A Filha do Prefeito

Julgamento

Michel on

Desde que Bernardo me disse aquela proposta não tive um segundo de paz...

Procurei todos os métodos possíveis pra evitar que tirasse minha filha de mim. Mas segundo pesquisas o povo está muito magoado com o comportamento irresponsável de Camily!

Conversei com ministros, amigos, consultei outros advogados e todos disseram a mesma coisa... "o melhor é tirar a Camily dos seus planos"

Não tenho minha filha com um problema, eu entendo que essa idade a terrível. E tomei uma decisão...

Nao vou deixar ela ir pra longe de mim! Nem que isso me faça perder a prefeitura.

Minha família em primeiro lugar!

...

Bernardo: eai? Tomou a decisão? - pergunta sentado à mesa do Jardim, olhando para mim, Camily e Raquel.

Eu: sim!

Bernardo: então?

Eu: eu prefiro o trabalho voluntário! Não quero que ela saia da cidade!

Raquel: O QUE??

Eu: eu sei o seu medo de perder o "trono" da primeira dama da cidade.  Mas minha filha é minha filha. - passo a mão em seu cabelo.

Bernardo: tem certeza disso? Esse contrato te ajudaria de várias formas.

Camily: não! Ele não tem! - se impõe- eu não vou deixar você renunciar tudo o que conseguiu até hoje, sei que estou atrapalhando nessa eleição, cansei de fazer coisas erradas e prejudicar o senhor! Assina esse contrato. Antes de eu nascer o senhor já era prefeito, você construiu vidas! Eu não vou estragar!

Eu: filha...

Bernardo: está certa... e outra coisa, vices poderá sim visitar ela lá. Nesse documento estara todo o plano em detalhes.

Pego o papel e leio -o com atenção.

Eu: antes de assinar... posso trocar uma palavrinha ali com o você ?- digo ao advogado.

Bernardo: claro! - nos levantamos

Eu: me diga com sinceridade, por que está tão comovido com essa causa? Porque esse interesse de me ajudar?

Bernardo: minhas intenções são as melhores com ela, isso não tenha dúvidas você irá acompanhar cada passo nosso.

Eu: tá... mas porque esse interesse? Duvido que todos os casos que pegou deu um emprego e se ofereceu para ser tutor...

Bernardo: acreditando o semhor ou não. Eu sinto que sua filha precisa da minha ajuda, ela precisa se achar dentro dela, ela precisa de paz espiritual. Eu vou ajudar ela! - franzo o cenho sem entender. - vai assinar?

Eu: sim... - voltamos a mesa e assino os papéis.

Bernardo: bom, é hoje a tarde... Nos vemos as 15 e 30! - nos despedimos.

...

O resto do dia a ansiedade tomou conta de mim acompanhada por uma tremenda dor de barriga.

Mas em fim chegou a hora, me arrumo com uma roupa socialzinha, pra make faço algo simples até porque não tenho cabeça pra mais nada.

Chegando lá fomos direcionados à sala reservada, logo na porta tem dois policiais e ao entrar um homem muito bem arrumado de frente pra janela, imagino que seja o juíz.

Após alguns segundo lá dentro meu pai chama sua atenção com uma tosse fingida. 

Xxx: prefeito! - chega até meu pai e o cumprimenta - desculpe minha falta de atenção, sente -se. - nos direciona à alguns lugares.

Depois de uns 5 minutos o pai da Sabrina e seu advogado chega.

Campos: boas tardes a todos- diz com seu sotaque português.

- boa tarde! -  dizemos em uníssono.

Campos: prefeito! - o cumprimenta esticando sua mão direita.

Eu: sem falsidade dr. Campos, aqui não tem câmeras- diz sem desviando seu olhar para a frente.

Campos volta e se senta em uma cadeira no canto da sala.

Diferente daquelas salas de julgamentos de filmes, aqui é uma sala normal uma mesa enorme no meio dela, e tem cadeiras tanto de um lado quando do outro.

Enfim Bernardo chega e se inicia.
Como já havíamos combinado iria relatar toda a verdade. Houve alguns protestos da parte da "vítima", mas sem sucesso!

Entregamos as provas e relatos de pessoas que presenciaram a ignorância dela.

...
Como já esperávamos o juíz me sentenciou a trabalhos voluntários na cidade, então Bernardo apresenta sua ideia quanto ao contrato fora da cidade por dois anos.
O juíz pede mais um intervalo e logo vem com a resposta.

Juiz: aceito sua opção! - diz e assina os documentos do advogado. - Camily Vileroy estará sob responsabilidade do advogado Bernardo Willian e durante esses dois anos estará fora da cidade de San Tiago.

Sem humor olho pro Bernardo e o mesmo sorri de lado olhando o juiz assinando os papéis.

O que esse sorriso quer dizer?
Agora bateu um gelo no meu coração!

...

Pai: muito obrigada dr. - aperta a mão de Bernardo soltando um sorriso.

Bernardo: fiz meu trabalho!

Estou anestesiada...
Eu não tô sentindo nada mais, não sei se estou feliz ou triste por isso está acontecendo...

Minha mãe me abraça e diz que tudo vai dar certo!

Ao sair, posso ouvir Dr. Campos com seus advogados murmurando.

Meu pai se dirige até o estacionamento na frente com Bernardo e eu e minha mãe logo atrás.

Quando chegamos ao carro Bernardo vem até mim e diz:

Bernardo: está bem? - balanço a cabeçado dizendo que sim - amanhã e seu pai ira comigo conhecer onde você vai ficar.

Eu: é uma apartamento?

Bernardo: não! Casa

Eu: casa - franzo o cenho.

Bernardo: sim, minha casa!

Eu: O QUE?

Bernardo: a minha casa tem quartos de sobra, apenas moram comigo minha mãe, minha tia e minha madrinha. - abaixo as vistas ainda surpresa.

Gente como assim vou morar com Bernardo Willian? O que ele quer tanto comigo? Porque esse interesse de me ajudar?

Começo a me arrepender de ter aceitado isso! E o pior estou presa a ele por 2 anos!

Olho pra minha mãe e ela percebe minha feição desesperada.

Mae: você vai ficar bem! ... você finalmente vai viver como você sempre quis! Sem flash, sem paparazzi... - beija o topo da minha testa.

...

Chego em casa e ainda em choque vou até minha janela e ali observo a quadra de tênis e alguns pássaros se banhando em uma das fontes do meu jardim.

Aquele aperto no meu coração me domou outra vez, começo a chorar. Procuro alguém que possa me abraçar e que eu possa contar o que está acontecendo... Mas não há ninguém que pode aliviar essa dor.

Continua...
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... Deus é o nosso refúgio  e a nossa força socorro que não falta em tempos de aflição... (Salmos 46)