Parte 2

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David batia o pé impaciente com aquele teatro de entrega de presentes. Peter parou ao seu lado escondendo o sorriso com a taça de champanhe.

- E então, pelo visto alguém vai se dar bem duas vezes hoje! - ele falou.

- Duas vezes? Por que duas vezes? - David perguntou.

- Oé, Elisa e ainda por cima Penélope! Meu amigo, você foi rápido.

- Penélope? - David se remecheu todo ao ouvir aquilo - P-por que ela?

- Bom, conhecendo ela como eu conheço, é bem difícil vê-la se divertindo assim, ou conversando por tanto tempo com alguém que ela já não conheça. - Peter deu de ombros e completou - Acho que ela gostou de você.

- Mas tem Elisa, ela... Ela disse que hoje teriamos... bom você me entende. - ele olhou para o teto - Elisa...

- Vai fundo então, você fala dessa mulher a pelo menos um mês!

- Duas semanas Peter! - ele falou rindo.

- Pois para mim parece muito mais. Tudo que ouvi de você nos últimos tempos foi, Elisa isso, Elisa aquilo. Seria muita burrice não aproveitar a chance agora. Você não carregou sacolas de super mercado, nem passeou com o cachorro dela atoa.

- É verdade, perder a chance de desfrutar daquela obra prima, seria uma estupidez!

- Com certeza uma estupidez - David e Peter se viraram, dando de cara com Penélope, de cara fechada - Se fosse você garanhão, subiria as escadas e entraria no quarto de hóspedes.

- Como assim? - ele a olhou confuso, de alguma forma, a aparição repentina dela no meio daquela conversa, o deixou bem inquieto e incomodado por ela ter ouvido.

- Ela está lá? - Peter perguntou em seguida.

- Exatamente, aguardando você - ela falou ríspida, deu um tapa, um pouco pesado no ombro dele - Tá aqui ainda?

- C-claro! - David se apressou em direção as escadas, um pouco afobado - Me desejem boa sorte.

- Afoga esse ganso David! - Peter falou levantando a taça e dando um gole, em seguida olhando para Penélope que parecia querer cozinha-lo vivo. - Champanhe?

- Não, obrigada! - Penélope cruzou os braços, irritada e se perguntando o porque de estar irritada, ficando mais irritada por não saber o por que.

David sumiu de vista e Penélope também, logo em seguida. Parada em frente a piscina, ascendeu um cigarro e tragou aquela fumaça, relaxando em seguida. David e Elisa não saiam de sua mente, era estranho, derrepente ela se sentir tão atraída por um completo estranho, sentia raiva em saber que ele correu como um cachorrinho em direção ao quarto, para aquela mulherzinha que para ela, não havia descido nem um pouco bem. Penélope não era do tipo que julgava uma mulher por sua primeira impressão, como sua mãe a havia ensinado, a ter aquele sentimento de irmandade por quem quer que fosse, homem ou mulher, ela ainda sentia uma certa antipatia por aquela moça.

- Noite agradável, não? - alguém parou ao seu lado.

- Extremamente. - ela falou.

- Cigarros, amigos nos dias solitários, inimigo no fim dos dias. - o Homem falou.

- Isso é você quem está dizendo - ela sorriu e jogou o cigarro no chão, pisando em seguida.

- Guilherme - ele lhe estendeu a mão, que ela apertou, pouco empolgada.

- Penélope.

- Está vendo aquele grupo de idiotas do outro lado do quintal? - ele falou se aproximando dela.

Um conto de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora