O posto policial de Stuart Ville estava investigando o caso do jovem assassinado na manhã de quarta-feira na cidade e da jovem encontrada ao lado do corpo.
- A jovem é Karol Sevilla e sua família é dona dos melhores restaurantes da cidade, agora, a jovem se encontra em estado estável no hospital da cidade. – Era o que a repórter do jornal local dizia às nove da manhã de quinta-feira.
Karol estava foi encontrada desacordada, por um rapaz que estava fazendo sua caminha, seu corpo estava entrando em estado de hipotermia enquanto estava em contado direto com o gelo. Tinha fraturado o braço direito e machucado a perna esquerda, mas o corte na cabeça tinha dado problema aos médicos que a atenderam, foram sete pontos no supercílio e dois no queixo.
Sua visão estava embaçada ainda quando ela começou a despertar do sono induzido por medicamentos.
Observou sua mão, e o gesso branco parecia pesado demais para ser movido, sua cabeça estava latejando, mas a dor na perna parecia corroê-la aos poucos.
- Onde estou?
Sua voz saiu rasgada e então ela lembrou, lembrou do bosque, lembrou do tiro, lembro do barulho ensurdecedor do vento e então lembrou de Gastón, do seu corpo estirado no gelo frio e congelante, lembrou do olhar, literalmente mortal do garoto. E um nó se formava na sua garganta, e as lágrimas começavam a correr pelo seu rosto.
Então a porta do seu quarto foi aberta por sua mãe, uma mulher de pele pálida e incrivelmente bonita, na casa dos quarenta anos, adentrou o quarto com um vaso de flores e algumas revistas. Colocou rapidamente tudo em cima da mesa ali no quarto e foi de encontro a filha.
- Oh, minha filha. – Sua voz era calma, mas parecia carregar uma onda de alivio que dizia que a filha estava acordada, e viva.
As lágrimas da jovem começavam a misturar com as da mãe, e os soluços eram praticamente iguais.
Depois de alguns segundos abraçadas, Karol começava a se soltar do abraço da mulher.
Encarou a mãe, mesmo sendo linda e parecer jovem para a idade, a mulher agora parecia cansada e ter envelhecido cinco anos em apenas um dia.
Karol forçou o corpo para sentar na cama e foi ajudada pela mãe, que a sentou e afofou um travesseiro para garota, que tinha os cabelos claros como o da mãe.
- Se sente bem, querida? Precisa de alguma coisa, posso chamar uma enfermeira. – A mulher já estava em pé presta a apertar o botão vermelho ao lado da cama, mas foi impedida pela mão gelada de Stella na sua.
- Eu estou bem, mãe. – Foi tudo o que disse, e o silêncio se instalou no quarto.
Karol estava encarando suas mãos pálidas e o mais novo acessório na mão direita, talvez ela tivesse tropeçado em algum tronco e foi isso que tinha a levado ao hospital, é talvez ela só tivesse tropeçado e não acho o corpo do garoto mais popular da escola estirado no gelo jorrando sangue.
- Você quer falar sobre o que aconteceu? Seu pai está falando com os policias desde ontem, tentando entender tudo. – A mãe de Karol começou a falar, sua voz era suave, mas a tenção ali não poderia dizer o mesmo da situação.
- Eu... – começou a falar mais sua voz falhou, e lá estavam as lágrimas de novo, não sabia o que dizer, que ouviu um tiro e que foi "empurrada" do píer pela força do vento, isso parecia loucura. – Eu não sei, tudo parecia normal, estava correndo pelo bosque ao redor do lago, e então um tiro foi disparado – Ela engoliu em seco a pouca saliva que tinha na boca, - eu não sabia bem o que tinha acontecido, achei que tinha sido alguém caçando algum animal, mas não era.
Então o soluço antes preso na garganta agora se misturava as lágrimas que rolavam pelo seu rosto e escorriam pelo seu nariz.
- E Gastón, ele estava lá... lá no chão. E eu cai, do píer... – Soluços – E o vento...
A mulher loira a sua frente estava extremamente assustada com tudo que vinha da boca filha, mas a sua criança ainda parecia precisar colocar as coisas no lugar.
- Tudo bem meu amor, tudo bem. – Ela abraçou a loira, que tremia e soluçava sem parar nos seus braços, o corpo frágil e pequeno da sua filha estava aos cacos e ela não pode fazer nada para ajudar.
Depois de alguns minutos de carinho e abraço quentinhos, Karol finalmente tinha se acalmado e agora já conseguia respirar novamente.
- Vou contar ao seu pai que você já acordou, ele ficará feliz com a notícia. – Mamãe beijou minha testa com cuidado e saiu, mas antes me deu um copo d'água e colocou uma maçã na mesa do meu lado.
Do lado de fora a cidade estava em caos, era o que os noticiários relatavam nos canais que Karol passava na televisão. A noticia de que Gastón Pasquarelli foi assassinado tinha pegado todo mundo despreparado, e alarmou a então pacata cidade de Stuart Ville.
VOCÊ ESTÁ LENDO
When Something Bad Happens - Ruggarol
FanfictionQuando um assassinato abala a pequena cidade de Stuart Ville, Karol Sevilla é a única no local do crime.