O Filho da Presidenta | jjk + pjm

[00] Prólogo

Finalmente começamos, não se esqueçam de favoritar e comentar bastante. Boa leitura!

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Jungkook mordeu o lábio inferior, enquanto seus grandes olhos observavam o filme que passava na enorme televisão de seu quarto. Pelo o que o rapaz tentou entender, uma dupla de amigos queriam fazer uma festa épica, que fosse lembrada por todos os alunos da escola. Obviamente alguma coisa iria dar errado, mas o jovem tem certeza que não terá paciência para assistir até o final e descobrir. Mas, enquanto seu cérebro absorvia as informações descartáveis do filme, Jeon se perguntava se a adolescência era mesmo tudo aquilo que via nas telas cinematográficas.

No ensino médio ele nunca teve muito tempo para coisas banais, sempre esteve mais preocupado em aprender a próxima matéria que o professor iria aplicar, em ler livros de grandes filósofos e acompanhar seus pais a grandes eventos que ele não via a menor graça, mas ainda sim se esforçava para ser o mais cordial possível.

Mas o que você poderia esperar de um filho da presidenta? Desde quando era uma criança de colo, Jungkook foi moldado para se assemelhar a um príncipe. Teve aulas de espanhol e inglês na infância, com quatorze anos seus pequenos dedinhos já criavam lindas melodias no piano e ele nunca chegava em casa sem o boletim escolar recheados de A+. Ele, certamente, é o orgulho da família Jeon.

O jovem de dezenove anos assume que toda aquela expectativa colocada sobre si na adolescência foi esmagadora, praticamente toda a sua família era ligada a politica de alguma forma e esperavam que ele também seguisse o mesmo caminho. E Jungkook jamais iria se esquecer da decepção estampada do rosto de sua mãe, Jeon Jungah, quando em um jantar, assumiu que gostaria de entrar para uma faculdade de fotografia. Seu pai, Jeon Jinsung, permaneceu em silêncio, levando os hashis á boca, mastigando calmamente como se o filho não tivesse falado nada. Já a senhora Jeon, o olhou por minutos esmagadores, até sorrir e afirmar que apoiaria o filho em sua decisão.

A sensação de alívio que se apossou em seu peito foi tranquilizador, mesmo que no fundo ele soubesse que ela ainda tinha esperanças de sua decisão ser algo impensado e, que em um futuro próximo, voltaria seus interesses para a política. Naquele momento, ele sorriu para mulher e voltou a jantar calmamente.

Mas Jungkook ainda tinha um impasse maior para lidar com seus pais. Sua sexualidade. Nunca fora novidade para si a falta de interesse pelo sexo feminino, apesar de todos os ensinamentos que teve em casa sobre casar com uma boa mulher e terem filhos, Jungkook sabia que era gay. E isso não seria um grande problema se morasse em um país menos conservador e se não fosse filho da presidenta desse país.

Jungkook ficou alguns meses pensando em como assumir a sua homossexualidade para a família. Estava sim morrendo de medo, pensando em várias reações negativas, mas o medo de viver uma mentira ao longo da curta vida era maior. Por isso ele teve um plano; implorou para que seus pais dessem uma pequena pausa em suas vidas tumultuadas, com a desculpa que queria ter um "dia em família" e, mesmo que seus pais não fossem amantes de filmes, Jeon conseguiu convencê-los a assistirem Orações Para Bobby¹.

O filme conta a história de Bobby, um garoto que a mãe tenta "curá-lo", após assumir sua homossexualidade. Porém ele se suicida por não aguentar a pressão da sociedade e sua mãe se torna defensora dos direitos gays. No final do filme, Jungah não conseguia esconder as lágrimas, a mesma mulher que comandava um país inteiro de maneira rígida, estava com os olhos pequenos e avermelhados por conta das grossas lágrimas que saíam dos mesmos. Já o senhor Jeon estava sem expressão, ainda observando os créditos subindo pela tela da enorme televisão. Mas parecia sensibilizado com a história, principalmente por ser baseada em fatos reais.