Prólogo

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Prólogo

Isabela

Isaias é meu irmão mais velho por dois anos, sempre foi meu protetor, me protegia de tudo, me encobria com meus pais quando fazia algo errado, mas com os meninos ele já não me ajudava, aliás, expulsava todos a minha volta. Não ligava no começo, mais conforme fui crescendo então veio a vontade de namorar e conhecer garotos.

― Não posso fazer isso, Bella ― disse Isaias, assim que pedi para que ele encobrisse minha fuga aos nossos pais. Eu queria ir numa festa que aconteceria na casa da Brenda, no dia seguinte.

― Mas, por quê? Você é meu irmão, sempre ficou do meu lado, por que não pode ficar agora? ― falei com raiva, apertando o prato que estava lavando após o jantar.

― Acha que não sei que sua amiga quer arrumar namorado para você? Aquele playboyzinho do Smith? ― rosnou, bebendo o seu suco. ― Isso não está acontecendo, ouviu? Já avisei para ele ficar longe de você.

Eu não conhecia o garoto que Brenda ia me apresentar, só sabia que ele era novo na cidade, e que era muito lindo. Durante as duas últimas semanas, eu fiquei doente com uma virose brava que me nocauteou. Mas Brenda disse que esse cara era lindo. Voltaria para escola na segunda, ou seja, dentro de dois dias, assim iria vê-lo. Talvez, eu nem o achasse bonito, mas queria ir nessa festa para conhecê-lo de uma vez.

― A vida é minha, faço dela o que eu quiser ― retruquei com dentes cerrados.

― Não é assim que funciona, Bella. Eu não vou deixar ninguém machucar você ― suspirou com um olhar decisivo. ― Esse cara tem algo ruim nele.

― Como pode saber se nem o conhece? ― rosnei. ― Você não é de jugar ninguém por que está contra esse garoto?

― Apenas sei, mal chegou à cidade e já ficou com praticamente todas as meninas da escola. E só não tentou ficar com você ainda, porque estava doente e não foi à escola. Apesar de que se ele chegasse perto de você, eu o mataria ― seu tom era confiante com o final da frase.

― Você é como ele então, e já ficou com todas, isso diz que você não presta também? ― ergui as sobrancelhas em desafio a discordar.

Isaias era um rapaz lindo; um loiro de olhos azuis que deixava qualquer mulher boba. Mas ele não gostava de se prender a ninguém, então nunca namorou sério, e apenas ficava sem compromisso.

Ele riu.

― Por isso querida, quero manter você longe de suas garras ― ele ficou de pé do meu lado.

― Sei de sua proteção comigo, como sempre teve, mas isso é exagero, sou uma adolescente que precisa de divertir, sair com amigos e namorar. Isaias, eu tenho que viver minha vida; trilhar o meu próprio caminho; quebrar a cara e meu coração. Você não pode me proteger a vida inteira ― tentei argumentar com ele, mas foi em vão, sua cabeça era muito dura. ― Não sou mais uma criança, já tenho dezesseis anos e posso namorar quem eu quiser.

Ele assentiu.

― Tem razão, não é um criança, mas enquanto eu viver, ninguém vai machucá-la ― alisou meus cabelos que estava preso em um rabo de cavalo. ― Esqueça os namoros por enquanto e foque em seus sonhos.

Sacudi a cabeça, por que essa discursão não ia para qualquer lugar, assim que meus pais chegarem em casa da noite que foram jantar juntos. Vou falar com mamãe, talvez ela convença Isaias de maneirar sua proteção. Sempre amei sua proteção, agora estava ficando grilada.

Deixei passar por enquanto.

― E quanto aos seus sonhos? Não queria ser um piloto de corrida famoso? Não o vejo correndo atrás disso. ― Terminei de lavar as vasilhas e as enxuguei. Então me virei para ele.

Isaias sempre foi louco por carros de corrida, era apaixonado por Velozes e Furiosos, e outros filmes de corrida, sabia que logo ia se tornar um piloto, e amava isso. Queria vê-lo feliz realizando seus objetivos.

― Não desisti. Hoje, eu fui a uma agência, eles me pediram para procurá-los amanhã. Garantiram que vão dar uma chance para mim. ― a felicidade era evidente na sua voz e em seu rosto. ― Fiz até exames e tudo para poder levar para eles.

