CAPÍTULO 03

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GUILHERME:

Apesar de minha mãe, tentar puxar assuntos aleatórios comigo no carro, durante o trajeto, confesso que minha mente estava completamente bloqueada a tudo que era informação externa, a voz dela estava distante e incompreensível, apenas fingia ouvi-la e concordava, de vez em quando, com um aceno de cabeça positivamente.

Sabe quando você pressente que algo de bom ou ruim, mas sem muita certeza de um ou outro, vai acontecer em sua vida e você fica numa ansiedade só? " Pois é! " Hoje acordei assim.

Minha mente estava me bombardeando de coisas que poderiam acontecer naquele dia, muitas, nem sempre eram boas. Aquele frio incomodo na barriga começava a surgir, podia sentir, em alguns momentos, meu café da manhã querer voltar, isso me fazia respirar fundo, e pôr a cabeça para fora da janela tentando respirar todo ar que conseguia, tentando me acalmar. Mas, não tive muito mais tempo para pensar em nada.

Finalmente cheguei no Colégio.

Me despedi de minha mãe, sem muitos rodeios, apesar de ouvir ela me dando votos de "um ótimo dia de aula" enquanto me distanciava, continuei a andar como se minhas pernas, não se importassem de como estava nervoso de entrar naquele lugar novo.

O colégio não tinha muito para se dizer dele, era um prédio acadêmico como qualquer outro colégio que já havia visto antes, apesar de aparentar ser mais novo, com aspecto de recém pintado.

Atravessei a porta dupla de entrada sem muita cerimonia, de cabeça baixa, ainda não estava calmo o suficiente para encarar os outros estudantes, coisa que todo bom nerd passa em lugares novos, talvez você me entenda. Precisava ir a secretária pegar o número de minha sala de aula, sem encarar ninguém nos olhos rumei para lá, me lembrava onde ficava, pois, minha mãe e eu, estivemos lá quando me matriculei, mas, naquela época o colégio não estava abarrotado de estudante como está agora, o que tornava a tarefa mais difícil de ser feita.

- Bom dia - cumprimentei a moça da secretaria nervoso.

- Bom dia! Em que posso te ajudar? - pergunta ela, sorridente e prestativa.

- Gostaria de saber qual a minha sala - digo a ela, que rapidamente apanha um caderno em uma gaveta.

- Qual seu nome? - pergunta ela.

- Guilherme Mendes. - Ela se volta para o caderno, procurando meu nome.

- Aqui está, meu rapaz, sua sala e a F305, posso ajudar em mais alguma coisa? - diz ela, ainda sorridente.

A maneira mecânica com que ela fez todas aquelas ações, sua feição feliz inabalável e como ela, me tratava. me deixava desconfortável, como pode existir uma pessoa assim feliz o tempo todo, juro que ela parecia um robô altamente tecnológico, programado para estar sempre feliz, quando dei por mim estava a encarando abobalhado tentando procurar alguma falha na sua pele de látex, que denunciasse que realmente era um robô.

- Oi? Posso ajudá-lo em mais alguma coisa? - repetiu ela.

- Não, obrigado! - digo, voltando a realidade e dando as costas, saindo à procura de minha sala de aula.

Atravesso corredores abarrotados de estudantes que se amontoavam, em pequenos grupos a conversar, como todo colégio novo, me sinto deslocado ali, nada é familiar ou agradável. Será que nesse colégio, vai ser diferente dos outros que estudei? Ainda não sei dizer, mas tenho esperanças disso.

Finalmente estou em frente a sala F305, estava prestes a entrar, quando a voz de um garoto, as minhas costas, me pergunta:

- Você é novo aqui?

Me viro nervoso e olho para quem me fez a pergunta, vejo um garoto bem arrumado, estilo mauricinho.

- Sim, sou novato aqui...prazer Guilherme....mas, pode me chamar de Gui, se você quiser.

