Capítulo 2 (Parte 2)

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Takis

Quando acordo no dia seguinte, Agave dorme serenamente ao meu lado. Ela é definitivamente diferente das outras mulheres gregas que eu conheci, e não foram poucas. Aqui existe um falso moralismo velado e por mais que a sociedade hoje em dia esteja menos machista, há comportamentos que simplesmente não se vê nas mulheres daqui, principalmente nas de famílias tradicionais como a dela.

Agave, Dimitris, Alexandros, Sólon e a maioria das pessoas que eu conheço hoje em dia nasceram em berço de ouro, em famílias ricas e não precisariam trabalhar nem um dia de suas vidas. Eu nasci em uma família simples, de classe média, e tudo que eu tenho hoje é o fruto do meu esforço e trabalho. Não que eles não trabalhem, longe disso, na verdade, para pessoas que não precisam fazer nada, eles trabalham até demais.

Continuo olhando para ela por não sei quanto tempo até ela abrir os olhos.

- Bom dia – ela diz.

- Bom dia.

Ela vira de barriga para se cima e se espreguiça fazendo um barulhinho engraçado.

- Ah, desculpa! Você está com pressa? Vai fazer alguma coisa agora?

- Vou...

- Eu saio daqui a 5 minutos – ela me interrompe.

- Agave, eu vou passar o dia com você – continuo, rindo. – Se você quiser, é claro. Você tem planos para hoje?

- Ah... Não, eu só tenho que ir trabalhar mais tarde.

- Ótimo! Então vamos sair para tomar um café, depois eu te levo no seu apartamento para você trocar de roupa, nós almoçamos e eu te deixo no trabalho.

- Tudo isso no meu carro? Você não é mais o homem que eu conheci, Takis – ela diz debochando.

Eu puxo seu corpo para perto do meu e beijo sua testa.

- Engraçadinha...

- Onde nós vamos tomar café?

- Em algum lugar por aqui mesmo?

- Hm... Acho melhor não, alguém pode nos ver juntos.

Confesso que isso me deixa um pouco irritado.

- Certo... Então vamos tomar café aqui mesmo e almoçar em algum lugar bem longe?

- Melhor.

- Vou tomar um banho rápido – digo e me levanto.

Vou para o banheiro, abro o chuveiro e escovo os dentes enquanto espero a água esquentar. No meio da minha chuveirada, Agave entra e fica parada na porta olhando para mim.

- O que foi?

- Nada... É só que você é muito gostoso e eu gosto de olhar.

É claro que nós terminamos fazendo sexo no chuveiro antes de descermos para tomar café.

Enquanto caminhamos pelo jardim, Agave abre a bolsa, pega as chaves do carro dela e as joga em minha direção.

- Vou deixar você dirigir hoje.

Assim que entramos no carro, ela pergunta:

- Para onde iremos?

- Eu pensei em Microlimani. O que você acha?

- Excelente.

Microlimani é um bairro próximo ao porto, com restaurantes novos, muito bons e que se encaixam no quesito "bem longe de casa" imposto por ela. Paramos rapidamente em seu apartamento, eu fico no carro enquanto ela sobe e troca de roupa. Outra vez ela, está de jeans, camiseta e tênis, mas dessa vez um jeans preto e uma camiseta vinho.

FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora