1. Faísca

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Jaebeom se sentia só. Ele sentia falta de seu melhor amigo, sentia falta de ter Jinyoung lhe infernizando a vida por não dormir direito, por passar madrugadas acordado no estúdio e não comer refeições decentes. Jaebeom sentia falta da atenção de Park Jinyoung. Não era como se Jinyoung e Mark estivessem lhe deixando de lado... não, era exatamente isso, ele estava sendo posto de lado mesmo que involuntariamente. Desde que ambos começaram a namorar ele se sentia o excluído, era uma coisa infantil de se dizer e pensar, mas era difícil, principalmente quando sempre tivera a atenção do Jinyoung pra si, até o Mark aparecer. O mundo de Jaebeom era cercado por rotinas, por padrões, uma sequência de repetições e Jinyoung era parte fundamental disso. Se conheciam desde das fraldas, tanto que Jaebeom nunca havia visionado um futuro onde Park Jinyoung não estivesse presente. Mas aí seu melhor amigo se apaixonou e se viu escanteado. Ele também não queria ser a vela, não queria atrapalhar os encontros de ambos. Jaebeom tinha consciência de que era um cara rabugento, que sua expressão séria demais sempre acabava afastando as pessoas e suas respostas monossilábicas também. Não que fosse anti social, só era muito tímido. Fora por isso que naquela noite resolvera sair para se encontrar com o Jackson e seus amigos no bar do Joe, não queria segurar vela dos amigos, muito menos ficar em casa. Só não esperou que sua vida monótona fosse tomar uma caminho um tanto perigoso.

[...]

Jaebeom estava apressado, tinha perdido a hora por ter passado a madrugada lendo um livro de romance e iria acabar chegando atrasado para sua tutoria. O estudante de Letras e escrita criativa praticamente corria pelos corredores do centro de artes totalmente alheio aos arredores e pessoas por ali. Tinha a mochila segura em um ombro, e os fones nos ouvidos no último volume, tanto que não ouviu de primeiro os chamados por seu nome.

— Jaebeom-ah!!! — O grito fez Jaebeom parar por um segundo de andar, mas logo ignorou achando que tinha ouvido demais por cima da música e seguiu seu caminho — Hey! Você não pode me ignorar!

Jackson ditou se jogando nas suas costas e agora os dois tinham a atenção de alguns alunos que passavam por ali. Jaebeom virou o menor com seu corpo o prendendo em um mata leão enquanto Jackson ria histérico.
— Eu sou seu hyung, seu merdinha.

Ele ditou chacoalhando o amigo e logo o soltando. Jackson estudava história, e era meio doidinho. Havia o conhecido no primeiro dia de aula, no meio de uma confraternização para os novatos do centro de artes, ciências humanas e comunicação. Não eram melhores amigos, mas se conheciam o bastante, o garoto era mais próximo de Mark.

— Hoje vou beber todas no Joe, quer ir?

Ele perguntou seguindo Jaebeom em direção ao segundo piso. O mais velho fez uma careta para a sugestão.

— Quando você não está bebendo todas, Jacks?

— Vamos lá, hyung! Vai ser divertido, você pode chamar o Jinyoung e o Mark também.

Jaebeom já tinha a resposta na ponta da língua, iria negar, mas a menção do nome de seus outros dois amigos o fizera engolir a resposta. Era uma sexta feira, dia dos dois pombinhos irem ao cinema, ele iria sobrar novamente.

— Vou pensar. — Murmurou passando a mão nos cabelos do menor de forma carinhosa — Agora me deixa entrar já estou atrasado.
— Ótimo, te vejo lá às nove.

Jaebeom revirou os olhos. Porém, não contestou entrando na sala de aula e deixando o amigo para trás.

[...]

O bar do Joe estava lotado como esperado de uma sexta à noite. Jaebeom suspirou ao constatar que metade dos rostos que haviam por ali eram conhecidos seus, parecia que todo o campus tivera a mesma ideia que si. Entrou no lugar, e dentro estava ainda mais lotado que fora, se é que era possível, a pista fervia repleta de corpos dançantes e chegar ao bar que tinha embaixo parecia impossível. Fez seu caminho para as escadas logo na entrada que davam para o segundo piso, o segurança no topo desta lhe deixou passar assim que encontrou seu nome. Ali, era uma varanda que dava visão para toda a pista, também estava lotada, mas o público era mais seleto e reservado. Seus olhos passearam pelas mesas e sofás distribuídos pelo local, até finalmente encontrar quem procurava. Jackson estava sentado em uma poltrona em frente a um sofá de couro, no canto mais escuro do lugar. Ele falava gesticulando expansivo enquanto ao seu lado Bambam e Yugyeom dividiam uma só poltrona e ouviam ele contar o quer que fosse.

Viciado em vocêWhere stories live. Discover now