Um

155 22 43
                                    

Os corredores do Sanatório de Doncaster se encontravam vazios, tendo somente alguns seguranças e enfermeiros vagando por eles, entrando em alguns quartos e rondando para garantir que não havia nada de errado. 

Faltavam menos de dez minutos para o início do dia dos pacientes, que partia de oito horas da manhã para terminar as nove horas da noite. Obviamente eles eram acordados antes das oito horas da manhã para poderem tomar banho e os remédios, mas só m tal hora eles ficavam livres para as atividades. E era nessa hora que os voluntários entravam para poderem assinar seus respectivos nomes na lista de presença e pegarem seus crachás.

Louis Tomlinson era um voluntário assíduo, disponibilizava no mínimo três dias de sua semana para ir até o sanatório, por vezes ele ficava o turno completo, até as 16h da tarde.

Por mais que fosse um trabalho voluntário, cada pessoa ganhava cerca de 10 euros por dia, o que podia parecer pouco mas era como um incentivo para que eles pudessem voltar. O que era perfeito para Louis, que ganhava a vida como músico, sem muito sucesso e dependendo da boa vontade de donos de bares para poder cantar. 

Para um homem solteiro que vivia de aluguel sem aceitar a ajuda da família que também não era afortunada, nem sempre era o suficiente, mas ele tentava focar somente nas coisas boas de sua vida e no trabalho inspirador que fazia no sanatório.

Em sua mão havia um bloco de notas com uma caneta pendurada por uma pequena cordinha, usava para anotar algumas coisas importantes que não tinha certeza se iria lembrar. Pequenas coisas que poderia usar em algum momento para acalmar algum paciente, manias e dicas.

Após o turno voluntário ele teria que ir correndo para um bar, ele havia conseguido a oportunidade de tocar por sete horas para ganhar 100 euros. E ele com certeza não iria negar uma oportunidade dessas.

O sinal tocou alertando todos que o dia havia começado, não era como uma sirene, era mais como uma melodia suave, para evitar que algum paciente ficasse atordoado com algum barulho estridente.

Todos os voluntários se mutuavam no enorme pátio que ficava centralizado no meio do sanatório. Era um local incrível, cheio de árvores, bancos, mesas, toalhas de piquenique espalhadas, pequenos chafarizes e pequenas estátuas. Parecia com um jardim mágico, com várias partes onde só tinha grama e espaço pra correr, alguns pássaros entravam pelo teto aberto e o cheiro era de verde.

Os pacientes, de um a um, recebiam uma pequena bolsinha de plástico com uma garrafa de suco, um pacotinho de biscoitos água e sal, uma fruta e um pão com geleia para que pudessem encontrar um lugar no pátio para comer junto a natureza e os outros pacientes.

Os voluntários focalizavam algum paciente ou um grupo deles e ia de encontro para conversar e começar seus belos trabalhos. Louis olhava para cada paciente, tentando encontrar algum que o interessasse mais, ele precisava de um incentivo para hoje a noite por isso não seria a melhor opção escolher um paciente problemático que pudesse começar uma confusão. 

Seus olhos pararam em um paciente que parecia totalmente distante de todos, andando em direção ao mais longe possível, quase tentando se esconder mas sendo seguido discretamente por um dos seguranças para ter certeza que ele não faria nada de errado. 

Louis sempre foi curioso, e ele sabia disso, foi um dos grandes motivos dele começar com esse trabalho, ele sempre descobria algo novo e adorava isso. 

Andou na mesma direção que o paciente que havia lhe chamado a atenção, ele não era novo no sanatório, já estava nele fazia no mínimo dois meses mas ele não fazia questão de chamar atenção de ninguém, por isso nem sempre era notado.

A cada passo que dava podia vê-lo melhor e se impressionar com cada detalhe, cada incrível detalhe. Por Deus, aquele homem parecia uma pintura extremamente realista, não parecia ser possível existir.

Everything about you //l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora