true disaster

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Aquela seria a noite em que Changkyun misturaria alguns tipos de bebida alcoólica, e conseguiria um baseado com os caras de sua turma. Era uma noite de terça que beirava as férias de inverno, e ele não tinha absolutamente nada a perder, já que, de qualquer forma, Changkyun não possuia nada.

Ele se arrumou como sempre, peças escuras, seu coturno e a jaqueta de couro preta, e então aguardou Hyungwon buscá-lo.

— Onde vai? — sua mãe perguntou, apenas por preocupação, não o proibiria de sair.

— Para uma festa, Hyungwon vai me levar e trazer em casa.

— Tudo bem, só me avise caso volte depois que eu acordar. — Changkyun assentiu e deixou a casa após ouvir Hyungwon buzinar.

Os pais de Changkyun nunca o puseram muitos limites, porque nunca precisaram, na verdade. O Im fora criado a maior parte de seu tempo por seus avós, só ficava com seu pai em feriados e nas férias, quando ele o levava pra viajar. Enquanto sua mãe, só passou a ter a presença dela em sua vida quando desmanchou seu segundo casamento e voltou para morar com os avós do menino. Changkyun, apesar de ter a presença de ambos em sua vida, nunca os teve como pai e mãe, e pode-se dizer que aquilo causara a principal razão de sua solidão, mas ele já teria se acostumado, mesmo que sofresse as vezes. 
E sempre havia um lado bom, ele saía quando queria e fazia o que queria, desde que os avisasse, o Im era muito responsável.

Changkyun, saiu de casa e adentrou o carro do capitão.

— Finalmente! Não quero te ver sóbrio depois dos primeiros 30 minutos! — ele riu do comentário de seu amigo.

E então partiram para a casa do amigo do Chae. Ao chegar lá, não havia surpresa, era o mesmo de sempre. Não havia responsáveis na casa, apenas um monte de adolescentes espalhados pelo jardim, pela sala de estar e alguns na piscina, uns bêbados, outros chapados e outros se beijando pelos cantos, era uma tradicional festa do último ano do ensino médio.

Chae cumprimentava os jogadores e sorria para todos por quem passava, até chegar em seu grupo de amigos. Changkyun o acompanhou e já segurava uma cerveja, que dava longos goles. O Im até que se dava bem com os caras do time, só preferia não interagir com héteros, que só falavam de basquete, garotas e sexo, tudo que não o interessava, exceto pela última coisa. Mas foi naquela roda de amigos que ele esteve até sentir que havia bebido o suficiente para se sentir alegre, e foi quando um dos jogadores, Yonho, o ofereceu um baseado, que saíram para o jardim.

Chegando lá, foram para um canto mais afastado e sentaram-se. Enquanto tragavam o baseado, dois dos líderes de torcida, conhecidos de Yonho, se aproximaram. Algumas pessoas já sabiam que Yeojung e ele tinham um caso, e ela fora até lá com intenções.

— Yonho-ya! Te procuramos pela casa toda. — o rapaz sorriu ao ver Yeojung.

— Procurou por mim é? —
naquele momento, o rapaz já se levantava, mas Changkyun não reparou em nada. Até que percebeu a presença de mais alguém ali: Yoo Kihyun, o líder de torcida por quem havia se interessado mais cedo.

Yonho pouco se importou, estendeu o baseado que nem mesmo havia acendido para Changkyun e saiu à procura de um canto que pudesse dar uns amassos com Yeojung.

O Yoo, vendo aquela cena, bufou e cruzou os braços por ver sua amiga o deixar sem mais nem menos, depois de acompanhá-la por toda a casa a procura de seu jogadorzinho.

E então, o Im, que já não estava sóbrio, riu ao olhar para Kihyun e ofereceu o baseado para ele.

Kihyun tinha cara de poucos amigos, mas se sentou ao lado de Im, sem saber porque, não conhecia o garoto, mas estava irritado. Agora, ou voltaria para dentro e acabaria bêbado, transando com um dos caras do time em segredo, ou ficaria ali com o estranho e seu baseado, então apenas permaneceu.

— Posso tomar um pouco da sua cerveja? — Changkyun estendeu para o menor, e tragou o cigarro outra vez.

Kihyun deu um longo gole da long neck e suspirou, estava definitivamente irritado.

— Posso saber o seu nome, ao menos?
— Kihyun fitou o maior.

— Im Changkyun. — respondeu calmamente, enquanto dirigia seu olhar ao rapaz.

— Ah, claro! Você é o menino dos cigarros que anda com Hyungwon.

— É, sou eu... — Changkyun riu fraco, por mais que não estivesse sóbrio, aquele estereótipo ainda o incomodava.

— Você também é amigo de Yonho?

— Não, nem mesmo sabia dele e sua amiga, ele só me ofereceu e viemos para fora. — Changkyun deu de ombros.

— São dois idiotas! Principalemente Yeojung, andei essa casa enorme toda atrás desse jogadorzinho e ela me larga aqui! — Kihyun bufou e aquilo fez o Im rir, enquanto o Yoo deu mais um gole da cerveja.

Changkyun, nada sóbrio e um tanto risonho, apenas fitava o menino, ele parecia ainda mais bonito. Vestia um jeans rasgado, uma blusa larga e uma gargantilha preta, que envolvia seu pescoço. "Aposto que minha mão estaria muito mais bonita ali", foi o que o Im pensou. Mas ainda assim, não poderia deixar de reparar o quanto o menino estava ainda mais atraente, até que Kihyun percebeu.

— Por que ta me olhando assim? — Kihyun o fitava confuso, não sabia se o menino havia bebido demais ou estava o encarando.

— Não sei, você é o garoto mais cobiçado da escola, até os caras héteros do time querem alguma coisa com você, você é bonito. — e aquele havia sido o jeito mais bagunçado de cantar alguém.

Kihyun achou engraçado pelo Im estar bêbado e completamente chapado.

— Obrigado, menino dos cigarros. Sabe, você até que é bonitinho com essa jaqueta. — Kihyun se aproximou do Im e sentiu seu perfume forte, mas quando iria elogiar o aroma, derramou sua cerveja na calça de Changkyun, que apenas riu da situação.

— Oh, me desculpe! Foi sem querer! — Kihyun soava desesperado, enquanto Changkyun ria.

— Ta tudo bem, Kihyun, é só cerveja.

— Vem, vamos lá em cima, eu vou limpar isso pra você.

Poucos foram os que avistaram os dois subindo as escadas da casa, e estariam bêbados demais para se lembrar no dia seguinte.
Ambos adentraram o banheiro e Kihyun logo fechou a porta, molhou uma toalha e passou sobre a coxa de Changkyun, enquanto o menino ria e dizia que não precisava, estava tudo bem. Então, a música favorita do Im começou a tocar no andar de baixo, o menino sorria da forma mais sexy possível e cantarolava com seu tom rouco e delicioso, era o que Kihyun pensava.

— Come on, give zero fucks about it.
Come on, I know I’m gonna get hurt.
Come on, give zero fucks about it. — e o maior não esperava ouvir a voz de Kihyun em conjunto a sua. E também não esperava que o menino olhasse em seus olhos naquele momento, não esperava toda aquela tensão e não esperava, que no final daquele refrão, os lábios de Kihyun estariam pressionados contra os seus. 

are you there? | changki (ick + ykh)Onde histórias criam vida. Descubra agora