Eu fiquei tão feliz por ele que até me esqueci do debate contra sua proteção em relação a mim.

― Isso é ótimo. ― Eu o abracei forte me sentindo feliz. ― Você é um pé no saco, mas eu amo você meu irmão.

― Também amo você ― respondeu apertando tão forte os braços ao meu redor.

Logan

Quando me mudei para essa cidade de Phoenix, longe de Los Angeles onde adorava viver no limite, apostava corrida quase todos os dias, não fazia por dinheiro, mais por que adorava correr. Um dos meus sonhos que vai ser enterrado comigo, sem realizar nenhum deles. A vida é reaumente uma droga, morrer aos dezoitos anos sem realizar nada.

Meu pai para salvar minha vida de um acidente de carro decidiu que queria me dar sossego e que respirasse ar puro longe dos ''amigos desordeiros que me levava a perdição''. Palavras dele e não minhas. Não sei por que luta para me ver vivo, no final a coisa é certa, estarei debaixo de sete palmos de terra assim como foi com mamãe, pensei com coração dando nó.

Tracy lutou pela vida, a vi se definhando sem poder fazer nada. Tinha dez anos e minha irmã Anya oito. Mamãe fazia cara de corajosa, mais no final sabia o quanto sofria. Sinto isso hoje cada vez que meu coração bate, a dor é quase insuportável. Cada dia parece estar ficando pior.

Leon praticamente surtou após descobrir que minha situação em relação a minha doença se agravou. E agora descobriu que preciso urgentemente de um transplante? Papai surtou. Entendo seu lado, ver sua mulher e filhos morrerem sem fazer nada, mas ele não tinha culpa, a vida é assim mesmo.

Tive uma discussão com meu pai mais cedo; eu não concordava com seus métodos de querer me salvar a qualquer custo, quando não tinha mais como fazer isso.

Desde criança tenho problemas cardíacos, mas a alguns meses atrás, eu passei mal e fui levado às pressas ao hospital; foi quando descobri que meu coração estava fraco, e que precisava de um transplante urgente. Aí estava o problema, por mais que meu pai tivesse dinheiro não podia comprar um coração para mim, e mesmo que talvez fosse o próximo na fila de espera, era quase impossível conseguir um doador a tempo antes de eu morrer.

Não gostava da ideia de um transplante, porque isso significava que alguém teria que morrer para que eu vivesse. Parei de pensar e foquei na festa de Diego, meu colega. Os pais dele foram viajar e ele então resolveu festejar.

A sala estava cheia de gente bebendo, namorando e se divertindo, felizes, sei que não podia me invejar deles, mais fazia, eles tinha uma vida longa de festas, e quanto a mim estava com os dias contados, só esperando mesmo a morte. Papai e Anya que sofreria com isso, não queria que eles sofresse, mas não podia fazer nada.

― Como está sentindo cara? ― perguntou Diego me trazendo ao presente e se aproximando de mim. ― Estava gripado ontem, já melhorou?

Ele era maior que eu, um nerd, não há nada que ele não faça com computadores.

Eu me sentia mal hoje, e enjoado, mas mesmo assim saí de casa para não ver meu pai com sua loucura dizendo que ia conseguir um jeito para me salvar. Falei para ele não fazer nada, porque eu não ia aceitar. Eu já era maior de idade, e poderia recusar o coração. Assim eu torcia.

― Estou bem ― menti. Ninguém daqui sabia sobre meu problema cardíaco.

― Olha quem vem ali? ― ele riu apontando o dedo para uma garota vindo em nossa direção.

― Ei, Logan, eu queria te apresentar uma amiga minha na festa do meu aniversário amanhã ― não recordava seu nome, mas era da minha sala.

Ela tinha olhos claros, cabelos escuros, e curvas nos lugares certos, mas não sentia nada devido ao mal-estar. Então resolvi ir para casa. Além do mais, ela não parecia a fim de mim, mas queria me ajeitar para outra pessoa.

― Não estou afim ― respondi e saí dali, ou tentei, porque de repente tudo girou e a escuridão me apossou.

Naquela noite, alguém precisou morrer para que eu renascesse.

Destinada para ele, está na AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora