2° - Reformulado

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Liandra Dos Santos

O hotel onde estamos hospedados no Rio é maravilhoso, tem um lobby chiquérrimo, enorme e bastante iluminado.
Enquanto eu admiro tudo como uma criança o Renato vai até a recepção para fazer nosso check-in e logo depois subir para o quarto.
Um dos empregados do hotel me oferece ajuda para levar as malas até o quarto e eu aceito. Entramos no elevador e subimos até o vigésimo quinto andar, eu por não gostar de elevadores sinto um frio na barriga toda vez que entro em um. Uma voz de mulher anuncia que chegamos no nosso andar e as portas do elevador se abrem. Caminhamos em silêncio até nossos quartos e o Renato dá uma gorjeta para o rapaz que nos ajudou com as malas. Abro a porta do quarto e mais parece um apartamento mobiliado, tem uma sala de espera com um sofá de 3 lugares e  uma mesinha de centro, uma televisão na parede, entrando mais um pouco temos o quarto com duas cama perto da porta da sacada do hotel, um banheiro com uma banheira redonda e com vista para a praia de Copacabana, saindo do quarto temos um mini bar com uma bancada e 2 bancos altos e uma mini geladeira com algumas bebidas. Pego uma garrafa de vinho e 2 taças e sirvo para mim e para o Rê. Ele beberica um pouco mas sei que ele não gosta de vinho e sorrio da cara estranha que ele fez ao encostar o liquido travoso na língua.

- Vamos descer para almoçar? - Pergunto para o Renato que está olhando a vista da praia na sacada.

- Diacho Lia, tu só pensa em comer criatura. - Ele fala e toma a ultima golada do vinho. 

- Claro, eu tô com fome! - Falo enquanto coloco a mala em cima da cama que vou ficar.

Abro a mala, pego uma toalha, uma muda de roupa, um conjunto de lingerie e sigo para o banheiro. Coloco a banheira para encher ao som de Love on the brain da Rihanna e aproveito meu banho cheio de espuma.


...

Renato Alves Carvalho


Depois do banho mais demorado que já tinha tomado, dá uma vontade de andar pelo calçadão de Copacabana e respirar a brisa do mar para matar a saudade daqui.

- Lia vamos descer para andar no calçadão. Lá a gente come alguma coisa, já que o horário do almoço do hotel já encerrou. - Falo alto já que ela está perto do mini bar e eu no quarto.

- Está bem, Rê. - Ela responde enquanto toma um gole de água.

Pego meu celular e mando mensagem para o grupo de amigos que iremos encontrar mais tarde em uma boate aqui perto.

WhatsApp On:

Delegado Renato: Tudo certo para hoje a noite?

Inspetor Noronha: Por mim já estou lá!

Delegado Moura: Opa, por mim tudo certo. 

PM Augusto: Que horas vamos nos encontrar lá?

Delegado Renato: As 20h.

PM Augusto: Ok. Estarei lá e levarei mais dois amigos para se juntar a turma.

Delegado Renato: Também irei levar minha irmã, a Liandra. Lembram dela?

Delegado Moura: A enfermeira?

Delegado Renato: A própria em carne e osso.

PM Augusto: Até que fim iremos conhecer a Dra. 

Inspetor Noronha: Verdade. Só a vimos por fotos e nada de ver cara a cara.

Delegado Renato: Ela vai sim. Agora vamos descer para darmos uma volta no calçadão e comermos alguma coisa. Até mais tarde, seus putos.

WhatsApp Off.

Desligo o touch do celular e coloco ele no bolso da bermuda, pego minha carteira e coloco no bolso de trás. Pego minha camiseta e visto já saindo do quarto. Vejo a Lia guardando o celular no cós do short e colocando a blusa por cima para cobrir.

- Está pronto? - Ela pergunta me entregando uma garrafinha de água.

- Estou. Bora? - Pergunto 

- Bora! - Fala passando pela porta do quarto indo em direção ao elevador.

