Vocês que são gatos, que se entendam

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Então, era pra eu ter escrito algo para o aniversário do Hanamiya, mas o ano começou tenso pra mim e nem rolou, felizmente essa ideia surgiu depois que reli o mangá The wedding eve (Shiki no zenjitsu).

Essa é minha tentativa de escrever algo um pouco engraçado com eles, não sou boa nisso, mas juro que tentei!

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A primeira coisa que Hanamiya nota ao voltar para a sala é Kiyoshi Teppei, bem, não é difícil perceber um cara daquele tamanho bloqueando a entrada do apartamento usando um casaco ridiculamente grande e no rosto um sorriso estúpido que nunca, nunca, é um bom sinal. Ele franze as sobrancelhas numa careta enquanto o assiste tirar os sapatos e se aproximar com o ar animado de quem traz novidades da rua, infelizmente isso só agrava as suspeitas do moreno, de todos os tipos de sorrisos que Teppei possuí esse em específico é o segundo que mais detesta.

A outra coisa que nota ao olhar de perto é a bola de pelos que parece minúscula demais nos braços de Teppei e em meio ao casaco, e que (ah, merda!) se mexeu e acabou de miar em alto e bom som. Estou ouvindo coisas?

- O que é isso? – pergunta tentando, tentando muito, não soar exasperado enquanto aponta com desprezo para o que o outro carrega.

A pergunta faz o sorriso de Teppei aumentar. – Um gatinho – responde de forma simplista. – O encontrei abandonado no caminho da estação. Podemos ficar com ele, Makoto?

Por um instante Hanamiya apenas fica ali o olhando como se não estivesse escutando aquelas palavras, observava a expressão animada e cheia de expectativas dele, os cabelos bagunçados por causa da touca que foi retirada assim que entrou e os lábios secos do frio. No entanto na sua cabeça tentava decidir se Teppei é apenas estúpido demais ou se faz de propósito. Ele, sinceramente, espera que seja o último, se recusa a acreditar que namora alguém tão parvo.

Era só o que faltava, um gato! Isso não estava no contrato quando aceitou viver com aquele cabeça-de-vento!

Respirando fundo piscou lentamente encarando a bola de pelos que lhe devolve o olhar e o deixa desconfortável, um par de olhos dourados, brilhantes e inteligentes. O gato não deve ter mais que alguns meses, é pequeno e está magro e tremendo, se de frio, fome ou medo Hanamiya não saberia dizer.

Sentindo a sobrancelha se contrair e a mandíbula apertar ele volta a atenção para Teppei, que continua com o mesmo sorriso esperando sua resposta. Qualquer outra pessoa simplesmente cederia a essa expressão de bom moço dele, mas Hanamiya nunca gostou disso, então...

- Não. – decretou dando as costas ao absurdo de quase dois metros de altura que ele chama de namorado e a criatura felpuda.

O sorriso animado de Kiyoshi caiu com a resposta, mas se recuperou rápido demais para o gosto do moreno, como sempre ele se recusava a desistir tão fácil. Teimosamente seguiu Makoto pelo apartamento com passos ruidosos e a bolsa balançado ao lado do copo; o gato se lamentava por causa de toda a agitação e tentava se soltar das grandes mãos.

- Não adianta me dar esse olhar detestável. – Hanamiya falou quando ele o alcançou e entrou no seu caminho, impedindo-o de chegar até a cozinha; estreitou os olhos dando um passo à frente, Teppei não recuou.

- Que olhar? – Kiyoshi perguntou genuinamente confuso.

- Esse olhar de labrador triste! – retrucou aborrecido apontando o dedo acusador para o rosto dele. Teppei mantinha a testa franzida, sobrancelhas baixas e ombros encolhidos, Hanamiya quase podia ver as orelhas e o rabo caídos feito um cão chutado.

Eu, Você e o GatoOnde histórias criam vida. Descubra agora