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Dafne D'Ávila Pov's

4 anos atrás...

Lucas volta aqui que ainda não acabamos ㅡgrito subindo as escadas atrás dele.

Dafne não quero discutir então me deixa em paz! ㅡele entra pro nosso quarto mas quando foi fecha a porta eu abrir a mesma com força.ㅡ Pelo amor de Deus! ㅡrevira os olhos.

Vamos discutir sim! ㅡparo em sua frente.ㅡ Você não tem mais tempo para mim. Não tem mas tempo pra nós na verdade. Já estou com seis meses e você nunca foi em uma, UMA consulta pra saber se a bebê estava bem. O que tá acontecendo? Estava tudo bem entre a gente, o que houve pra você está tão distante assim? ㅡsento meus olhos se encherem de lágrimas.

Tenta me entender Dafne. Eu sou muito novo pra ser pai e ainda tem minha carreira no Flamengo, não sabendo administra tudo! ㅡele suspira e eu o encarei incrédula.

Muito novo?! Lucas eu tenho só dezesseis anos e nem por isso eu estou colocando a culpa na bebê. Acha que eu também não to sendo sobrecargada? Eu tenho que lidar com a gravidez, lidar com meus estudos, arrumar a casa, fazer comida todos os dias pra você e nenhum dia sequer você virou para mim me perguntando como eu estava se eu estava bem com toda essa situação. To tendo que carregar tudo sozinha e você vem me dizer que não está sabendo administrar tudo?

Dafne. Eu já disse, eu to totalmente perdido!

Não Lucas! ㅡgritei e o mesmo me encarou.ㅡ Você está tentando fugir das suas responsabilidades. COMO SEMPRE. Você sempre faz isso, nunca mudou. Tá sendo um Completo moleque. Um covarde! ㅡgritei e o Lucas ficou me encarando. Era evidente que ele estava fervendo de raiva.

O que não esperava era que o mesmo iria virar um tapa com toda força no rosto, que me fez cair em cima da cama. Isso não podia está acontecendo.

Dafne eu... ㅡdiz meio assustado, como se nem ele soubesse o que tinha acabado de fazer.

Não encosta em mim! ㅡme afasto dele chorando, coloquei a mão no local onde ele tinha depositado o tapa e me levantei da cama.

Daf me desculpa eu... Eu perdi a cabeça! ㅡpassa a mão pelo cabelo.

Eu apenas te disse umas verdades e você não pensou duas vezes antes de me bater... Depois peço pra minha mãe vim busca minhas coisas! ㅡvou em direção a porta do quarto mas ele me segurou pelo braço.

Como assim pegar suas coisas?

Estou dizendo que eu vou para bem longe de você! ㅡpuxo meu braço e limpo minhas lágrimas. Ele não merecia uma lágrima se quer minha.

Mas e a bebê?"

Não era você que não tava preparado para ser pai? ㅡsolto uma risada sem humor.ㅡ Pode deixar que eu consigo cuidar dela sozinha. Porquê eu sim. Eu estou preparada para o que der e vier. Adeus Lucas!

×××
4 anos depois

ㅡ Então doutor? O que ela tem?

ㅡ Sua filha está com bronquite asmática, por isso que ela estava tendo aquelas falta de ar e tossindo muito a noite ㅡo pediatra diz.ㅡ Ela desenvolveu uma intolerância a lactose também.

ㅡ Ai meu Deus. ㅡabaixo a cabeça e passei as mãos pelos cabelos sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.ㅡ Ela sempre foi uma menina tão saudável, nunca me deu trabalho em questão de saúde.

ㅡ Isso acontece com quem menos se espera ㅡele sorriu fraco.ㅡ Vou passar os remédios para ela tomar durante seis meses, se ela não melhorar voltamos a fazer os exames pra ver o estado dela e começaremos outro tratamento, ok? ㅡele anotou os nomes dos remédios na folha de receita.

ㅡ Tudo bem.

