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Hoje eu volto pro hospital e eu me preparei muito pra ter que encarar Addison todos os dias novamente. Eu estou sóbria há cinco dias e estou muito orgulhosa disso, pelo menos algo bom no meio dessa merda que está minha vida.

- Mãe está tudo bem, sério - a abraço apertado.

- Não quer que eu te acompanhe até o ponto de ônibus? - ela pergunta mais uma vez.

- Não mãe, tudo bem eu ainda posso fazer isso - sorrio e beijo seu rosto.

Vou comendo uma maçã pelo caminho e sinto meu celular vibrar.

Ligo o aparelho e vejo uma mensagem de Cristina.

Cristina: Já está chegando? Se quiser eu pego você aí

Cristina: Quer?

Sorrio pela sua preocupação e me sento no banco esperando o ônibus.

Me: Estou chegando, só estou esperando o ônibus

Cristina: Então tá, até daqui a pouco

Me: Até

Bloqueio a tela e entro no ônibus.
Coloco alguma música e vou organizando meus pensamentos e sentimentos até chegar no hospital.

Entro no prédio e todos me olhavam como se eu fosse um extraterrestre ou coisa parecida.
Certamente devem ter sabido de algo, ou não, sei lá.

Vou até o armário dos internos, visto meu uniforme, escuto as regras da Bailey tudo de novo( só que agora com outro grupo de colegas) e vou atrás do médico atendente que ficaria comigo e advinha? Sim, era o idiota das galáxias, Mcdreamy.

- Parece que nos encontramos de novo - ele sorri.

- É - concordo forçando um sorriso.

- Vamos? - ele faz menção para que eu fosse na frente.

- Sim senhor - digo e caminho na frente.

Pelo menos até agora, eu não tinha a visto no hospital e aquilo era ótimo.

Passei o dia observando cirurgias e quando me dei conta já era de noite, mas eu iria ficar de plantão mesmo então não me afetou em nada.

- Está liberada Grey e amanhã lembre-se que temos sua primeira cirurgia - ele falou animado.

- Sim senhor - forcei um sorriso.

Mandei uma mensagem pra minha mãe dizendo que ficaria de plantão no hospital e me dirigi para a on call room e no caminho dei aquele típico e clichê esbarrão em alguém e tenho certeza de que você já sabe quem é.

- Desculpa - pedi e olhei seu estado.

Seus olhos tinham olheiras e ela não estava com aquele ar intimidador, estava mais pra depressivo ou sei lá. Ela estava com outras roupas e parecia estar mais magra, mas espantei aqueles pensamentos e me lembrei de tudo o que ela havia feito comigo.

- Tudo bem? Te machuquei? - ela analisou meu braço.

- Não está tudo bem - falei irritada e puxei meu braço de seu toque.

Ela abaixa seu olhar e continua seu caminho pelo o lado oposto, suspiro e continuo meu caminho para a on call room.
Me deito e tento dormir, mas aquela imagem dela naquele estado me atormentava a cada segundo que eu fechava meus olhos.

Ouço a porta bater e me viro para ver quem era, só podia ser algum tipo de karma.

- Desculpe, mas só tem esse quarto desocupado, muitos médicos estão de plantão hoje - ela diz e esfrega as mãos ao mesmo tempo.

- Não perguntei - digo e fecho meus olhos novamente.

- Desculpe - ela diz e sinto ela deitar na cama debaixo.

Pego finalmente no sono.


Acordo com o meu alarme e me levanto, descendo da beliche.
Ela ainda dormia, mas eu não me importo.
Bufo e saio da sala, eu teria minha primeira cirurgia e não ficaria pensando em coisas que me fazem mal.

2 horas e eu saio de lá feliz da vida, pelo menos algo em minha vida estava dando certo.

Fui almoçar e aproveitei pra ligar pra minha mãe e contar sobre minha cirurgia, não havia sido grande coisa mas era um novo começo pra mim.

Anônimo Onde histórias criam vida. Descubra agora