❝ I was broken from a young age
Taking my sulking to the masses
Writing my poems for the few
That look at me, took to me,
shook to me, feeling me ❞
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ㅤㅤㅤㅤㅤLUCIFER MORNINGSTAR x OC.
ㅤㅤㅤㅤㅤlucifer fanfic, by yelenawidow
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SUSPIROU E SENTOU NA BEIRADA DO SOFÁ. Uma caneta estava enterrada no meio das linhas do caderno de anotações de Linda Martin. Não se podia ouvir nada além do barulho ocasional da finas gotas de chuva batendo contra as janelas, a respiração levemente nervosa de Katherin. Talvez estivesse exagerando. A mente da ruiva, naquele momento, havia se iluminado com a ideia de cumprir sua missão dada por Ele. Sentiu que aquilo era real tão logo havia o visto há meia hora atrás, tagarelando nas calçadas de Los Angeles com a tão conhecida Detetive Decker, entretanto, aquele comportamento de milênios atrás parecia ser tão falso quanto as sessões que Katherin insistia em fazer com Linda, esta terapeuta e ex-amante de Lucifer.
Tentou imaginar como Lucifer poderia reagir com a ruiva a sua frente hoje em dia, ou lembrar de como ela havia sentido quando Lucifer saiu do céu e foi condenado a passar a eternidade governando o inferno, mas não conseguiu. Parecia que Deus estava tentando livrá-la daquelas memórias, da penetrável dor, da angústia e da raiva que ela sentia do anjo caído. E era exatamente isso que Deus estava fazendo: libertando-a.
A determinação e a nostalgia se misturavam. Todos os dias eram inundados pela dor constante, pela espera, pela esperança de que Lucifer se arrependeria dos seus erros, pelo conhecimento de que parte dela havia morrido e que nunca seria mais a mesma novamente. Com certeza o afeto que ela sentia por Lucifer seria forte o suficiente para que ela lembrasse das 17 vezes que ela permitiu que ele a machucasse, de novo e de novo. Se ele de fato estava mudado, então sua determinação a mandá-lo de volta ao submundo devia ser mais forte do que qualquer sentimento bom que ela ainda nutria por ele.
— Eu decidi que hoje será um dia de mudanças, doutora. — Sorriu Katherin. — Sabe, eu decidi que não vou seguir seu conselho. Me igualar ao meu antigo amigo está fora de cogitação. Eu nunca fui como ele e nunca serei. Vou agir de forma indiferente. Que não me machuque, e que não o machuque também.
— É um progresso, Katherin, sério. Você está perdoando ele, e também está aceitando que não foi culpa sua ele ter ido embora de casa. — Linda sorriu gentilmente. — Você já conseguiu marcar um encontro com ele?
— Eu consegui vê-lo hoje, de longe. Ele estava com uma amiga que temos em comum, por assim dizer. Mas, pra ser sincera, ele está mudado. Quando éramos próximos, ele não era daquele jeito que vi hoje mais cedo. Fico feliz que ele esteja abandonando o papel de idiota que ele fazia antes. — Deu de ombros.
— Ele mora aqui em Los Angeles, não é? Eu o conheço? — Linda indagou, curiosamente para descontrair.
— Ah... — Katherin gaguejou. — Talvez sim, talvez não. Mas eu acho que ele não faz terapia. Ele não gosta de dividir os problemas pessoais dele, eu acho. — Mentiu a ruiva, coçando a mão esquerda.
Mesmo que estivesse curiosa, Linda não insistiu em saber quem era esse amigo misterioso de Katherin. Sendo uma psicóloga de sucesso, Linda sabia fazer leitura corporal. E não era a primeira vez que Katherin coçava sua mão quando contava uma mentira ou escondia a verdade, o que indicava que um dos seus pacientes era o amigo do passado de Katherin. Sem dizer uma palavra, a doutora Martin apenas assentiu com a cabeça.
— Bom... — Linda olhou para o relógio em seu pulso. — A nossa sessão acabou. Vem novamente na sexta?
— Claro. — Katherin se reergueu do sofá, apertando a mão de Linda em seguida.
A ruiva saiu do consultório de Linda e andou a passos lentos pelo corredor extenso até a saída do prédio. Katherin não se sentia otimista. Se sentia confusa. E talvez esse fosse seu teste. Os anjos de Deus estavam constantemente passando por testes, e ter que enfrentar Lucifer depois do que haviam passado fosse o teste que ela devia passar. Precisa provar seu valor, e era isso que iria fazer. Agora, naquele corredor, tentou se convencer de que não havia feito nada de errado. Ainda assim, se sentia culpada. Ela gostava de conversar com Linda, apesar de a conhecer tão pouco. A atenção, o sentimento de conexão. Por um momento, no meio de tudo o mais que estava acontecendo, havia uma pontinha de alegria. Ela estava se sentindo compreendida outra vez.
Não sabia quanto tempo havia permanecido ali. Para a mulher o tempo era elástico, praticamente sem importância. Os anos haviam passado por ela sem deixar rastros. Os minutos não haviam existido. Havia apenas o tique-taque do relógio do consultório da doutora Martin para mostrá-la que o tempo estava correndo e não parava. Katherin estava perdendo tempo, e não percebeu que mergulhou tão fundo de cabeça em seus pensamentos, que um homem a observava. E não era qualquer homem. Era ele.
— Katherin? — Chamou o homem, com sua voz grossa e rouca, com as mãos enterradas nos bolsos da calça social, enquanto se aproximava lentamente.
— É bom te ver novamente, Lucifer. — Kath sorriu de lado.
— Não me diga que caiu lá de cima também. — Lucifer riu, a olhando com curiosidade. A piada não agradou Katherin, fazendo-a pensar no fato de que ele estava agindo como se nada tivesse acontecido.
— Muito pelo contrário, Luci. O seu Pai me mandou aqui. — Katherin retrucou, fazendo o sorriso nos lábios dele morrer. — O seu retorno ao inferno foi solicitado, Lucifer.
— Você está perdendo tempo. Deveria estar abençoando casais estéreis por aí, ao invés de tentar fazer algo que o Amenadiel tentou fazer por cinco anos. Sabe, eu poderia até te aguentar por mais 1000 anos, mas a ideia de ser mortal não é tão ruim. — Lucifer se aproximou um pouco mais, com um olhar que só Katherin entendia. Isso fez a ruiva revirar os olhos.
— Uma pena se eu te dissesse que, felizmente, eu não sou o Amenadiel. — Deu de ombros. — Eu vou te levar de volta para o inferno, nem que seja a última coisa que eu faça, Lucifer. Não vá querer que alguém se machuque, principalmente a sua detetive. — Katherin vozeou olhando profundamente nos olhos de Lucifer. Verde no castanho, antes de esbarrar no ombro dele e, finalmente, sair do prédio.
