A Revolução

Capítulo 3: Uma terrível perda

Eu acordei, assustada no dia anterior. O calor das chamas ainda eram possíveis sentir, após toda aquela destruição.

Liza estava sentada no sofá, cabisbaixa, angustiada. Eu não sabia o porquê, nem o motivo. Ela se vira para mim, dando um sorriso forçado. Seus olhos estavam avermelhados, nitidamente ela estava chorando, por um longo tempo.

"— Tia Liza, o que aconteceu? Onde meu pai está? Porque ele não está aqui ainda? Ele está bem?"

Tudo o que ela conseguiu me dizer, era que ele estava ocupado com certos assuntos. Mas que já retornaria para casa. E então, eu o esperei. Por muito algumas horas. Durante esse tempo todo, Liza se mantinha longe de mim, ela escondia alguma coisa à respeito da luta de ontem. Eu queria perguntá-la o que era exatamente, mas tinha medo de que ela fosse me repreender, uma bronca dela, às vezes, você nunca gostaria de ouvir. Ela sempre colocava medo em qualquer criança que fizesse algo que deixava ela irritada.

Depois de algumas horas, papai retornou. Ele estava triste, assim como a tia Liza estava. Eu o olhei, bem no fundo de seus olhos e o abracei. Mamãe estava naquela batalha, mas eu não a vi chegando com ele. Para mim, era estranho, já que todos os dias eles chegavam juntos, de mãos dadas e com um largo sorriso no rosto. Mas dessa vez, tudo estava diferente.

"— Papai...!

Eu corri em sua direção e o abracei com toda minha força possível

"— Francine...que bom que você está bem."

Ele sorriu para mim, e me abraçou forte também. Eu olhei ao redor, procurando pela mamãe. Mas não a encontrei. mesmo que ela estivesse atrasada, papai sempre me avisaria o motivo dela não chegar na hora exata.

"— Francine, precisamos conversar."

Ele suspirou ao terminar de falar. Eu o olhei, franzindo a testa.

"— Pai, cadê a mamãe? Ela vai chegar não vai?"

Eu perguntei em um tom esperançoso, de qualquer criança que deseja alguma coisa que mais quer na vida. E naquele momento, o que eu mais queria era ela perto de mim.

"— Bem, é sobre isso que precisamos conversar filha. Sente-se aqui."

Ele bateu suavemente sua mão na poltrona da sala, ao seu lado. Eu me senti rapidamente, como uma criança interessada em ganhar ou receber alguma coisa. Eu o observei atentamente. Logo, ele continuou à falar:

"— Bem, a sua mãe Francine...lutou bravamente ontem. Ela foi incrível. Muito mesmo. Eu admirei a toda aquela bravura em uma só pessoa. Aquilo era de outro Mundo."

Disse ele, e eu sorri. Mamãe sempre foi uma mulher corajosa, nunca desistiu de um desafio, ainda mais, uma batalha. Ela sempre foi uma guerreira valente.

"— Eu queria ter visto ela lutando. Ela sempre foi boa em lutas. Você ficou sabendo que ela me ensinou alguns golpes muito legais com espadas? Ela até disse que, quando eu crescer, eu poderia usar uma somente minha."

Ele sorriu para mim, seu sorriso era quase imperceptível, mas percebi pelo canto de sua boca se contraindo um pouco. Ele suspirou, fechando seus olhos por alguns segundos, e uma lágrima saiu de seus olhos.

"— Pai? Porque está chorando? O que aconteceu? A mamãe está bem?"

Ele fechou os olhos, contraiu mais sua boca, mordendo seu lábio inferior. E então, juntando suas forças, ele me disse toda a verdade.

"— Francine...Eu sei que é difícil o que vou dizer. Sei o quanto você ficará mal, após isso. Mas...houve um problema naquela batalha ontem. Sua mãe me protegeu. Como sempre, ela fez. Mas...uma lança a atingiu. Uma lança mágica feita diretamente de Winter City. E aquela lança...Fez com que ela não resistisse ao ferimento. Então...ela...ela se foi Francine. Para sempre."

Lágrimas rolaram de seu rosto descontroladamente. Eu franzi a testa, abri minha boca para dizer qualquer palavra mas tudo que consegui fazer era segurar minhas lágrimas. Até que certo momento, eu não aguentava segurá-las mais. Eu abracei ele, com força, e ele me abraçou mais forte ainda. Eu chorei juntamente com ele. Aquilo me machucou de certa forma, que eu nunca soube explicar. Eu não conseguia dizer nada, apenas as lágrimas que tomaram conta das minhas palavras.

Após aquele dia, eu me lembro que papai mudou seu jeito de ser. Após o enterro da mamãe, ele mudou completamente. Ele já não era o mesmo pai, como foi antes. Durante um bom tempo, eu vivi longe de lá. Fiquei um tempo, longe do castelo principal de Hopeless, onde mamãe foi morta cruelmente por Winter City. Aquelas cidades, assassinavam pessoas nossas sem piedade, e nós, não tínhamos como reivindicar nossos direitos de cidadãos. Sempre fomos enganados, injustiçados. De fato, nunca fomos beneficiados por outras cidades, apenas por não concordamos com o tratado, que foi escrito à anos atrás.

(Término de Flashback, Tempos Atuais)

Tudo isso, era confuso para mim. O motivo da mamãe ser assassinada brutalmente pela rainha Suzannah não entrava em minha cabeça aquela situação. Porque ela não se defendeu? Por qual motivo? Eu nunca saberia. Ela nunca mais estaria ao meu lado. Eles à tiraram de mim de uma forma injusta.

Até hoje meu pai sente um sentimento de culpa dentro de si. A culpa por nunca ter conseguido imaginar que havia alguém ali dentro como espião, para obter informações de qualquer pessoa que tivesse o Gene Real. Muitos que possuem ele, são caçados até dizer chega, ou são mortos, ou cometem suicídios para evitar uma dor maior. Eles se sentem culpados, angustiados por não serem considerados cidadãos normais na visão das outras cidades... infelizmente, Hopeless continua sendo injustiçada. De fato, realmente, somos a Cidade Sem Esperança...até agora...

Meu nome é Francine Griffin. E há muitas coisas que eu devo fazer ao decorrer da minha aventura. E uma delas, é vingar a morte de minha mãe, e mostrar a todas as cidades que, mesmo aqueles que possuem o Gene Real, podem ser bons. Nem todos são ruins. Eu os mostrarei a verdade. E vingarei à todos os injustiçados. Seremos a REVOLUÇÃO!

Continua...