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Era um dia triste na casa dos Moretto. Nilce acabara de receber a notícia que o avião de seus pais tinha caído. Era seu aniversário e ela estava no quarto chorando.

Se você conhece Nilce Moretto sabe que ela nunca saiu de casa, nem uma vez sequer. Bom, vamos pelo começo.

Seus pais tiveram sua primeira filha, Joyce que com 7 anos foi sequestrada e morta. Depois de um tempo o casal teve outra filha, mas não se arriscaram a deixá-la sair, então a ensinaram em casa com os melhores professores particulares da cidade – com eles vigiando, é claro. Nilce era sempre infeliz por não poder sair, seu mundo era naquela mansão, no máximo ia no jardim mas sempre acompanhada.

Fez um acordo com seus pais, que aos 20 anos poderia sair de casa. Quando finalmente seu aniversário chegou, seus pais tinham viajado mas já tinham contratado seguranças para seguirem e proteger Nilce aonde ela fosse.

Porém o plano não ocorreu. Vamos voltar para o início.

Ela estava trancada em seu quarto, com empregados do lado de fora da porta a esperando sair pra ver o que fariam. Entretanto Nilce não sabia o que fazer, pois ela sempre recebia ordens mas nunca as dava. Pediu para a sua "babá", que cuidava dela desde criança, entrar e avisar a todos que fossem embora e que não precisavam mais voltar pois seu planejamento era sumir daquele lugar. A mulher avisou que na sala estavam dois advogados para cuidar de sua herança. Nilce desceu e deu de cara com os homens. Um moreno com a barba mal feita e outro loiro que usava um óculos preto.

– Bom dia, senhorita Moretto – o loiro disse ao ver ela descer a escada.

POV'S Leon

Vejo Eduardo falar com ela, então me viro e a vejo descer a escada. Era linda, sua pele extremamente branca, seus cabelos loiros e longos e seus olhos verdes que acompanhavam cada movimento nosso. Saio dos meus pensamentos quando ela está agora na minha frente, sentada no sofá. Me sento em sua frente junto com o outro advogado. Sua saia era curta e ela estava sentada com as pernas cruzadas em cima do móvel, então vi sua calcinha azul clara de renda. Aquilo estava me deixando muito excitado, então desvio o olhar e tento pensar nisso o mínimo possível. Pra minha sorte Edu começa a falar:

– Bom, senhorita...

– Pode me chamar de Nilce – ela o interrompe.

– Bom Nilce, nós temos aqui o testamento dos seus pais que deixaram a casa, empresa e o dinheiro para a única filha que imagino ser você...

– Eu vou vender a casa, a empresa e pode doar o dinheiro para caridade – ela diz como se não se importasse, talvez não importe mesmo.

– Tem certeza? É uma grande quantia.

– Tenho. Meus pais nunca me deixaram sair de casa, então eu vou viver de verdade agora – sorri.

– Então era só isso, como você já está decidida. – Falo me levantando, se eu olhasse mais uma vez pra ela partiria para cima.

Ao sairmos da casa e entrarmos no carro, Edu diz:

– Gostosa ela, pena que não sabe de nada.

– Como assim?

– Eu já trabalhei pro pai dela muitas vezes e sei que sexo nunca foi nem mencionado na casa, um desperdício mesmo.

– É – concordo. Ele me levou até em casa, ao entrar me jogo no sofá. Aquela garota me deixou hipnotizado, decidi que vou dar uma volta pela cidade para tirá-la da cabeça.

POV'S Nilce

Arrumei algumas roupas em uma mochila junto com um pouco de dinheiro que havia guardado. Finalmente vou sair dessa casa, saio e ando  esmo pelas ruas. Eu não tinha destino e nem conhecia ninguém, depois de muito tempo estava em uma rua desconhecida e não tinha ninguém em volta. Vejo um homem vindo em minha direção e eu paro na calçada. Minhas pernas tremiam demais para andar, minha cabeça começa a girar e então me vejo cair no chão.

POV’S Leon

Uma garota para do nada na calçada, suas pernas tremiam e então ela cai no chão e corro pra ajudar. Pego em seu rosto e vejo Nilce, a pego no colo e vou em direção a minha casa, deito ela no sofá. Em poucos minutos ela abre os olhos:

– Quem é? Onde eu estou? – Ela tenta se levantar mas não consegue de primeira, na segunda tentativa ela se senta e eu me sento ao seu lado.

– Leon, um dos advogados do seu pai, você desmaiou na rua e eu te trouxe pra minha casa.

– Ah... Obrigada por me ajudar, eu estava com muito medo por que vi um homem vindo em minha direção… aparentemente era você. – Sorrio. – Eu preciso ir, não quero atrapalhar.

– Você vai pra onde? – pergunto, pois ela não saia de casa então não deve saber quase nada.

– Eu ainda vou ver isso, só não quero ficar naquela casa outra vez.

– Entendo, pode ficar aqui se quiser.

– Não obrigada, eu vou me achar.

– Você desmaiou quando viu alguém vindo, acha mesmo que vou te deixar ir?

– Não – sorrio de canto de boca. – Mas eu não vou incomodar?

– Claro que não, pode ficar até arranjar um lugar pra ficar. Vem, vou te mostrar o quarto de hóspedes. – A guiei até o quarto e deixei ela a vontade.

N/A:

Olha eu não sei se tá bom mas eu gostei😂

Espero que gostem!

WhitenessOnde histórias criam vida. Descubra agora