A História de Adryan

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Quando todos estavam saindo, Adryan viu pela janela um casal que passeava com seu filho na rua. Naquele mesmo instante, uma porção de lembranças recorreram a mente de Adryan.

-Papai, papai. Olhe só o quantas pedrinhas eu juntei.

-Muito bom, filho. Vejo que está se empenhando verdadeiramente nessa busca por pedrinhas.

-Sim! Já juntei várias, se você achar outras, guarde-as para mim.

Adryan tinha o estranho hábito de colecionar pedrinhas. Pegava todas que lhe chamavam a atenção. Seu pai o levava todos os finais de semena para caminhar nas margens de rios que haviam na França, todo fim de semana um rio ou riacho diferente, para que Adryan pudesse juntar mais pedrinhas.

Adryan começou a caminhar nas ruas, sem rumo algum, enquanto as memórias fluíam por sua mente.

"Não se assuste filho, papai sempre estará aqui para você, eu nunca te abandonarei". Essas palavras ecoavam na cabeça de Adryan. Ele as ouvia todas as noites quando seu pai ia à sua cama desejar-lhe boa noite.

Na noite em que Adryan completou 15 anos, seu pai aproximou-se dele e disse:

-Filho, você precisa saber e compreender que um dia eu e sua mãe não estaremos mais com vc. O mundo é cruel, ele não é o mar de rosas que você imagina. Ele vai te por de joelhos e você vai ficar lá pra sempre se você deixar, mas você tem ser forte e aguentar e levantar-se cada vez mais forte toda vez o mundo te derrubar.

Adryan nunca se esqueceu daquelas palavras.

Era noite, chovia muito e não havia lenha para acender a lareira, fazia muito frio, por isso Adryan e seus pais estavam na sala de estar, olhando para as janelas, vendo a forte chuva que caia, quando alguém bate na porta.

-Quem será, em plena noite de chuva?- perguntou a mãe de Adryan.

-Eu não sei, fiquem aqui, vou atender.- disse seu pai.

Ele abriu a porta e um homem o socou na barriga, imediatamente a mãe de Adryan o empurrou para um canto escuro da parede, para que não pudesse ser visto, e fez sinal para que ficasse em silêncio.

-O que vocês querem aqui? Larguem o meu marido!- disse sua mãe, completamente trêmula.

-Seu marido andou devendo as pessoas erradas.- disse um dos homens. A família Reis tem muito poder nessa área, e devê-los não é uma boa ideia.

O homem que acabara de falar fez um sinal para que pegassem a mãe de Adryan, então amarram-na numa cadeira, e fizeram o mesmo com o pai de Adryan e o socaram até que ele morreu. Eles bateram na mãe de Adryan, estupraram-na e depois a mataram.

-O trabalho aqui está feito, vamos embora.- disse o mesmo homem que falara pouco tempo atrás.

Adryan levantou-se do canto da parede, estava horrorizado e em pânico, não sabia o que fazer, então, parou, acalmou-se, e lembrou-se das palavras que seu pai havia dito, então começou a chorar. Ele havia perdido toda a sua família, e não estava disposto a perdoar os reponsáveis pelo assassinato de seus pais, então, sedento por sangue, jurou vingança sobre a família Reis.

Aqueles foram dias tristes. Adryan teve que enterrar os seus próprios pais, e não derrubou uma lágrima sequer. Depois disso, ele teve que sobreviver roubando, até encontrar um homem que o ajudou, ele era um mercenário, que ganhava dinheiro matando pessoas. Foi com ele que Adryan aprendeu a matar.

Adryan balançou a cabeça e disse para si mesmo:

-Não é hora de pensar nisso, eu tenho um trabalho a fazer.

A Vingança de GiovanniOnde histórias criam vida. Descubra agora