• Afinidade •
- Vou lhe deixar descansar.- Disse ele quase se retirando, porém Elizabeth suspirou. O homem arregalou os olhos notando que ela virou a mão para cima e firmemente entrelaçou na dele o segurando naquele mesmo lugar.
- Não me deixa sozinha.- Disse Elizabeth com o timbre baixo, talvez pela anestesia ou algo parecido.
- Não vou te deixar, Campeã, mas vai ter que me prometer algo.
[•••]
- O que seria?
- Não desistir de nenhuma luta, não importa qual seja, sei que pode ser capaz.
- Eu...
- Você precisa prometer, confie em sí mesma. - O professor segurou mais firme a mão da aluna, por um momento prestou atenção no quanto era belo aquele brilho nos olhos dela.
- Eu prometo.
- Então não sairei do seu lado, a não ser que você peça.
(•••)
Depois que a garota dormiu, Ban se retirou do quarto com a consciência mais limpa em relação a Elizabeth. A mulher por seu lado havia explicado que aquela não foi uma tentativa de suicídio, era sessões de mutilação para tentar repreender algo que o professor compreendia muito bem, e ele já desconfiava pelas marcas visíveis nos pulsos da aluna.
Caminhando pelos corredores do hospital com as mãos no bolso e o olhar vago para frente. Ban foi surpreendido por quatro pessoas se aproximando dele com passos rápidos e respirações ofegantes. Era um homem alto na casa dos 50 anos e cabelos grisalhos, uma mulher também de idade com traços de linhas de expressão, demonstrava jóias e mais duas mulheres. Ban reconheceu apenas uma pessoa, era a irmã mais velha de Elizabeth, Verônica. A conhecida apontou para ele com o corpo visivelmente trêmulo.
Ao chegarem de frente para o homem as pessoas se curvaram, era uma tendência oriental agradecer ou se deculpar de tal forma. Ban se surpreendeu com a recepção daquelas pessoas, claramente era a família de sua aluna. Logo se reergueram, o professor sentiu a emoção daquela família, aliás, podiam ter perdido Elizabeth daquele deslize.
O pai se aproximou de Ban e estendeu a mão para comprimenta-lo, assim Ban o fez.
- Muito obrigado, rapaz. Não consigo nem imaginar oque teria acontecido com nossa filha se não estivesse presente.
- Foi algo que qualquer um faria por um amigo ou seja quem for, eu não ficaria de olhos fechados para essa situação.
- Não seja modesto, isso não é para qualquer um, seu gesto de bondade salvou a vida da nossa filha. Como retribuição, por favor, fale seu valor faremos o possível para recompensa-lo.
Aquela proposta vindo do patriarca bem sucedido era certamente muito tentadora, o professor poderia se livrar de algumas dívidas que se prendiam em seu pescoço, poderia dar um presente bom para a irmã caçula ou coloca-la em uma escola de qualidade, mas não, a humildade sempre estava à frente dele.
- Não quero nada, não se preocupe, a vida da minha aluna e a gratidão de vocês já vale. - Com um sorriso sincero o homem olhou para os outros familiares, aquilo sim era uma recompensa em tanto. Assim ele soltou a mão do patriarca que se surpreendeu com aquela resposta, porque normalmente sempre apareciam pessoas querendo se aproveitar da boa situação daquela família.
Dessa vez a matriarca que se aproximou sendo seguida por suas filhas, ela limpava a lateral dos olhos cuidadosamente para não borrar mais a maquiagem, a mulher aparentava ser muito simpática.
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Red eyes
FanfictionPara Elizabeth tudo que ela vivia no incio de seu relacionamento era mágico, Meliodas era o namorado perfeito e o genro dos sonhos de seu pai, porém a máscara logo caiu e o loiro perfeitinho tornou-se seu pesadelo e demônio pessoal. No intuito de e...