2.Sentimentos Proibidos

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"Jura? Todo final de semana? Que demais!" Exclami ao ouvir uma nota de minha mãe à passar os finais de semana na fazenda, depois daquele dia incrível com Bruno, e depois da cara amarrada de Jonatas passar e ele se juntar a novamente, logo após rir de uma piada minha, aparentemente sem querer e tentando se controlar. Ao me dar uma noticia, minha mãe pisava em ovos para o que fosse preciso fazer isso, pela minha bizavó que esta doente, que quer toda uma familia reunida novamente.

"Você já ouviu o que disse, filha? Todo o tempo de uma semana que passa na fazenda, você não vai ouvir isso, dizer isso é um absurdo?" ela saiu extremamente surpresa

"A familia é mais importante que qualquer coisa, você é que quem diz?"

"E-é ​​... mas é isso que você acha que estamos abusando. E realmente, é pedir muita coisa, mas sabe ..."

"Relaxa mãe, nada que um par de tênis novos não resolva" conclui simplesmente, me dirigindo para o quarto. Minha mãe ficou sem reação, e dias depois realmente ganhei um par de tenis novos! Fiquei surpresa, porque falei brincando, e nao esperava que a minha mae pao dura que era realmente iria comprar só porque pedi, mas não posso mentir que adorei.

Passar os finais de semana na fazenda era o evento da semana, eu contava os dias para arrumar as malas  - de sexta até domingo! - e zoar, rir e conversar com os gêmeos. Emanuelle nos olhava como se tivessem muito surpresa com a minha presença, como é simplesmente eu ter entrado na familia agora, e é claro que iriam ter as mesmas coisas que as ruínas. Mas como coisas boas simplesmente superavam como ruínas.

Minha amiga, Lídia, disse que se nao fossem meus primos, estaria certa de que eu estava apaixonada pelos dois, porque eu não parava de falar deles, e contar o que faziamos cada final de semana, como levantar a noite, depois de todos estarem dormindo, para ficar lá fora com uma fogueira, tocando violão. Como conversas e aleadorias, Jonatas sempre era o primeiro a dormir, enquanto eu ficava mais com Bruno falando sobre as coisas mais aleatórias. E Como um jogo simples de carta fica muito mais divertido com eles.

As vezes eu me pegava imaginando beijando Bruno, e essa cena simplesmente e instantaneamente invadia meu cerebro, e fazia com que eu sentisse um fogo subindo pelo meu corpo. E o mais estranho, era que isso sempre acontecia em momentos em que Bruno era de alguma forma muito fofo, algo fazia algo simples e sem sentido, e decididamente não proposital.

Eles sao seus primos. Bruno é seu primo - pensava, interrompendo imediatamente esses sentimentos.

Mas somos distantes, nem temos a mesma idade! - retrucava outra parte de mim.

. Nunca vai acontecer.

E porque nao?

E o que garante que ele também seja?

Nada. Nada garantia que ele sentia o mesmo. O que eu mais gostava de estar com eles, era que eu sentia uma empolgação por finalmente estar me identificando tanto com outras pessoas. Claro que eu me identifico com os meus amigos, mas ninguém tinha o mesmo tipo de humor que eu, nem ouvia as mais aleatórias piadas e respondiam ao mesmo nivel ... nem andavam com camisas coladas ao corpo, que mostrava o que  tinham melhor.

Falo no plural, por serem exatamente idênticos, mas por quem é meu coração mais forte? Imediatamente uma imagem de Bruno rindo inundou a minha cabeça.

As semanas seguintes esses sentimentos me corroeram. Eramos primos, mas ao mesmo tempo nao foram criados juntos. Temos o mesmo sangue, mas nem sequer mesmo avó!
Era simplesmente impossivel controlar a vontade de beijar Bruno toda vez que ficavamos a sós, eram momentos ratos, ja que Jonatas sempre estava por perto, mas a presença dele não me impedia de sentir a tensão entre nós. Ou melhor, tesão.

