Capítulo 3 (Parte 2)

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Agave

A semana passa como de costume, eu trabalho muito, durmo pouco, como besteiras, tento falar com Giorgos, mas ele não me atende, e nenhum sinal do Takis. Duas semanas depois, penso em ligar para ele na sexta-feira, mas desisto.

"Se ele quisesse me encontrar, teria me ligado ou aparecido aqui."

Na madrugada de domingo para segunda, quando saio da boate, vejo Takis encostado na porta do meu carro.

- Ora, ora, ora... Mas quem é vivo sempre aparece... – digo.

Ele sorri.

- Você não me ligou.

- Nem você.

Ele estende a mão em minha direção, eu a seguro, ele me puxa para perto, me abraça e beija a lateral do meu pescoço.

- O que você quer fazer agora?

- Bem, eu estava indo para casa dormir, mas parece que você tem outros planos.

- Sim... – ele continua distribuindo beijos pelo meu pescoço.

- No clube?

- Não, na minha casa.

Fico em silêncio olhando para seu rosto com traços tão masculinos e mais uma vez a barba por fazer. Ele segura meus cabelos pela nuca, aperta ainda mais meu corpo contra o dele e me beija.

- Sim – sussurro em seus lábios.

- Sim, o quê?

- O que quer que você queira fazer.

Takis sorri.

- Então vamos.

Takis dirige o meu carro e eu acabo pegando no sono no caminho. Acordo com ele fazendo carinho em meu rosto.

- Oi... – ele diz suavemente.

- Oi... Desculpe, eu dormi.

- Você está cansada, não é? Eu vou cancelar o que eu preparei e nós vamos direto para o quarto, está bem?

Ele beija minha testa e tira o telefone do bolso da calça.

- Não! Eu estou bem, já descansei um pouco. Não cancele.

- Tem certeza? Podemos fazer isso outro dia.

- Tenho.

Ele me ajuda a descer do carro e nós entramos na casa. Na sala, há duas mulheres nuas se beijando no sofá e isso me surpreende.

- Você estava aqui com elas antes de ir me buscar?

Não sei por quê, mas isso me deixa um pouco irritada.

- Sim, mas não do jeito que você está pensando. Eu abri a casa para elas entrarem e saí logo depois para ir atrás de você. Eu as trouxe para você.

- Takis, eu não gosto de mulheres.

- Você nunca experimentou, não sabe se gosta.

- Eu não quero experimentar.

- Por que nós não sentamos, bebemos alguma coisa, assistimos um pouco e você decide depois?

- Eu não vou mudar de ideia.

- Nem se eu disser que quero muito ver você com uma delas? Que eu vou participar com você dessa vez?

Fico ainda mais irritada, mas mantenho o tom da minha voz e elas parecem nem notar a nossa presença.

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