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Ivy

       
        Seguimos de carro para o bar que havia inaugurado à pouco tempo. Um ambiente bonito e aconchegante, ao contrário do que imaginei. Espaço amplo, com mesas e cadeiras de madeira aparentemente talhadas à mão e pequenas almofadas nos assentos e costas estavam espalhadas pelo lugar. O barman se encontrava à  direita , os banheiros à esquerda e no centro ao fundo um palco onde uma bela ruiva cantava à voz e violão. Liguei várias vezes tentando tirar Jess de casa, porém nenhum dos meus argumentos foi capaz de amolecer aquela cabeça dura. Assim que possível vou ter uma conversinha com ela muito séria, já estou preocupada com esse comportamento dela. Essa não é minha prima.

        Sou puxada de meus pensamentos quando um copo de cerveja é posto a minha frente acompanhado de um sorriso amigável.

- Uma cerveja pelo seus pensamentos. - Não posso negar que Dexter é interessante mas tem alguma coisa nele que me incomoda e muito. Não sei o que é.

- Estava pensando em uma amiga que está aparentemente com depressão. Queria poder ajuda-la. - dou um pequeno sorriso e pego a cerveja, estou com muita cede.

-Ai, não Ivy pelo amor de Deus. Viemos pra encher a cara, falar merda e se a noite for generosa tirar o atraso. - Essa é minha querida Mel toda se querendo pro lado do Dexter. Que não sei por qual motivo parece ter cismado comigo quando eu deixei bem claro , pelo menos acho que meu comportamento deixou, que não estou a fim.

- Verdade,Vi! Deixar pra se preocupar amanhã quando a ressaca for inevitável. - Jace sempre animado.

- Desculpe pessoal mas eu avisei que não estava no clima hoje.- digo dando um gole na minha bebida gelada e pedindo a próxima.

        Acho que eles me compreenderam pois largaram do meu pé e mudaram de assunto.Eu resolvi relaxar um pouco porém sem deixar de lado a idéia de ter uma conversa séria com Jess o mais breve possível. A conversa segue leve e alegre com algumas piadas no decorrer do tempo e eu ficando cada vez mais incomodada com os olhares e os toques "inocentes" de Dexter. Pelo menos eu sabia que não corria o risco dele querer me levar em casa. Fui rápida em pedir ao Drew que me levasse mas não é só o olhar dele que me deixa assim. Já tem um tempo que sinto ter alguém me observando. Pensei que fosse meu pai , no entanto ele me garantiu estar ocupado demais com a fusão de uma empresa que ele comprou pra ficar tomando conta de mim e pra piorar ainda levei uma bronca daquelas por ter sumido , fora a promessa de uma visita em breve.

        Já era 1:00 da manhã quando pedimos a conta e como eu imaginei Dexter se ofereceu pra me levar e Liz achando que estava me ajudando ficou me empurrando pro primo. Mas graças à Drew e Jace consegui me safar. Já no carro um Drew muito sério me encarava.

- O que foi?- questiono curiosa.

- Aquele cara não é boa coisa.

- Como tem tanta certeza?

- Qual é Ivy,até você percebeu isso. Ele é esquisito,te olhava como se fosse um bife suculento.

- Verdade eu já não estava me sentindo bem com as investidas dele. Parecia não entender que  não é não. Cara idiota.

- De qualquer forma fica longe dele. Vou conversar com a Liz pra saber mais desse cara. O que achou dele Jace?

- Tmbm não gostei dele. Mas preferi fazer a fina pra não magoar a Liz.

- Senhorita , chegamos. Não precisa nos convidar pra entrar ,está tarde e aquele mostrengo que insiste em chamar de cachorro pode me atacar.

- Não fala assim do meu bebê. Aquele dia ele só ia te dar uma lambida. Mas você é tão medroso que saiu correndo.

-Nem adianta , Drew tem pavor de cães desde que foi mordido na infância. Já quis criar um mais ele implica até com filhotes. - Jace faz uma carinha de triste tentando esconder o riso.

-Meninos muito obrigada pela carona.

- De nada amor, precisando só avisar. E Ivy, vá descansar.

- Fica tranquilo Drew, vou sim.

        Me despeço deles ainda com aquela sensação de estar sendo observada que tanto de incomoda e sigo pra dentro de casa sendo recebida pelo meu já não tão pequeno Hórus.  Ele pula agarrando minha cintura com suas patas e descansando a cabeça na minha barriga.

- Oi amor, mamãe chegou tarde e cansada. Quer um abraço? - dou um abraço nele e um beijo no topo da cabeça.

-Agora desce que mamãe quer entrar em casa.- e assim ele faz. Depois segue direto pra sua casinha no final do quintal e deita na cama extraordinariamente cara que a maluca da minha prima comprou pra ele.

        Entro e percebo estar tudo quieto, então sigo pro meu quarto , mas precisamente minha banheira. Quero relaxar e depois dormir até não poder mais.

MinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora