Capítulo 2

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Já são 17:23h e percebo que está quase na hora de eu ir encontrar Matheus, então tento terminar de me arrumar rapido pra encontrar ele no shopping.

Quando estou indo em direção a porta, ouço minha mãe me chamando:

- Bárbara, você vai pra onde, filha?

- Tô indo no shopping encontrar o Matheus, mãe! Nós vamos assitir um filme. — dou um grito já na porta.

- Tá bom filha, vai com Deus. E toma cuidado viu?

- tá bom mãe! Te amo, beijo — jogo um beijo no ar pra ela.

Saio correndo pra pegar o Uber, que já está me esperando

Quando chego no ponto de encontro, já vejo Matheus me esperando encostado em seu carro. vou em direção à ele, toda animada por ele já estar lá e eu não ter que esperar. o cumprimento com um abraço e um beijo no rosto.

começamos a conversar, quando do nada ele fecha o semblante e me pergunta assustado:

- Babi, aquele ali não é seu pai?

- Onde, Theus? — digo surpresa — essa hora era pro meu pai estar trabalhando.

- ali, olha — ele aponta o dedo pro outro lado da rua e enfim eu enxergo. Não podendo acreditar, eu começo a tremer

- Matheus, aquele ali pode ser meu pai, ele está com outra mulher? Não é possível, não pode ser!

Meu pai da um beijo na mulher, tenho que admitir que ela é muito linda, loira, alta, parece uma modelo. Os dois entram no carro rindo, e vejo o carro sair.
Eu fiquei totalmente sem estruturas, apenas comecei a chorar desesperadamente

Fico sem saber o que fazer, meu mundo caiu naquele momento, apenas queria sair dali

Matheus pede pra eu entrar no carro pra tentar me acalmar
ele me abraça, fazendo carinho no meu cabelo

- Babi, não fica assim, por favor!

- como que eu não vou ficar, Matheus? COMO QUE EU NÃO VOU FICAR? — dou um grito que o assusta, logo em seguida percebo o que eu fiz e começo a chorar mais ainda, pedindo desculpas

- Babi, não vai ter condições da gente fazer nada hoje, né? Olha, se quiser eu te levo pra casa pra você ficar melhor.

- Matheus, como vou olhar pra minha mãe, vou ter que contar pra ela?

- Não precisa contar, tenta conversar com seu pai primeiro

- Vou ter que contar, se eu conversar com ele, certeza que não vai adiantar de nada, ele não vai admitir.

Matheus da um beijo na minha testa e limpa minhas lágrimas. Ele dá a partida no carro, fazendo o caminho da minha casa.

Fomos o caminho todo em silêncio, eu ainda estava desacreditada e com muita raiva, eu imagino o quão mal minha mãe vai ficar, eu não posso esconder isso dela. Vim o caminho todo pensando em formas de contar pra ela e acabou que nenhuma me parecia boa.

- chegamos — Matheus me tira do meu devaneio

- muito obrigada meu bem, eu te peço mil desculpas por essa situação. Era pra ser uma coisa legal, pra gente se divertir..

- shiiiu, escuta, eu só quero te ver bem! Não quero te ver assim de forma nenhuma. Eu espero que tudo se resolva

- tudo vai se resolver, eu espero

- agora entra lá, e resolve o que vai fazer. Só não esquece que eu tô aqui, e qualquer coisa liga nois! — ele dá um abraço em mim

Quando entro em casa, minha mãe está na sala assistindo TV

- já chegou filha?

- já, mãe! Fiquei um pouco enjoada e o Matheus resolveu me trazer de volta pra casa. Sabe como ele é, né? — disse isso na tentativa de disfarçar, torcendo que ela não percebesse nada de estranho.

- pega um remédio lá na caixinha de remédio, meu amor! Vai pro seu quarto descansar.

- mãe.. — tento continuar mas as palavras não saem

- que foi, filha?

- eu vi uma coisa hoje e..

- o que, filha? — diz ela toda preocupada

- olha, eu não quero que você fique nervosa, eu só vou te contar porque acho que é o melhor.. Eu vi o pai com uma mulher, ele tava te traindo

- filha.. — ela diz com um semblante claramente decepcionado — essa situação é muito complicada, eu já vinha desconfiando, tinha quase certeza. Essa não é a primeira e nem será a última vez que ele faz isso.

- como assim, mãe? Como você permite que isso aconteça?

- eu amo muito você, eu mantenho esse casamento por você e pelo nome da nossa família

- então você aguenta essas humilhações por puro status? ACORDA, MÃE! VOCÊ NÃO PODE SE REBAIXAR NESSE NIVEL! — grito perdendo toda razão.

Eu estava ficando fora de controle, minha única vontade era dar uns chacoalhoes na minha mãe pra ver se ela acordava.

meu pai chega bem na hora, me olha com uma cara de assustado

- O que está acontecendo, Bárbara?

- ACONTECE QUE EU VI VOCÊ COM AQUELA PUTA HOJE! EU TÔ EXAUSTA DE FINGIR QUE TÔ EM UM FILME ONDE A FAMÍLIA É PERFEITA, EU TÔ CASADA DE FINGIR, EU NÃO AGUENTO MAIS! — solto tudo gritando, quase que perdendo o ar, e meu pai me olha furioso

- Eu não vou admitir de forma nenhuma que você fale assim comigo!

- você vai fazer o que? Hein? Você vai me bater? Vai fazer o que? Fala, seu merda! Eu tô cansada de você, tô cansada de seguir suas ordens, de querer te agradar, eu tô casada!

Minha mãe começa a chorar desesperadamente, meu pai simplismente respira fundo

- o que eu faço não é da sua conta, quem me deve satisfação aqui é você! Se não está satisfeita é só sair da minha casa!

- Mas eu quero mesmo! quero sair da sua casa, quero sair daquela faculdade, quero sair dessa família cheia fingimento! Eu tô cansada e não aguento mais. Nunca imaginei que você seria cuzão à esse ponto.

Meu pai olha nos fundos dos meus olhos e me da um tapa no rosto, eu fiquei estasiada, sem acreditar no que acabou de acontecer

-Rodolfo, para, eu não tô aguentando! — minha mãe grita e vem em minha direção. Ela toca no meu rosto, onde meu pai acabou de bater, olha pra mim chorando

- vai pro seu quarto, deixa eu me resolver com seu pai — diz ela

Eu obedeço minha mãe, pois sinto que se eu ficar, a situação iria piorar.

Chego no meu quarto e deito na cama ainda desacreditada, pego meu celular, e quando estou prestes a mandar uma mensagem para Matheus, chega notificação do Facebook sobre um evento que está acontecendo, entro na notificação e penso "agora é hora de me vingar"

Com muita raiva eu simplesmente entro no quarto do meu pai, abro as gavetas e acho os cartões de crédito dele, coloco todos em minha bolsa, e saio de casa.

Já na rua, ligo pra Matheus

- eai Babi, contou pra sua mãe?

-Matheus, pega seu carro e vem me buscar, por favor?

- onde você tá? Aconteceu alguma coisa? — senti a preocupação pelo seu tom de voz

- aconteceu tudo, mas eu só quero esquecer e ficar muito louca, a gente vai pra festa mais comentada de SP agora!

- como? Você tá doida? Tô sem dinheiro, amanhã tenho que trabalhar cedo

- Matheus, só vem! Você não vai me deixar ir sozinha né?

- tá bom Bárbara. Fica parada que em 5 minutos eu tô aí, nem se mexe hein!

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