O doutor passou os remédios pra Malu e eram muitos remédios, já passei na farmácia para ver quanto que eu teria que gastar com aqueles remédios, quase tive um ataque cardíaco quando o farmacêutico me disse que tudo sairia em torno de mil e duzentos reais. Mas que porra é essa? Vem é ouro dentro desses remédios? Ou Jesus cuspiu dentro dos frascos?

Já fazia quatro anos que eu vim morar em Brasília, tive que me virar 'sozinha' durante a gravidez. Graças a minha mãe que sempre que pode manda dinheiro para nós duas não morremos de fome mas não podia simplesmente pedir pra ela mandar mil e duzentos reais para mim, seria demais para ela.

ㅡ MAMÃE! ㅡMalu corre para me abraçar assim que me viu entrando em casa.

ㅡ Oi minha gordinhaㅡ ㅡPego ela no colo e dou um beijo em sua bochecha.ㅡ Cadê a tia Isa?

ㅡ Tá lá na cozinha fazendo almoço pra todo mundo. ㅡEla diz e eu solto uma risada.

ㅡ Então eu vou lá ajudar ela e você fica quietinha aqui, ok? ㅡColoco ela sentada no sofá.

ㅡ Tá bom! ㅡEla diz voltando sua atenção pra TV e eu fui pra cozinha encontrando Isabel mexendo em algumas panelas no fogão.

Isabel foi a primeira e única amiga que eu fiz nesses quatro anos, ela é minha vizinha e foi a que mais me ajudou com a Malu.

ㅡ Como foi lá no hospital? ㅡPerguntou desligando umas das bocas do fogão e se virou para mim.

ㅡ Ela está com bronquite asmática e com intolerância a lactose ㅡDeito minha cabeça no balcão e solto um longo suspiro.

ㅡ Como assim Dafne? A Malu nunca foi de ficar doente ㅡIsabel se sentando do meu lado.ㅡ E agora?

ㅡ E agora que eu preciso de mil e duzentos reais para comprar os medicamentos da Malu e não tenho um puto no bolso! ㅡDigo levantando minha cabeça e olhando pra ela.

ㅡ Ai amiga, eu até te ajudaria sem nenhum problema mas eu tô sem dinheiro nenhum agora ㅡIsa diz me abraçando.ㅡ Vai falar com sua mãe?

ㅡ Não, não vou falar com ela! Com certeza mesmo não tendo dinheiro ela vai fazer de tudo pra conseguir e eu não quero isso.

ㅡ Mas Daf...

ㅡ Mas nada. Já estou decidida.

ㅡ E se você falar com o Lucas? ㅡEla pergunta meio receosa e eu a encaro.

ㅡ Tá maluca? Lucas nunca foi presente na vida da Malu e por mim vai continuar não sendo! ㅡreviro os olhos.

ㅡ Tá mas ele não é um pai presente por sua causa, né? ㅡEla cruza os braços.

ㅡ Ué, foi ele quem disse que era muito novo para ser pai. Deixa ele lá com a carreira dele e eu fico aqui cuidando da minha filha.

ㅡ E vai deixar sua filha morrer por conta do seu orgulho idiota? ㅡEla me olhou e eu desviei o olhar.

ㅡ Ai Isabel, não fode.

ㅡ Não fode você. ㅡEla diz batendo no meu ombro.ㅡ Você vai voltar pro Rio amanhã mesmo!

ㅡ Mas não é só ligar? ㅡCruzo os braços.

ㅡ Dafne, você passou quatro anos sem nem ao menos olhar pra cara dele e ainda vai ter a cara de pau de apenas fazer uma ligação?

ㅡ Sim? ㅡsorrio forçado.

ㅡ Dafne vai agora comprar uma passagem pro Rio. ㅡEla diz apontando o dedo indicador pra porta da cozinha.

ㅡ E quem disse que eu vou pro Rio?

𝐓𝐄 𝐕𝐈𝐕𝐎 | ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora