O Filho da Presidenta | jjk + pjm

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— Meus professores são lunáticos! Eles querem ver os alunos chorando, implorando por nota no final do trimestre. — A voz de Jungkook saiu um tanto alta, em uma tentativa de se sobressair ao falatório do corredor. 

— Não seja tão dramático, Jun. — A voz do amigo saiu acompanhada de uma curta risada. — Você me falou que já estava preparado para o pique da faculdade. 

— Um ser humano pode cometer erros, Hoseok. Eu não estava em sã consciência quando disse isso. — Mesmo tentando disfarçar, Hoseok não conseguiu esconder a risada, era engraçado ver o amigo fazer tanto drama. — Não tem graça, hyung! 

— Você 'tá precisando descansar, Jungkook. Tem quanto tempo desde a última vez que você encheu a cara com leite de banana? — O moreno fechou as feições ao notar que, obviamente, o amigo estava debochando de si por não gostar de bebidas alcoólicas.

— Hahaha, muito engraçado, Hoseok. Estou me debulhando em risadas. 

— Desculpa, mas é verdade. Você precisa descansar um pouco. — Hoseok disse, após cessar as risadas. — Nós podemos sair nesse final de semana, posso pedir folga ao meu gerente. 

No mesmo instante que ouviu a frase proferida pelo amigo, um enorme sorriso dominou seus lábios. Não é novidade alguma o carinho que Hoseok nutri por si desde que se conheceram, ainda no ensino fundamental. 

Jungkook estava sentado em uma mesa no refeitório e, como de costume, sozinho. E o mais velho se aproximou, como quem não queria nada, com um sorriso enorme nos lábios e uma bandeja de comida em mãos. 

Obviamente o moreno ficou desconfiado, normalmente os alunos não se aproximavam de si, ele era como um repelente para pré-adolescentes. Por um lado era bom, Jungkook conseguia fazer as suas pesquisas na enorme biblioteca do colégio sem interrupções e sempre fazia seus trabalhos de sala sozinho — ele realmente apreciava esses momentos. Porém, era solitário. Aos treze anos, suas únicas companhias eram os livros e, às vezes, se aventurava na cozinha de sua casa, somente. 

E, se for sincero consigo mesmo, Jungkook não consegue imaginar a pessoa que iria se tornar caso Hoseok não tivesse invadido sua vida. Provavelmente seria algum amargurado, que teria tudo para ser feliz, mas ao mesmo tempo nada. Qual o sentido de ter dinheiro, mas não ter amigos? Sua vida se tornaria um eterno vácuo.

— Jungkook! Não acredito que você ficou com cara de palerma no meio da faculdade! — Hoseok exclamou, após notar os longos minutos de silêncio do amigo. — Certeza que ficou com a boca aberta e os olhos esbugalhados.

— Aigoo, me respeita, hyung! Não fiquei com cara de palerma. — Resmungou a última parte, olhando ao redor, conferindo se alguém tinha reparado em suas feições de segundos atrás. — E eu não sei se vou estar livre nesse final de semana. — Voltou a falar. — Tenho um trabalho de história aplicada para entregar semana que vem e o livro é enorme. 

— Eu iria insistir, mas sei como a faculdade é importante para você. Mas se mudar de ideia, me avisa com antecedência, ok? 

— Tá bom, hyung. 

— Preciso desligar, meu horário de almoço está acabando. — A voz de Hoseok saiu cansada. — Se cuida, até depois. 

— Ok, hyung. Se cuide também, coma direitinho, te amo. 

— Você 'tá muito sentimental hoje, Jungkook. Tchau. — E simplesmente desligou, sem esperar uma resposta do moreno. 

Não segurou a risada que escapou de seus lábios, já acostumado com o jeitinho peculiar do amigo. Sentia sua falta. Hoseok não estava conseguindo conciliar os empregos com a vida social e, consequentemente, eles não se vêem há quase um mês. Pode até ser poucos dias, mas para o mais novo é quase uma eternidade. Jungkook não quer parecer um garotinho que necessita de atenção a todo momento, entretanto ele realmente havia se habituado com Hoseok lhe paparicando todos os dias por mensagens, ligações e visitas inesperadas durante a semana. Mas agora que conseguiu um emprego noturno em uma boate para aumentar a renda familiar, os pequenos agrados ficaram escassos.