Obviamente nunca admiti a ninguem ter esses sentimentos, embora Lidia fizesse brincadeiras com isso. Só de imaginar alguém da família descobrindo os meus pensamentos, fazia com que todos eles fossem guardados em uma caixa e trancafiados, por mais que eles sempre dessem um jeito de sair de lá e gritar ainda mais alto a cada vez.

"Ei, tudo bem Vicky?" perguntou Bruno, que tinha feito uma pergunta, e eu não tinha prestado atenção.

"Oi, desculpa, eu não ouvi" respondi, rápido, tentando disfarçar o meu susto.

"Perguntei se você está afim entrar na piscina" repetiu, falei que sim, claro, estava um calor insuportável. Fui colocar meu biquíni e ao voltar, e me deparar com a visao do paraiso, simplesmente fiquei parada, sem conseguir me mover, e pensar em nada alem do que estava vendo. Bruno sem camisa. E Jonatas também, por mais que eu enxergasse um duplo Bruno sem camisa. Depois do transe, percebi que ele estava olhando em minha direção, parecia bobo e sem reação, como eu mesma fazia momentos antes, reparei em uma coisa que não tinha feito antes, um volume em sua bermuda, e isso só contribuiu para os meus pensamentos ficarem ainda mais confusos e meu corpo instantaneamente estagnado e rígido. Então ele sentia a mesma coisa que eu? Sim, eu queria muito acreditar que sim, naquele momento nao senti nojo, como provavelmente faria caso visse outra pessoa nessa situaçao, fiquei feliz,  e uma bola de nervos subiu desde a minha barriga até a garganta e ali se estagnar.

"Pensando na morte da bezerra, menina? Daqui a pouco tem que cortar os cabelos, onde ja se viu a pessoa ter que pedir licença para cabelo para sentar? E você não acha que esta magra demais, querida? Tão magrinha! sabiá? Homem gosta de carne!" Tia Felinda interrompeu meus pensamentos e na concentração de expulsar aqueles sentimentos de dentro de mim. Agora ele estava na piscina, provavelmente tentando esconder o que eu tinha visto.

Tinha acabado de ter certeza de que ele tinha a mesma coisa por mim.

Isso muda em algo? Mesmo se nós dois quisessemos, não podemos, simplesmente não podemos!

Resolvi finalmente fazer algo, parar de ficar apenas parada como uma sonsa monga no caminho para a piscina e ir até ela. Não podia fazer o que realmente queria, logicamente. Nem iria se pudesse, esses sentimentos por mais que recíprocos nao podiam tomar forma, eu sabia disso. Me aproximei ainda mais e o Jonatas que estava fora da piscina disse que eu estava demais, sorri e entrei onde Bruno estava, e por incrivel que pareça, ele ficou nervoso com isso. Achei realmente muito fofo, principalmente a sua carinha sem saber o que fazer. Me aproximei mais dele, e a cada vez que eu chegava mais perto, ele ficava ainda mais nervoso e ia lentamente para tras, tentando fazer com que eu nao percebesse.

Uma onda de carga magnetica parecia tentar nos aproximar ainda mais, como uma imã, e era muito difícil resistir a ele. Mas mantemos uma distancia, até então falando apenas com os olhares. A essa altura, ele ja teria percebido que ele nao é o unico que sente essas coisas?

"Ahn...Jonatas tem razão. Você esta demais" disse ele por fim.

"Obrigada, vocês também nao estão nada mal"

A tensão entre nós dois logo foi quebrada quando Jonatas pulou na piscina e começou a jogar agua em nós dois, e logo relaxamos o suficiente para brincar igual tres crianças, subi no pescoço dos dois ao mesmo tempo, cada perna em um lado deles, e claro que cai logo em seguida, depois de uma luta para conseguir tal feito, e mais todo o tipo de bizarrice que dá para fazer com tres pessoas que nao tem muito limite fazer.

Entre GêmeosOnde histórias criam vida. Descubra agora