se hospedar na pousada?

-Vou ficar por aqui, afinal, tenho que descansar pois amanhã é o grande dia.

-Então, boa noite e bom descanso.

-Agradecido, moça.

Ele enfiou as mãos nos bolsos da calça jeans e se virou indo em direção à pousada. E então eu vou correndo para casa.

As luzes da sala e da cozinha estavam acesas, provavelmente Anna Cláudia está fazendo alguma coisa para comer. Subo para o meu quarto, pego um conjunto de pijama rosa claro e tomo um banho.

De banho tomado, desço para cozinha e encontro a Cláudia sentada na bancada de mármore, comendo bolo de tapioca gelado e tomando um copo de leite de vaca. O celular na mão e um sorriso no rosto, isso deve ser o efeito do homem com o qual passou a noite.

- E esse sorriso bobo no rosto, hein Nana?

-Então né, Dianna...-suas bochechas estão coradas- Eu estava com um gostosão de um homem.

-E acha que eu não vi? Agora me conta tudo.

E assim ela fez. Contou tudo, mas quando eu digo "tudo", é tudo mesmo. Anna é muito detalhista, as vezes eu até peço para que me poupe de alguns detalhes, porque ela é bem tarada.

-Ele é daqui?

-Ele é do Rio Grande do Sul, mas veio pra cá, pra trabalhar para um amigo.

-Como é o nome? E no que trabalha? - É lógico que eu sei o que ele é, mas não quero contar sobre Willian, não ainda...

-Victor Barreto, aí amiga, ele me disse que é bem humilde, mas não me disse com o que trabalha. Acredito que seja peão de Fazenda, já que disse que trabalha numa fazenda de um amigo.

-Ah sim, só isso que ele disse?

-Sim. Por que?

-Por nada boba, só curiosidade.

Agora estou confusa, porque o Ferraz me disse que o rapaz era seu empresário, e que ele é montador de cavalo xucro e touros, porém não citou que tinha uma fazenda.

Mas, pensando bem, ele não tem que dar explicações sobre a vida dele para uma desconhecida.

Assim que ela terminou de comer, subimos para o meu quarto, escovamos os dentes e fomos dormir. Anna foi dormir no quarto de hóspedes, que é ao lado do meu.

O problema é que não consigo pregar os olhos pensando em Willian, e se ele estiver mentindo para mim? E se ele é um daqueles playbozinhos escroto da cidade e quer se "amostrar"?

O único jeito que eu tenho de descobrir isso, é só amanhã, no Rodeio.

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