Prólogo.

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Louis nunca precisou de muita coisa.

Na verdade, ele nunca pôde pedir muito de qualquer forma. A vida pra algumas pessoas é bem diferente e Louis gostava de se encaixar no grupo de pessoas que precisava fazer mais do que os outros pra sobreviver.

Seu pai morreu quando ele completou 16 anos, câncer no pulmão. Talvez fosse por conta de todos os charutos cubanos que Mark amava saborear enquanto permanecia sentado em sua poltrona na sala observando sua esposa e seus filhos vivendo, existindo. Louis nunca saberia, pra ser sincero ele nem sabia que charutos cubanos podiam matar alguém. Demorou um pouco pra ele entender que os charutos não mataram o seu pai, e sim a vida.

Demorou um pouco, mas não muito, pra ele perceber que era o único homem da casa com apenas 16 anos e contas quilométricas do hospital pra pagar.

Demorou bem menos pra ele entender que era a hora dele se tornar mais do que o filho, e assumir o papel de pai.

Ele tinha duas irmãs mais novas, Lottie e Fizzy, e uma mãe devastada. Jay tentou, ele jura pra quem quisesse ouvir a sua história ainda nos dias atuais, ela tentou ser uma boa mãe e se manter firme, é verdade. Mas como poderia? Mark se foi tão rápido quanto eles poderiam prever, e ele era o grande amor da vida dela. Louis entendia.

Ou ele fingia pra si mesmo enquanto limpava mesas do bar nojento em qual trabalhava. Um adolescente de 16 anos, trabalhando dois turnos aos fins de semana e indo pra escola. A vida era bem engraçada.

As vezes Louis sentava no chão do seu quarto com uma garrafa de vodka e muitos pensamentos. As vezes ele devagava sobre o que iria mandar de lanche para Fizzy ou Lottie no dia seguinte, ou pensava sobre como era errado ele beber naquele momento com sua mãe chorando no quarto ao lado, tentando reprimir os soluços e fingir que tudo estava bem, ou se ele era gay.

Bom, ele é gay.

Louis descobriu sua sexualidade e como todo garoto de 18 anos que namorou mais de cinco meninas, tentava se convencer de que era hetero.

Ele sabia que era hétero, talvez ele só não gostasse de sexo tanto assim.

E é. A vida é engraçada.

Em uma noite de festa a fantasia na casa dos Payne, Louis avistou o que ele jura de pé junto ser o homem mais lindo da face da terra. Com suas roupas extravagantes e movimentos dos quadris muito menos sutis do que ele gostaria, muito obrigado, Harry fez o caminho para o seu coração em apenas um segundo de olhares trocados e sorrisos tímidos. O garoto tinha tudo pra não querer algo com Tomlinson mas Louis sabia, ele tinha certeza, aquele garoto nasceu pra ser dele. Harry nasceu pra segurar sua mão enquanto caminham pelo parque, e nasceu pra beijar seus lábios cansados depois de uma noite de sexo e bebida, nasceu pra ser tudo aquilo que Louis sempre precisou.

Bom mãe, sou gay.

Sua mãe era incrivel. Ele sabia que era. Jay era uma mulher forte que sempre batalhou muito pra conseguir aquilo que queria. Mesmo engravidando de Louis aos 17 anos, sempre tentou dar aos filhos o que pudesse de melhor, e Louis sabia que não ia ser diferente agora. Jay iria e apoia-lo, certo? Mark também iria se estivesse aqui.

E bom, a vida é engraçada.

Aos 19 anos, depois de uma noite fatídica com muitas lágrimas, gritos e um coração totalmente despedaçado, a casa de Louis agora era nos braços de Harry literalmente, e em sua cama também, até que ele encontrasse um lugar para os dois viverem o tão sonhado felizes para sempre.

E é, Louis nunca precisou de muita coisa, de qualquer forma.

Não quando ele tinha o seu garoto ao seu lado, e a fé nas pessoas.

A vida é mesmo muito engraçada.

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