Capítulo 1.

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Cheguei no hospital eufórico, o medo de perder as pessoas que eu mais amava me corroia por inteiro. Minhas pernas não me mantinham mais em pé e minhas mãos suavam compulsivamente.
Eu não sabia o que fazer, não sabia o que pensar, eu só queria fazer com que eles ficassem bem! Se eu tivesse deixado todo meu orgulho e marra de lado, a minha pequena estaria nos meus braços agora, e não deitada quase sem vida em uma cama de hospital. Se eu tivesse a abraçado e dito que tudo ficaria bem, que eu estaria com ela e não a abandonaria, ela estaria aqui comigo e nós estaríamos felizes, provavelmente assistindo mais um dos filmes clichês que ela amava enquanto eu fazia um brigadeiro pra nós dois.
Pérola nunca foi uma pessoa que sabia lidar com seus problemas sozinha, e eu sabia disso, e mesmo assim coloquei o orgulho acima de tudo. A culpa já me deixava maluco, se Pérola não sobrevivesse não haveria mais sentido para viver.
Me joguei no chão do hospital ainda chorando, pois minhas pernas já não suportavam mais o peso do meu corpo. Meu corpo já não aguentava mais o peso do meu coração, o peso do orgulho que a muito tempo eu deveria ter deixado de lado.
Comecei a me recordar de como eu havia conhecido Pérola, de como cada átomo meu amou cada átomo dela. De como desde a primeira vez que eu a vi, eu soube que era ela. Eu sempre soube que ela seria a minha alma gêmea, a metade do meu coração.

FLASHBACK ON

Eu estava atrasado de novo, merda! Minha cabeça estava explodindo e eu massageava minhas têmporas enquanto tomava um café extra forte no Starbucks. Por que raios eu fui beber noite passada?????
Meu celular vibrou e quando eu olhei, me arrependi de ter visto. Mais uma mensagem do pé no saco do meu chefe extremamente idiota e mandão, cujo era conhecido como meu pai. Não que eu odiasse o meu pai, mas ele me tirava do sério! Qual é, a minha vida não era a dele, eu não tinha que seguir os passos dele e assumir a ONG. Eu não queria aquilo. Eu estava no auge dos meus 18 anos, havia acabado de me formar no colegial e porra, eu não queria lotar minha cabeça dessas baboseiras agora. Ainda mais com ele jogando Rafella pra cima de mim. Rafaella Cunha é a filha do sócio do meu pai, e ele insiste que eu tenho que me casar com ela. Eu nem sequer gosto dela!
Levantei para pagar a conta com meu copo de café na mão e - tentando - responder meu pai. Sem querer esbarrei em uma garota e derrubei todo o café na camisa branca social dela.

Só o amor nos faz seguir. (PEROMAR)Onde histórias criam vida. Descubra agora