A Cidade - Em Hiatus

Mais um dia normal...

Os raios solares atravessam as frestas da janela, iluminando o quarto, sinto a claridade pressionar os meus olhos e ouço o toque do despertador do meu celular, com os olhos ainda fechados tateio o criado mudo em sua busca, quando sinto o objeto retangular, começo a abrir os olhos lentamente, ao ver a luz ofuscante da tela sinto como se tivesse levado um soco, deslizo o dedo pela tela e desligo o despertador, neste momento alguém bate na porta do quarto.

-Lua, a mamãe já fez o café, vem logo, não quero perder o ônibus por sua causa. - continuou a bater, ótimo, ele não vai parar até eu me levantar, saio da cama e vou em direção a porta, ao abrir vejo meu irmãozinho de 13 anos me olhando com um sorriso no rosto. - Feliz por ter me acordado pirralho? -  digo enquanto coço os olhos - Bom dia irmã, a sua cara está ótima. - reviro os olhos - Ah claro, você é tão gentil, avisa pra mãe que já vou descer - fecho a porta e ouço os passos dele descendo as escadas, vou em direção ao guarda roupa, minha escola não é rígida em relação ao vestuário, mas eu sempre preferi roupas simples e conservadoras, uma calça jeans, uma blusa preta e um casaquinho por cima e voila!! Perfeito! Vou em direção ao espelho e meu Deus! Ele não estava brincando, eu estou com uma cara horrível, meu cabelo está todo embaraçado, meu rosto está amassado, gente o que aconteceu durante a noite? Um caminhão me atropelou e eu não percebi?

Penteio meu cabelo em meio a gemidos de dor e agonia, saio do meu quarto e vou em direção ao banheiro, lavo o rosto e escovo os dentes e escuto minha mãe gritando para me apressar, saio do banheiro, vou em direção ao meu quarto e pego a minha mochila, desço as escadas numa velocidade incrível o que me arrependo logo depois, por que piso em falso e quase caio escada a baixo, o que me causou praticamente um mini infarto, depois de meu coração voltar a bater num ritmo seguro eu termino de descer as escadas e vou para a cozinha.

- Finalmente! Você está branca, viu um fantasma no caminho pra cá?- olho para o meu irmão - Não, mas eu quase viro um. - minha mãe coloca um pão com queijo derretido e presunto na minha frente, e eu me sirvo um pouco de café com leite - Já te falei pra não descer as escadas com tanta pressa, você só vai aprender quando cair e quebrar o pescoço.

- Nossa mãe, a senhora é tão sensível, eu fico admirada. - ela da um sorriso - Termina logo o seu café Luana, o ônibus de vocês vai chegar em breve. 

Bem, vamos as apresentações, meu nome é Luana Dias, mas a maioria das pessoas me chamam de Lua, tenho 17 anos, tenho cabelos pretos que vão até os ombros e uma estatura de 1,56 m, minha esperança de ser mais alta que o Luke já era, estou no último ano do ensino médio e moro com o meu irmãozinho, Lucas, também chamado de Luke (por mim) que está no ensino fundamental na mesma escola que eu, e minha mãe Sarah, que trabalha como enfermeira no hospital local, a cidade que moramos tem poucas escolas e a melhor escola fica beeeem longe do centro o que é estranho por que quem diabos faria uma escola no fim do mundo???

Mas como diz a minha mãe " Vocês terão uma boa educação, não importa o quão longe seja, sabedoria é imprescindível",  não digo que ela está errada, só é uma viagem extremamente entediante até lá, ouço o barulho da buzina, e aí está o ônibus da depressão, termino meu café, pego minha mochila, dou um beijo no rosto da minha mãe e me despeço, espero o Luke dar tchau pra ela e abro a porta, o pirralho vai correndo pro ônibus todo feliz, credo, como ele fica tão feliz em ir pra escola? Paro na porta do veículo e olho pra traz, mando um beijo pra minha mãe que estava parada em frente a casa e entro.

Dou bom dia para o senhor Matias, o motorista, e caminho em direção a um lugar vazio, vejo que meu irmão está com os dois amiguinhos da sala dele, conversando alegremente, uau, ele é bem melhor do que eu em socializar, eu não falo com muita gente da escola, não sou muito fã de pessoas, e acredito que muita gente não gosta de mim também, há boatos na escola que sou uma bruxa ou coisa assim, faço parte de cultos satânicos e outras doideras, caramba é só você ser uma pessoa reservada, quieta, com um leve interesse no ocultismo e não muito sociável que as pessoas já assumem que tem algo muito errado com você, incrível, mas pelo menos ninguém se aproxima de mim ou enche o meu saco.

Olho para o lado e vejo Kaio Pontes, um dos jogadores do time de futebol mais famoso da escola, com seus cabelos negros curtos, olhos escuros, pele bronzeada e porte físico que faz os olhos das garotas brilharem, no raking dos caras mais gatos da escola (sim, minha escola faz esse tipo de coisa, é nojento, eu sei)  ele está em segundo lugar, no quesito popularidade e beleza ele só perde para o seu melhor amigo, Nickolas Brown, que está sentado ao lado dele, olhos azuis como o céu limpo e cabelos negros como a noite mais escura é impossível não derreter quando aqueles olhos pousam em você, também tem um porte físico encantador, já o vi jogando basquete e quando ele tirou a blusa suada eu pude confirmar que os boatos são cem por cento verdadeiros, dizem que sua pele branca é tão macia quanto algodão, bem acho que esse boato é meio exagerado, da pra ter a pele macia assim? Compartilhe seus truques oh ser cuja aparência é duvidável que seja de um mortal, porém em compensação ele não tem uma personalidade agradável, está sempre com uma expressão séria, segundo os boatos, quando ele sorri você é transportado para um estado de êxtase, é como se estivesse no céu, mas foram poucos os que viram tal fenômeno, ele é bem inteligente, sempre tira notas boas, é uma pessoa extremamente fria, mas isso atiça ainda mais as garotas, elas o acham "legal", estranho porque eu tenho essa mesma atitude e ninguém me acha "legal".

O ônibus para pra pegar a última pessoa antes de partir em direção á escola, e Savannah a garota mais popular, bela e metida que eu já conheci entra, e claro para as coisas ficarem boas o único lugar disponível é ao lado do meu, maravilha, pelo menos ela não fala comigo, mas vou ter que aturar a cara de desprezo dela por todo o caminho, obaaa, mais um dia normal na minha vida.