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 Sehun voltava da sua aula tarde da noite, caminhando pelas ruas iluminadas de Seul. O rapaz resmungava sobre como sua vida era injusta por ele ter que fazer um caminho tão longo caminhando quando ele já tinha tirado sua carteira de motorista e o carro de seu pai parava mais na garagem do que rodando pelas ruas.

 Ao adentrar pelo portão de sua casa e subir os degraus que levavam até a porta de entrada, notou que as luzes da casa ao lado estavam acesas. Ele estranhou de primeira, pois já estava tarde, mas acabou não dando muita bola para aquilo, entrando em sua casa. Deu um beijo na bochecha de sua mãe, que estava o esperando como fazia todas as noites.

 -Sehunnie, está com fome? Eu deixei preparado uns sanduíches para comer.

 -Muito obrigado, mãe. Vou comer amanhã de manhã, pode ser? A prova de hoje foi exaustiva. -O garoto sorriu e subiu para seu quarto, deixando sua mochila sobre a poltrona no canto de seu quarto quando entrou no mesmo.

 Depois de ter organizado um pouco a bagunça de seu quarto, trocou de roupa e se deitou em sua cama, adormecendo rapidamente.

 Sehun acordou cedo na manhã seguinte, sabendo que aos sábados ele deveria ajudar seus pais. Trocou sua roupa por algo que o deixasse confortável e desceu para a cozinha, pegando os sanduíches que sua mãe disse ter feito para ele na noite anterior.

 -Você tem essa mania feia de não se arrumar quando acorda. Olha seu cabelo bagunçado, nem deve ter lavado o rosto ou escovados seus dentes, Oh Sehun!

 -Se eu escovasse meus dentes todo dia pela manhã a comida teria gosto de menta, não de comida. -Sehun riu, fazendo sua mãe bater em suas costas com o pano de prato.

 -Devia pelo menos lavar o rosto, olha esses olhos cheios de remelas.

 -Deixa o garoto, querida. -O pai de Sehun se pronunciou, sentando-se à mesa. -Quando nos casamos, você brigava comigo pelo mesmo motivo. Eu agora pelo menos lavo o rosto.

 -É porque se você falasse que penteava o cabelo ficaria estranho. -Sehun comentou, fazendo piada com a deficiência capilar de seu pai.

 -Que piadista.

 Depois que Sehun tomou um café da manhã "reforçado", subiu novamente para seu quarto, abrindo as cortinas e as janelas do mesmo, pronto para arrumar a bagunça que estava no comodo. Começou arrumando sua cama, depois juntando os papéis espalhados por sua escrivaninha e todo o lixo encontrado nos cantos do quarto.

 Assim que terminou a faxina no seu quarto, que nem parecia o mesmo comparado a como estava quando ele chegou em casa na noite passada, juntou as duas sacolas de lixo e as levou para o lixeiro fora de casa. Ele não pode deixar de reparar no caminhão de mudanças parando em frente a casa ao lado e os caras descarregando inúmeras caixas. Ele balançou sua cabeça negativamente ao perceber que havia se tornado a pessoa que ele mais odiava: A Senhora da casa da frente que estava sempre em sua janela observando a vida alheia para depois comentar com suas amigas no chá da tarde. Depois disso o menino parou por um momento, imaginando quem seriam os outros amigos no qual ele chamaria para tomar um chá e contar sobre seus novos vizinhos, voltando para dentro de sua casa.

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