Minha

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Rick

        Depois do enterro de Caleb, trouxe a pequena Claire comigo. O problema? A pestinha só aceita ficar comigo, isso mesmo, ela grudou em mim como chiclete. Não consigo fazer merda nenhuma direito. E quando vou deixar ela com outra pessoa ela chora como isso a estivesse matando. Tenho que confessar que já tem uns dias que estou me sentindo confortável de mais com sua nova mania, dormir no meu peito. Toda noite após o jantar me deito no sofá ou na cama pra ouvir música e relaxar um pouco ela vem caminhando como quem não quer nada agarrada com aquele coelho encardido, que aliás já tentei trocar por outro mas ela se nega totalmente,  sobe em mim se deitando e colocando a cabeça no meu peito. No início tentei tirá - la porém lá vinha ela com a choradeira de novo. Nunca fui um homem paciente e Claire tem feito um ótimo trabalho acabando com o pouco que resta.

       Pra piorar mais ainda tenho certeza de que se tornará uma bela mulher e só em pensar num marmanjo fazendo com ela o que já fiz com outras mulheres, fico possesso. Afinal , sua segurança e bem estar são minha responsabilidade. No meio dessa loucura toda de ter uma "filha " de 2 anos , ataques furtivos e a festa de solstício,ainda tenho ela pra me tirar o sono durante a madrugada. Mesmo não estando por perto e sem poder vê -la tenho um homem de confiança a vigiando e me passando relatórios diários de seus passos.

        Estou muito satisfeito em saber que sua rotina continua um tédio, casa e trabalho. Mas satisfeito em saber que aquele filhote mantém os marmanjos longe dela,  bom garoto. Tenho que lembrar de dar um bom presente pra ele. Num momento de distração ouço um barulho seguido de um choro. Vou correndo até a origem do som e encontro a pequena encrenqueira sentada no chão da cozinha próximo da porta aberta do armário. Seu corpinho está coberto de açúcar.  Meu primeiro impulso foi dar um bronca nela, porém lembro que ainda é muito nova pra entender. Então a única coisa que faço é respirar fundo, me abaixo olhando dentro dos seus olhinhos azuis tristonhos .

- O que a minha princesa queria, hum?- ela passa a mão no rosto enxugando as lágrimas e se sujando mais ainda. Estendo os braços e rapidamente ela se levanta e vem na minha direção com seus bracinhos abertos e me abraça.

- Não precisa chorar mais. Vamos tirar todo esse açúcar?  Você não precisa dele, já é doce o suficiente.

        Assim que chegamos no banheiro tiro suas roupinhas e por incrível que pareça acho mais açúcar. Como uma criança tão pequena consegue fazer uma merda dessas? Tiro minha blusa que ficou imunda e vou pro chuveiro só de bermuda com ela no colo. Foi difícil aprender à dar banho nela, queria contratar uma babá , no entanto, o conselho foi enfático dizendo  para que nosso laço de pai e filha nasça e se fortaleça eu terei de cuidar de todas as suas necessidades até os 5 anos. Pelo menos me livrei das fraldas, ela não usa desde os seus 1 ano e meio. Enquanto passo shampo em seu cabelo e fico lembrando a primeira vez em que lhe dei um banho, aquilo foi um desastre. Na verdade nossos primeiros dias juntos foram um desastre, ela chorava muito toda vez que colocava ela no chão,  a garota mais parecia um moço do que uma criança. Queria por que queria ficar grudada em mim. Ainda bem que essa fase passou.

        Depois de deixar a pequena limpa e cheirosa. Ponho uma camisola de florzinhas e pego seu coelho encardido e dou pra que ela abrace. Levo até seu quarto com decoração da Barbie e deposito seu corpinho na cama em formato de castelo. Ela não demora muito à pegar no sono. E eu me permito ficar uns minutos olhando seu rostinho sereno e percebo o quanto ela já me conquistou com tão poucos dias de convivência.

        Depois de ter certeza que sei sono já está profundo e tranquilo sigo até a cozinha pra limpar sua bagunça tomar meu banho e tentar relaxar um pouco.