Não demora muito e já estamos no lobby do hotel. Deixo a chave do quarto na recepção e saímos para o calçadão que fica atravessando a rua de frente para o hotel.
O resto de tarde ainda está quente mas gostoso para uma volta na praia. Lia fotografa tudo que lhe convém, com o iphone  que ela diz ter custado um rim, um fígado, e um baço no mercado negro, como dá pra ver ela é o puro exagero em pessoa.  Me distraio ao parar para comprar duas águas de coco para mim e para Lia e minha atenção só volta no momento em que ouço a Lia bater boca com um homem na qual eu reconheço e conheço muito bem! 

- Leonardo Paulo Albuquerque... - Falo com desdém na minha voz

- Mas vejam se não é o homem que se diz ser da lei mas que não consegue sequer desvendar um caso de assassinato, não é mesmo, senhor delegado? - Ele fala com deboche.

Há 1 atrás o pai de Leonardo foi morto e o caso foi arquivado por falta de provas de assassinato. Fiz tudo que podia para solucionar o caso mas Leonardo nunca reconheceu isso e tudo ficou pior quando o caso foi arquivado e encerrado. Leonardo se afastou da nossa turma, e sumiu por alguns meses até voltar como dono da empresa de engenharia civil e arquitetura, que seu pai lhe deixou de herança. Ele assumiu o cargo mas continuou afastado do nosso circulo de amizade e está assim até hoje.

Ele olha para Liandra, já que percebe que não irei lhe responder.

- Moça, tome meu cartão de visitas. Nele tem meu e-mail, o endereço da minha empresa e meu contato empresarial. Entre em contato comigo amanhã por volta das 12h e resolveremos o prejuízo que lhe dei. - Ele fala sem mais delongas e sai andando sentido contrário ao nosso.

A Liandra tenta argumentar mas eu a impeço antes que uma muvuca comece ali. Pego a água de coco em cima da bancada e entrego a Lia.

- Não adiantaria bater boca com esse homem mas se ele pediu para entrar em contato é porquê irá lhe ressarcir o dano causado. - Falo por fim e voltando a caminhar.

- Da onde você conhece esse bruta montes? - Ela faz a pergunta que eu já esperava.

- Lembra o caso que não consegui solucionar e que foi arquivado quando vim ao Rio ajudar um amigo na morte de seu pai? - Ela parece pensar um pouco 

- Sim, lembro. Não vai me dizer que ele é o tal "amigo"! - Ela pergunta torcendo para minha resposta ser negativa

- Infelizmente ele é sim. Leonardo mudou muito depois do caso e se afastou dos amigos inclusive de mim. O único com quem ele ainda fala é com o PM Augusto e ninguém mais. Mas todos nós sentimos muito a perca que ele teve mas não tinha mais o que fazer a não ser encerrar o caso se não poderia até ter sido prejudicial para Leo na época já que o mesmo era muito próximo do pai. - Falo por fim.

- Olha Rê, não foi culpa sua e nem dos seus amigos o que aconteceu, está me ouvindo? - Ela fala firme

- Eu sei, mas ainda sinto muito por ele ter se afastado da gente. - Falo com pesar

- Capaz de amanhã eu pegar minha chinela e dar umas chineladas nele. - Ela fala pra me fazer rir e consegue.

Liandra não tem tamanho mas tem uma valentia que meu Deus, nunca vi igual.

- Mas me diz ai como foi que ele conseguiu quebrar seu iphone em questão de minutos. - Falo para mudarmos de assunto

- Esse ogro veio da baixa da égua e esbarrou em mim daí derrubou o meu celular enquanto eu estava tirando uma self. - Ela fala soltando fumaça pelas ventas

Dou uma gargalhada alta

- Só você mesmo Lia pra me fazer rir assim! - Continuo rindo da cara dela

Continuamos o passeio só apreciando a vista, ficamos na orla até o sol se pôr e voltamos para o hotel pra nos arrumarmos para irmos na boate encontrar a galera.
Preciso nem comentar que a Maria Batalhão ficou toda feliz quando eu disse que só ia ter homem de farda na roda.

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