Eu não lembro de como vim parar aqui, o que eu estou fazendo ? Porque estou correndo ?
Onde estou ?Eu corri por horas, até sentir tanta sede que poderia beber qualquer coisa, eu estava naquela rua escura, com os postes piscando e pessoas fumando nas esquinas, eu queria entender o que estava acontecendo, até que me pararam e perguntaram se eu queria algo, eu só queria saber onde eu estava naquela madrugada tão fria e silenciosa.
Até que eu acordei.
Era só mais uma lembrança ruim, que me tira o sono todas as noites, eu não sei como superar, como deixar pra lá, quando alguém chega perto, a voz dele mansa me conquistando e depois eu amarrada,apanhando sem motivo algum, e ele me obrigando a colocar a boca onde eu não queria, me forçando a dizer coisas do agrado dele, e eu só conseguia pensar "onde estou?"
Até que ele chega perto o suficiente e eu consigo morder e agredi-lo.
Eu fugi, corri, corri, e parei porque estava com sede, e tudo rodava na minha cabeça, minha visão meio turva, e eu acordo na rua.
Chego em casa, choro como uma criança, e vou denunciar, e adivinhem ?Ninguém acredita em mim, dizem que não há sinal de agressão, ou provas de que ele fez algo comigo.
Não espere que alguém defenda você, ou entenda suas noites sem dormir, o trauma para ir no supermercado, ser tocada novamente ou confiar em alguém.
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Dores silenciosas
Non-FictionTudo sobre a realidade feminina, assédio, estupro, violência, humilhações. Baseado em histórias reais e fictícia. Cada capítulo uma história, um medo, um trauma, uma vítima, um protesto, dores, superações ou finais trágicos. Não se cale, não seja...