"Levanta Oliver, tem trabalho pra ser feito." Mamãe diz enquanto abre a porta do quarto e desliga o meu ventilador.
Toda manhã era a mesma coisa, Edmundo acordava 05:30 e se arrumava para ir ao estágio de meio período em um hospital público, Augustus levantava às 06:00 para ir à escola, e eu às 07:00 pra ajudar mamãe em casa, já que ia à faculdade pelo período da tarde.
Nós duas tínhamos um cronograma, ou eu ia para o bazar e ela ficava em casa fazendo o almoço, ou ela ia para o bazar e eu fazia a comida, hoje seria o meu dia de ir vender. O bazar ficava na garagem de casa e lá vendíamos tudo, roupas, sapatos, acessórios, brinquedos, livros (quase todos eram meus) e etc. As pessoas iam lá, viam o que queriam e compravam.
Levantei da cama e praticamente me arrastei até o banheiro, depois de estar arrumada desci e fui para a cozinha. Mamãe havia saído, comi, lavei minha louça e fui direto para a garagem, antes de começar a arrumar o local peguei minha caixinha de som e coloquei Duran Duran para tocar.
Gosto muito de músicas dos anos 80 e 90, assim que "Eletric Barbarella" começou a tocar eu comecei a dançar que nem uma bêbada, confesso que não sei dançar nem um pouco mas me arrisco de vez em quando, enquanto limpava entre as prateleiras sem querer deixei cair um livro.
"Que droga." Sussurrei, antes que eu fosse pega-lo, uma mão (MASCULINA) fez isso.
"Annabel Lee de Edgar Allan Poe... Ótimo livro." Sua voz era rouca e com sotaque britânico.
"É um bom livro." Falei enquanto o pegava de sua mão e levantava a cabeça para ver quem era esse homem.
Sabe quando você fica encarando alguém só pelo fato dela ser bonita? Era assim que eu estava naquele momento, encarando aqueles homem de olhos num tom de azul tão claro que era quase branco, cabelo loiro escuro e um sorrisinho de canto. Sei que encarar demais é falta de educação, mas ele é tão lindo que deveria ser uma das estátuas de Michelangelo.
Mais uma coisa: ele estava de terno.
"Quanto custa?" Perguntou.
"Seis dólares." Minha voz soou tão baixa que me surpreendi por ele ter escutado.
Fomos até o caixa, ele me deu o dinheiro e eu dei o livro, ele o abriu e deu um sorriso ainda olhando para o que seja lá que estava vendo.
"Até logo Oliver Smith." Jesus Cristo, como meu nome soava tão lindo naquele sotaque?! Provavelmente ele viu meu nome na contracapa do livro, tenho certeza.
"Até logo." Sorri.
Assim que o senhor de terno foi embora eu me escolhi atrás do balcão. Calma Oliver, respira, é só mais um cara que você nunca mais vai ver na sua vida, repetia isso pra mim, não vou negar que fiquei hipnotizada naquele homem, eu fiquei, e muito. Levantei assim que avistei uma senhora entrando na garagem.
~♡~
Na faculdade existem três tipos de pessoas, as que gostam de você e te aceitam no grupo delas, as que não gostam de você e não te aceitariam no grupo nem se você fosse um ator famoso da Broadway, e as que gostam porém não falam com você e talvez te aceitem no grupo delas. Eu estou no que digamos que seja o quarto tipo: os que gostam de ficar sozinhos.
"Ele disse 'até logo' não foi?" Perguntou Miles, que junto com Karla era o meu melhor amigo desde o ensino médio, aquele trio composto por duas garotas e um garoto. Assenti para ele que andava comigo até a sala (éramos do mesmo curso).
"Então ele vai lá pra te ver de novo." Concluiu com um sorriso a lá Coringa.
"Acho que não Miles, isso é só maneira de falar, bem educado diga-se de passagem."
"Liv, por experiência própria eu te digo que sim, ele vai lá."
Uma curiosidade sobre o Miles, ele é o gay mais hétero da Flórida, digo isso porque se você o ver não vai perceber que ele é homossexual, tem alguns que nós notamos só de ver o que vestem, mas ele não. Só os mais íntimos sabem.
"Ok, e se hipoteticamente ele for? O que eu faço?" Perguntei.
"Finge que não se lembra dele, sempre funciona."
Assistimos as aulas e exatamente às 19:30 PM o sinal tocou, estávamos livres, finalmente. Quando cheguei em casa Ed já havia saído, ele está terminando o curso de medicina, mamãe estava na mesa fazendo umas contas.
"Quem bom chegou Oliver, estava preocupada." Fui até ela e beijei o topo de sua cabeça "Deixei um prato pra você no microondas."
"Obrigada mãe." Liguei o microondas e enquanto esperava peguei meu celular, tinha umas chamadas perdidas de Karla e umas mensagens de Miles, nada demais.
Após comer fui tomar banho, depois de me vestir e estar totalmente confortável com o meu notebook em mãos, entrei no chat para conversar com os meus amigos.
QUEENLADYGAGA: Karla, novidades!!!! OLIVER TEM NAMORADO!!!
CAFECOMLEITE: Eu não estou namorando, Miles...
EUSOUUMADEUSA: UAUUUUUU. Conte os detalhes, Liv.
CAFECOMLEITE: Eu. Não. Estou. Namorando.
QUEENLADYGAGA: É um cara de terno que comprou um dos livros dela.
EUSOUUMADEUSA: Imagens, eu trabalho com imagens!
CAFECOMLEITE: Galera, eu não estou namorando, só o vi UMA vez.
EUSOUUMADEUSA: O suficiente pra marcar o casamento.
CAFECOMLEITE: Vocês são terríveis...
QUEENLADYGAGA: Somos, obrigado.
........................
Gif da Oliver pra vocês ksskskks
Pra quem não sabe, "Sunrise" é uma obra um pouco autobiográfica com uma mistura de ficção. Espero que estejam gostando ♡.
Vou tentar atualizar nos fins de semana.
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Nunca se esqueça de ver o nascer do Sol ☆
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Sunrise
Teen FictionEnquanto encarava o teto do meu quarto pensei: Como vou trilhar o meu caminho se me prendem tanto? O que vai acontecer quando eu tiver liberdade? O que será de mim sem eles? Será que eu quero mesmo sair de casa?. Quando eu era pequena, alguém me dis...