A Tentativa da Volta Por Cima

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Último ano no colegial, primeira semana desse último ano. Você pensa que vai correr tudo bem nesse ano, afinal é o último, mas aí, você começa a amar uma garota, mas ela ama outra pessoa. Quando você entende o que está acontecendo, começa a achar-se um completo idiota. Ela não é perfeita, mas os defeitos dela é são magníficos que termina sendo virtudes.

Tudo começou na primeira semana de aula, eu à via, sempre linda, andando sempre pelo mesmo percurso, me apaixonei pelo seu jeito e estranhamente pelo seu nariz. Tudo bem, sabia que ela nunca ia me perceber e talvez alguém já tivesse conquistado seu coração. Mas de alguma forma (acredito que tenha sido Deus) consegui chegar perto dela ainda na primeira semana. Numa quarta-feira meu amigo me chamou para ir até as salas que ficam em cima do refeitório, ela estava lá, conversando com meu amigo e um amigo dele, eu cheguei e dei as costas para ela, mas com um tempo, sentei de frente para ela e consegui trocar algumas palavras com ela, para mim foi tudo, e fez eu me apaixonar ainda mais por ela.

Chegando em casa pedi a uma colega dela, que era namorada do meu sobrinho, o número dela, ela me deu. Falei um "oi" no mesmo instante que ela me passou o número, não podia perder essa chance de trocar algumas palavras a mais com ela, ela me respondeu com o mesmo "oi". No outro dia, em um sábado, perguntei se ela tinha namorado e sim, ela tinha. Mas por algum motivo quis continuar conversando comigo, e eu, por estar apaixonado por ela, quis continuar. Não sabia que me arrependeria mais tarde...

As minhas colegas chegaram a colocar na minha cabeça que ela gostava realmente de mim e eu acreditei. Pelo falo de um demonstrar a satisfação que é estar um ao lado do outro. O fato daquele sorriso, daqueles olhos, daquele nariz ser tão perfeito é porque eu sou um tolo de acreditar que algum dia eles iam ser para mim, acreditei que aqueles olhos iam me procurar na multidão e iam brilhar ao me ver e que além disso ia abrir o sorriso, eu esperei por muitos meses isso acontecer, não tirava meus olhos dela, buscava ela em todo canto daquele colégio. Bem, mas isso não ia acontecer, ela não ia me notar mais que um amigo qualquer dos quais ela tinha muitos, só não sei o que fazer para tira-la do meu coração, mas vou conseguir um dia, quem sabe?

Mas engraçado como tudo acaba né? De repente a pessoa some da sua vida e finge que nunca lhe conheceu, é fria e lhe ignora, mas tudo bem, vida que segue. Fica aquela indecisão se seria bom ela falar o motivo ou se isso que está acontecendo é o melhor. Será se ela chorou ao decidir se afastar? Queria saber o que realmente houve para ela fazer isso, eu fiz algo? Não, sei que não, a gente estava muito de bem, só que depois do colégio ela mudou completamente. 4 meses e eu e ela já desfazemos a amizade que teoricamente seria para durar para sempre. Só sei que não vou procura-la, não posso, já fiz tudo que está ao meu alcance, mas sei que estou perdendo a mulher da minha vida, ou não, se ela realmente fosse para minha vida não sairia assim. Quanta dúvida sem noção, eu apenas a amo e sempre vou, porque amor não se acaba com o tempo, é para vida toda, mas não quero isso para mim, cuidarei dela no meu canto, afinal, percebi que o segredo dela roubou o meu sorriso.

Ela mu1111dou minha vida e entrou nela tão rápido assim, uma semana e meia foi o bastante para já estarmos conectados um ao outro, era como se já tivéssemos se conhecido a muito tempo atrás, talvez outras vidas, Deus a colocou na minha frente, na minha vida e pelo pouco tempo praticamente ao lado dela já bastou para o meu coração acreditar que ainda é possível amar. Vivia me perguntando como eu conseguia amar alguém que não me nota e ao mesmo tempo me nota nos aspectos mais apaixonantes possíveis.

