Capítulo 1

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[ I S A B E L A ]

  O dia estava sendo como qualquer outro, o expediente na lanchonete da faculdade já estava terminando e eu dei graças a Deus, porque hoje eu estava mais cansada do que normalmente fico, confesso que essa rotina de trabalhar e estudar ao mesmo tempo é realmente muito puxada, mas não pretendo desistir nunca, afinal, essas dificuldades só me provam que eu estou no caminho certo.

  — Isabela, amanhã se você puder chegar um pouco mais cedo que o normal eu ficaria muito grata, porque vou precisar da sua ajuda para fazer uma limpeza na cozinha. - minha chefe, Maria, solicitou enquanto eu arrumava minha mochila para ir embora.

  Ela é uma senhora gentil, embora as vezes eu sinta que ela cobra de mim mais do que dos demais funcionários, talvez ela ache que o fato de eu ser muito jovem me torna mais acessível para trabalhar mais.

  — Vou fazer o possível. - afirmei e me despedi rapidamente a fim de ir para aula.

  Quando sai da lanchonete, antes passei no bnaheiro do primeiro piso para tomar um banho rápido e trocar de roupa, detestava o cheiro de óleo que ficava impregnado no meu cabelo sempre que eu saía da lanchonete. Depois que tomei o banho e troquei a roupa, sai correndo pelos corredores da faculdade e subi a escada em direção ao piso dois onde se encontrava minha sala de aula.

  Entrei e logo sentei numa das primeiras cadeiras, o professor ainda não havia chegado, mas a turma inteira já estava na sala esperando. Arrumei minhas coisas na mesa e abri meu livro na última página em que o professor tinha parado.

  — Ei, será que dá pra você ir fazer uns pastéis pra gente antes que o professor chegue? - ouvi uma voz familiar gritar no fundo da sala.

  Revirei os olhos e tentei ignorar, eu sabia que vinha do grupo de babacas riquinhos e sabia que o intuito deles era me estressar, mas eu nunca daria o gosto.

  — Eu sinto o cheiro de óleo daqui. - dessa vez uma menina que eu não sabia o nome, mas que fazia parte do grupinho foi quem falou.

  Eu apenas ignorei novamente. Queria saber desde quando trabalhar era considerado uma coisa vergonhosa? Acho que no mundo de quem tem papais ricos para dar tudo realmente é vergonhoso, né?

(...)

  Já era cerca de nove horas da noite quando as aulas acabaram e eu fui direto na secretária para ver como estavam as vagas de estágio.

  — Olha, o curso de Direito tem muitos estágios, porém como os alunos procuram muito eu tô com poucas vagas aqui. Seu caso é especial, você tá no terceiro período com notas muito boas, então vou tentar te encaixar aqui. - o homem de cabelo loiro platinado chamado André explicava tudo com um sorriso muito gentil. — Tem preferência por alguma área?

  — Na verdade, não. Qualquer estágio que você me conseguir já está ótimo. - respondi enquanto ele analisava o computador.

  — Bom, eu tenho uma vaga no fórum, é durante o dia todo e sua função será basicamente carimbar papéis e servir café nas audiências, vai contribuir muito pouco para sua formação acadêmica e a remuneração é oitocentos reais por mês. - ele explicou e eu fiquei apreensiva.

  Era menos do que eu ganhava na lanchonete, então as coisas ficariam mais apertadas para mim.

  — Acabou de abrir outra vaga aqui no sistema. - ele disse animado. — É na delegacia regional, o período é de oito da manhã às duas da tarde, sua função será auxiliar o delegado e os policiais em assuntos burocráticos, a remuneração é de mil reais por mês. Acho que esse é perfeito para você. - eu sorri abertamente.

Meu Delegado Possessivo Onde histórias criam vida. Descubra agora