I was waiting to spend the night with you.

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     A faculdade estava praticamente vazia naquela quarta-feira à noite, haviam poucos alunos e funcionários presentes no lugar pois havia acontecido uma partida de futebol americano entre a faculdade local e a faculdade do estado vizinho. O jogo terminou com a vitória do time da casa sobre os visitantes por 41 a 28. Não importava aos alunos se aquela era uma noite no meio da semana e se no outro dia eles teriam aula logo durante a manhã, o time havia ganhado e uma vitória deveria ser comemorada da maneira correta - isso significava que eles iam beber a noite toda, acordar e sentir como se o mundo estivesse girando mais rápido que o normal, com certeza as classes estariam mais vazias na manhã de quinta.

    A ideia dessa festa com todos os alunos indo beber seu próprio peso em álcool já irritava o homem que olhava para o relógio a cada exatos 30 segundos e estava naquela biblioteca há 38 minutos, apenas ele e a bibliotecária, que lia algum livro qualquer sem prestar atenção ao que acontecia no local, até porque nada acontecia naquele lugar com exceção do rapaz, que batia os pés apressadamente e ficava mais irritado a cada segundo que passava. Deveria ter mais alguém ali com ele além da bibliotecária, o aluno que havia marcado de estar ali duas horas depois do fim do jogo, era para aquele garoto estar lá há 28 minutos e não ter deixado Stark o esperando todo aquele tempo. O professor já havia perdido a conta de quantas vezes olhou para a porta da biblioteca depois de ouvir conversas de alunos no corredor e ficar esperando que Rogers entrasse pela mesma, mas isso nunca acontecia pois todos que passavam por ali estavam apenas indo em direção à saída da faculdade. Stark se sentia desrespeitado, ele aceitou de bom grado ajudar um aluno que tinha problemas com sua matéria e o mesmo simplesmente ignorou ou esqueceu que eles haviam marcado aquela aula. Anthony se levantou da cadeira em que estava sentado, arrumou seu colete e sua gravata, pegou sua maleta de couro de cima da mesa e partiu em direção à porta de saída daquela biblioteca. Em passos apressados ele seguia ao estacionamento dos professores quando um pensamento lhe ocorreu e no mesmo instante deu meia-volta, retornando à biblioteca, crendo que o aluno estaria lá; nenhum sinal dele. Se Rogers não fazia questão de aparecer para a aula particular, então ele escutaria umas poucas e boas de Anthony, assim o professor seguiu ao campo de futebol para enfim chegar ao vestiário do time e procurar por Steve. Ele rezava internamente para que o rapaz estivesse lá. Depois de atravessar todo o campo e receber olhares curiosos de duas alunas que se agarravam nas arquibancadas – as quais ignorou -, Stark percorreu todo o curso até o vestiário. O cheiro de suor e grama adentrou suas narinas assim que que botou seus pés naquele recinto, a área estava realmente mais silenciosa do que deveria ser em dias de jogos, apenas algumas luzes estavam acesas e isso espalhava um ar levemente sombrio. Stark não ouvia nenhum barulho além de sua própria respiração e o som de seus sapatos italianos caros batendo no chão enquanto ele procurava por um certo alguém. Ele andou por todo o lugar durante certo tempo e para sua completa decepção não havia encontrado ninguém a não ser o zelador da faculdade que guardava os capacetes dos jogadores na sala de equipamentos. Quando o homem finalmente se deu por derrotado e decidiu que Rogers apenas escutaria o que ele tinha a dizer durante sua próxima aula, um arrepio um tanto familiar percorreu todo o seu corpo no instante em que ele ouviu aquela voz.

- Professor Stark, o que faz aqui?

No instante em que Anthony virou e olhou para a direção daquela voz, ele se arrependeu profundamente de sua atitude, lá estava Steve Rogers apenas com uma toalha vermelha e azul amarrada em sua cintura, os cabelos molhados e desarrumados e um corpo amostra que com certeza deveria ter sido feito em um laboratório com o único objetivo de fazer com que as emoções dentro da cabeça de Stark acionassem alerta vermelho e corressem desesperadas ali dentro sem saber como agir. A única coisa que ele conseguia pensar era que vermelho e azul claramente eram as cores perfeitas para Steve. O homem estava atônito, completamente sem reação ao ver seu aluno na sua frente vestido daquele jeito, se é que poderia considerar aquilo uma vestimenta.

Deep like oceanOnde histórias criam vida. Descubra agora