Chagou o mês das férias. Nesse mês eu vivi com mais um oco dentro de mim. Ela entrou na minha vida somente para deixar um oco dentro de mim? Eu passei esse mês tentando esquecer o que sentia, aproveitando o fato de não vê-la todo dia, mas a cada dia que passava, se aproximava o dia de voltar para o colégio, último semestre, últimos meses que eu ia ver ela na minha frente. Queria isso, acabar o colegial e seguir minha vida sem ela, só que a vontade de ter ela ao meu lado era maior que qualquer magoa e rancor. Eu sabia que era amor desde o momento que a vi, eu estava a amando, a amando de longe, muito longe, pois ela estava com alguém que ela amava, mas vê-la feliz me deixava feliz, então torcia no fundo para que os dois se amassem muito, assim como eu a amava.

Voltou as aulas, eu não aguentava mais a saudade, esperei ela chegar, esperei o abraço como ela sempre fazia, pensei que estive sentindo a mesma coisa que eu, mas ela passou por mim e nem se quer olhou para mim, foi como se nunca tivesse me visto ou falado comigo na vida. Esqueci que o mês anterior dela foi ao lado dele, enquanto eu sim, estava sentindo sua falta ao meu lado. Esperei o intervalo para chegar perto dela, mas em uma tática, quando fui falar com ela e minhas amigas, ela saiu o mais depressa possível para não ter contato comigo. Passaram dias, era agosto o mês mais longo. Ela pediu para falar comigo, eu fui. Ela tentou justificar o motivo de ter se afastado de mim, mas eu já sabia o motivo e sabia que ela estava omitindo a verdade. Eu aceitei suas desculpas, pois, por mais que eu vivesse dizendo para todo mundo que eu não gostava mais dela e que não me fazia mais falta, eu ainda só queria passar pelo menos um minuto sentindo o seu cheiro e olhando os seus olhos perfeitos, seu sorriso que deixava qualquer um hipnotizado, ah, e seu nariz, eu amava aquele nariz.

Mas mesmo assim, mesmo com tudo que eu já tinha feito, parecia não adiantar nada que eu estava fazendo por ela, ela não via. Não adiantaria se eu fizesse nevar, mudasse tudo de lugar, para ela era como se eu não existisse. Eu ainda buscava por um amor que não era meu e estava destinado a nunca ser. Eu dizia para todo mundo que não sofria por isso, mas sofria, muito. Afinal, eu estava amando de verdade novamente, amando alguém que não me amava. Eu buscava esconder esse sentimento quando estava na frente dela. Meus amigos todos sabiam o que eu sentia, pois era só olhar para mim, para ver o quão abalado eu ficava por essa situação. Eu resolvi tentar me apaixonar por outro alguém e esquecer o sentimento que pertencia a ela, consegui, mas era farsa, não adiantou.

Por uns meses eu não senti a falta dela, mas eu ainda queria que ela me notasse, ainda queria ser importante para ela. Então depois de alguns meses fingindo gostar de outra resolvi assumir definitivamente para mim mesmo que tinha de ser ela. Fiz de tudo para ser um bom amigo para ela, sempre me preocupando, querendo vê-la bem, até que um dia ela veio me pedi uma opinião sobre o namorado dela. Fiquei sem reação quando fui questionado a comentar sobre as atitudes dele. Seria minha chance de chegar mais perto dos sentimentos dela, fiquei com medo, o que eu falasse poderia definitivamente magoar ela, então falei que tudo ia terminar bem, e ficou tudo bem com eles. Infelizmente o ano estava no fim, busquei algo para fazer ela lembrar de mim sempre que o visse. Lhe dei uma toalha em formato de cachorro, que tinha sido presente de minha irmã para a menina que eu gostava (só que eu não gostava de ninguém até conhecer ela), uma carta e uma foto nossa. Não sei o que ela fez, mas espero que pelo menos isso ela tenha guardado de mim.

Último dia de aula, além de tudo que já tinha lhe dado, queria lhe presentear com chocolate, que eu sabia que ela amava. Ela não esperou para me dar adeus, ela foi para casa sem antes me ver uma última vez, doeu, procurei em todos os cantou, talvez ela tivesse me esperando, apressada. Não, definitivamente ela se foi e era o que deveria fazer, ir e esquecer, assim como ela fez tão rápido. Eu tentei seguir o resto do dia tranquilo, sem pensar nela, mas os chocolates estavam ali para me lembrar dela, derretendo, mesmo no ar-condicionado, parecia até que sabia o que estava acontecendo, ele estava acabando do mesmo jeito como ela tinha me deixado. Ela sabia tudo o que eu estava sentindo, talvez ela sentisse, sentiu, não quis. Acabou. Por enquanto.

Contos Decadentes de AmorWhere stories live. Discover now