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Não é nenhum fetiche de Ciel Phantomhive ficar pensando em loiros bipolares, na verdade nunca gostara de se distrair com coisas fúteis, principalmente quando se está tendo aula de latim.

— Bocchan, está tudo bem? É a quarta vez que se distrai hoje, terá que ser punido outra vez.

E mais uma vez levaria uma batida da régua em sua mão, que era branca e completamente sensível e já estava vermelha em um único ponto, denunciando os maus tratos naquela região. Estendeu a mão receoso e esperou a batida, mas esta não veio o que o deixou surpreso.

— Não vai me punir, Sebastian? — perguntou-o curioso.

O mordomo estava guardando os materiais.

— Vejo que é masoquista, Bocchan. Acabou sua aula neste instante, então não será preciso puni-lo — disse arrumando os livros.

Abaixou suas mãos e voltou a pensar em Alois Trancy. Era incrível como ele tomava sua mente em questão de segundos, era tão difícil de entender o loiro, mas era tão fácil perceber o quão frágil ele era, sempre escondendo suas dores atrás daquela alegria que contagiava o ambiente ao redor, porém Ciel já percebera aquele miniteatro do loiro há tempos, mesmo depois da maioridade, Alois não havia perdido sua personalidade infantil e mandona e aquilo atormentava o pobre Phantomhive.

— Sebastian.

Voltou a chamar a atenção do mordomo.

— Sim, Bocchan? — sorriu cinicamente.

Ah, como Ciel odiava aquilo.

— Poderia chamar o Trancy hoje para vir aqui?

O mordomo se surpreendeu e o olhou assustado.

— E por qual motivo deseja sua presença?

— Isto não lhe interessa — disse rude revirando os olhos.

[...]

Na mansão Trancy, Alois estava sentado na grande cadeira giratória, que rodava a todo instante, em seu escritório, conversando com seu mordomo que não dava a mínima. Claude colocou a carta da mansão Phantomhive que fora recebida há poucos minutos e saiu de fininho, enquanto Alois falava de costas para ele.

— Claude, o que você...?

O loiro virou-se e percebeu que seu mordomo não se encontrava mais ali. Olhou para a mesa de centro e percebeu que havia uma carta em cima.

Pegou-a e olhou, viu que era dos Phantomhive, se surpreendeu já que de vez em nunca recebia cartas de tal. Abriu e a leu.

A primeira reação do loiro foi pura alegria, mas sabia que alguma coisa tinha, pois nunca recebera uma carta vinda de Ciel convidando-o para ir a sua mansão, as poucas cartas recebidas sempre eram de assuntos direcionados a Rainha, de trabalhos e afins. Estava surpreendentemente feliz de poder visitar o moreno, ele lhe agradava porque era sincero, mesmo brigando ou quase o matando na maior parte do tempo, mas apesar disso ele lhe jogava a verdade, não era falso.

[...]

— Bocchan seu convidado chegou — disse o mordomo adentrando no escritório junto com Alois e Claude.

— Poderia nos deixar a sós? — Ciel perguntou.

Referiu-se a Sebastian e Claude. Os demônios saíram da sala deixando os dois sozinhos.

— O que quer Phantomhive?

O loiro se aproximou da mesa de Ciel e deitou nela, era folgado e sabia que isso irritaria o impecável Ciel, mas o que lhe surpreendeu foi o moreno corando e tentando desviar seu olhar de si.

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