- Prazer Gui, eu sou o Daniel, mas pode me chamar de Dan. - Entramos na sala juntos conversando e nos sentamos.

O Dan me pareceu ser legal, interessado em tudo sobre como cheguei ali no colégio, como era meu colégio antigo e todo o tipo de coisa, apesar de ele não parecer um nerd como eu, descobri que tínhamos muito mais em comum do que se pode imaginar à primeira vista.

O professor entrar na sala, cumprimentando a todos, que o respondem do mesmo jeito. Algo padrão e costumeiro de toda sala de aula, nada muito a se acrescentar. Porém, como aluno novo, estava me preparando para o que estava por vir, a incomoda apresentação para os demais alunos de turma, começava a suar de nervoso, não gostava de chamar muita atenção, não mais que necessário, para não ser invisível, mas, o suficiente para ser notado como um ser humano e não parte da decoração do colégio.

Mas, ninguém me preparou para o furacão de cabelos longos e pretos que entrou na sala correndo, pedindo desculpas pelo atraso. Todos a olhavam, a garota de olhos castanhos e meigos, com sua camisa de estampa de alguma banda de rock, que não sabia qual, que estava com suas bochechas a corar, quando se deu conta que chamou atenção demais para si, com sua entrada triunfal. Ela se virou olhando para todos os lados, meio que perdida, procurando aonde sentar, mas, meu coração pareceu congelar como se Robert Louis Bobby Drake (o homem de gelo), o tivesse tocado, quando nossos olhares se encontraram, parecia que tudo a minha volta, estivesse congelado também, nada se movia, era como se existisse só nós ali, e mais ninguém naquela sala.

- Tudo bem, senhorita, pode se sentar ali - disse o professor de repente, apontado para uma carteira vaga, o que nos arrancou de nosso transe congelante.

Quando consegui respirar novamente, pude sentir que meu rosto estava quente, devia ter corado, também, assim como ela, isso me deixava envergonhado, ela devia estar vendo um tomate ambulante agora, sem dúvida.

Ela então virou para o professor a balançar a cabeça em positivo, em seguida se sentando na cadeira vaga.

Sinceramente não consigo parar de olhar para ela, quem seria aquela garota tão linda, mas, sem aviso recebo uma cutucada dolorida nas costelas, o que me faz virar para Daniel assustado.

- Bonita a Elena né? Mas, ela nunca fala com ninguém, vive sozinha - diz Dan, me encarando com aquela cara de desconfiado e debochado. - Mas, acho que isso pode mudar né? Pelo que vejo você curtiu ela, pelo jeito que vocês.... Sabe?.... Estavam se encarando.

- E....eu não estava....

- Ah! Para né, eu vi vocês se olhando, na verdade acho que a sala inteira viu.

- Não! .... Sei lá.... Para com isso....

- Mas, acho que ela também gostou de você, pelo jeito que ela te encarou de volta.

- Hum! Você acha? Ela é linda, acho que ela não iria dar bola para um cara como eu...

- Nunca se sabe cara - diz Dan, dando uma piscadela.

- E.... Faz tempo que você a conhece?

- Não muito, mas ela é legal, só não é de muitos amigos - diz ele olhando para Elena.

Ela olha para nossa direção como se soubesse que estávamos falando dela.

Dessa vez tento não manter contato visual, não saberia se aguentaria a encarar nos olhos de novo, já havia sentido emoção suficiente para o dia todo e também não queria parecer um lunático obcecado, pois, sabia que se a encarasse não conseguiria deixar de olhá-la nunca mais.

E mesmo, com Dan tentando conversar comigo durante as horas seguintes, meus pensamentos não paravam de me levar a imagem daquele lindo rosto me encarando e avisar que ela estava a poucos passos de mim.


ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DESSE NOVO CAPITULOS LOGO MAS POSTO OUTROS BJS MEUS AMORES 😘

UM NERD EM MINHA VIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora