Marco Martinelli
Olho para os meus irmãos e eles estão assim como eu sem entender nada.
— E por que você se importa com quem eu namoro ou deixo de namorar?
— Eu não poderia me importar menos com quem você namora! — ouço Lorenzo segurar a risada. — Mas quando se tem filhos, você tem a obrigação de protegê-los, e você está falhando nisso, já que colocou dentro da sua casa e da vida da sua filha uma mulher que está a coagindo.
Do que diabos essa garota está falando? Levanto-me, assim como meus irmãos.
— Do que você está falando garota? — Enrico se pronuncia. — Se continuar a falar assim com o meu irmão eu irei te processar.
— A mulher dele é advogada. — Lorenzo como sempre não pode ficar se falar.
— Me processar? Por quê? Por estar ajudando uma criança que está sofrendo maus tratos? Esse é o meu dever!
Maus tratos?
— Minha filha sofrendo maus tratos? Ela só recebe amor! — me sento.
— Me desculpe senhor Martinelli, mas eu fiquei muito mexida com tudo que ela me disse, Maria Eduarda está arrasada.
A ruiva pega o seu celular coloca em cima da mesa e logo uma gravação de áudio começa a rolar.
— Oi Duda! Por que não está lá fora brincando com seus amiguinhos?
— Eu não quero!
— Quando eu era pequena assim igual você, se houvesse algum problema, eu contava pra alguém e as coisas sempre se resolviam. Você não quer me contar nada?
A gravação fica muda por alguns segundos
— Meu papai tem uma namorada, e sempre que não tem ninguém por perto ela fala que meu papai não vai mais gostar de mim quando eles tiverem mais bebês e vão me deixar igual a minha mamãe fez, por ninguém gosta de criança chata.
Ouço a minha filha chorar e isso me parte o coração.
— Xi! Isso não vai acontecer. Você é a criança mais legal que eu conheço e seu pai nunca irá te abandonar. Por que não contou isso para o seu pai?
— Ela disse que se eu contasse meu papai ia ficar muito triste e eu não quero que meu papai fique triste.
— Pode ficar tranquila, meu amor! A Mari vai resolver isso!
Eu não tenho vergonha de esta chorando, a minha filha estava sendo maltratada bem debaixo do meu nariz e eu não percebi e nem fiz nada.
Eu vou matar aquela vagabunda.
— Puta merda! — Lorenzo sussurra.
— Eu não acredito que aquela vagabunda fez isso com a minha princesa. — Enrico vocifera. — Bem que a mamãe disse que ela estava estranha.
— Como você descobriu? — pergunto para a professora.
— Quando comecei a dar aula para Maria Eduarda, eu via que ela era uma criança animada, ativa, alegre, gostava de brincar e fazer perguntas. — ela se senta e limpa uma lágrima escorre pelo seu rosto. — Mas há umas duas semanas isso tudo parou, ela se isolou de todos e ficava quietinha, triste, chegou um momento que eu não aguentei mais em ver ela desse jeito e a questionei.
Meu Deus, a minha filha estava sofrendo e eu como pai não fiz nada.
— Por que ela não me contou?
— Crianças são facilmente manipuladas, como ela mesma disse, a mulher que a estava ameaçando lhe disse que se te contasse você ficaria muito triste, e ela não que te ver triste, então ela decidiu aguentar tudo calada para não te magoar.
Eu fico calado absorvendo tudo que ouvi.
— Você pode me mandar essa gravação? — Enrico pergunta, mas não fico para ouvir o que ela responde, vou atrás da minha filha.
Encontro-a sentada em um bando debaixo de uma árvore.
Como eu pude não perceber? Ela está sem aquele brilho ao redor, eu sou um idiota mesmo.
— Oi amor! — lhe dou um beijo.
— Oi papai! O que a Mari queria com você? — ela pergunta receosa.
— Nada amor, só dizer que você é a garotinha mais especial e linda do mundo. — seu rosto se ilumina.
— Ela disse? — concordo. — Eu adoro a Mari, ela é tão linda, não é papai?
Pode ate ser linda, mas é muito abusada.
Eu não poderia me importar menos com quem você namora!
— Titio Enzo, titio Rico! — ela corre para seus tios. Enquanto a ruiva abusada anda na minha direção.
Mariana é a típica mulher perigosa, linda, decidida e pode acaba com você em questão de minutos.
— Eu peço desculpa pelo jeito que introduzi o assunto da Maria Eduarda. — me levanto e fico na sua frente.
— Eu espero que isso não volte a acontecer! — ela cerra os olhos.
— Por mim tudo bem, desde que nada de ruim aconteça a Duda, eu conheço muitos assistentes sócias e pode ter certeza que moveria céu e terra para protege-la.
Eu praticamente colo meu corpo ao seu.
— Você está me ameaçando?
— Longe de mim, só estou dizendo que quero o melhor para a sua filha. — a fulmino com o olhar.
— Tudo bem, já está tudo resolvido, gostaria de te agradecer novamente Mariana. — Enrico me empurra e lhe estende a mão.
— Imagina Enrico, se precisar de alguma coisa, estou à disposição. — ele assente.
— Você é muito corajosa de falar assim com o Marco, você já viu o tamanho dele? — Lorenzo faz graça.
Ela olha para mim de cima a baixo.
— Já ouviu aquele ditado de que tamanho não é documento ou de que cão que ladra não morde? — ela chega mais perto dele e fala baixo. — Seu irmão está mais para um enorme ursinho de pelúcia do que um Pittbull. — meus dois irmãos ri.
Traidores de merda!
— Tchau Maria Eduarda, ate amanhã!
— Tchau Mari! — ela lhe dá um beijo e um abraço e corre em minha direção.
— Tchau senhor Martinelli!
— Adeus!
Só falta acerta as contas com a dissimulada da Marisa.
Se eu não tivesse educação e nem um pingo de caráter, com certeza eu bateria nela, mas homem que é homem não faz isso e não vou começar isso agora. Jamais.
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DEGUSTAÇÃO - Marco - Irmãos Martinelli #2
ChickLitPai solteiro de uma menina de quatro anos, Marco Martinelli cria a pequena Maria Eduarda com todo o amor que cabe no seu corpo imensamente grande. Raramente se envolve com alguma mulher, mas quando o faz nunca dá certo, pois elas só querem a ele, ma...